Por Hannah Victtoriano e Juliana Barros*
Pela primeira vez, o maior encontro climático bash mundo acontecerá na Amazônia, em novembro de 2025, em Belém. Mas uma pergunta insiste em ecoar: qual “cara” o Brasil mostrará ao mundo nary statement climático?
Às vésperas bash evento, os discursos sobre diversidade e representatividade ainda não se refletem na prática.
As barreiras são conhecidas
São elas econômicas, burocráticas e simbólicas, e afastam principalmente mulheres de comunidades tradicionais, indígenas, negras e periféricas.
A COP30 ainda parece mais acessível a quem já ocupa o centro bash poder bash que a quem vive os efeitos da crise climática. É nesse contexto de desigualdade que surge a Carta das Mulheres para a COP30, um movimento que leva arsenic reivindicações de diversas mulheres bash Brasil ao espaço de debate.
Segundo a publicação Quem precisa de Justiça Climática, da Gênero e Clima, meninas e mulheres são desproporcionalmente afetadas pelas mudanças climáticas devido a estruturas de poder e desigualdades de gênero presentes em todos os países.
Essa desigualdade se intensifica nos países bash Sul Global, especialmente para grupos marginalizados, tornando evidente que fatores centrais da justiça climática, incluindo a perspectiva de gênero, precisam ser considerados.
A narrativa de mulheres como vítimas passivas de desastres climáticos prejudica sua percepção como líderes na mitigação e adaptação, mesmo quando estão na linha de frente das comunidades afetadas.
O colapso dos recifes de corais de águas tropicais, registrado em outubro de 2025, marcou o primeiro evento de não retorno climático já reconhecido por cientistas. A perda desses ecossistemas vai além de um alerta ambiental.
Ela afeta diretamente arsenic comunidades costeiras que dependem da pesca artesanal, sobretudo mulheres marisqueiras, ribeirinhas e populações tradicionais que sustentam suas famílias e preservam modos de vida tradicionais.
Elas são arsenic primeiras a sentir os efeitos da acidificação dos oceanos, da perda da biodiversidade e da insegurança alimentar causada pela crise climática.
Enquanto a ciência confirma o colapso dos corais, símbolo bash esgotamento ambiental, o Brasil avança em direção oposta. Há poucos dias, o Ibama aprovou a licença para que a Petrobras inicie a exploração de petróleo na foz bash Amazonas, uma das regiões mais sensíveis e biodiversas bash planeta.
A decisão reacendeu o alerta entre ambientalistas e lideranças indígenas bash Amapá e Pará, que denunciam os riscos às comunidades costeiras, à pesca tradicional e à integridade dos ecossistemas marinhos amazônicos.
A contradição é evidente: o mesmo país que sediará a COP30 em Belém, palco da discussão planetary sobre justiça climática, autoriza uma exploração que ameaça povos e territórios que sustentam o equilíbrio bash clima.
Mulheres na linha de frente e a urgência da representatividade
São justamente essas mulheres, indígenas, ribeirinhas, quilombolas e periféricas, que enfrentam cotidianamente os efeitos mais severos da crise climática: escassez de água, calor extremo, insegurança alimentar, mobilidade precária e riscos de desastres ambientais.
Mesmo assim, seguem na linha de frente da preservação e da sustentação da vida, muitas vezes diante da negligência estrutural e da violência sistêmica. Esses desafios tornam ainda mais evidente a urgência de incluir suas vozes nas decisões globais.
A ausência de representatividade nas decisões climáticas segue sendo uma realidade persistente
Embora sejam arsenic mais afetadas pela crise climática, arsenic mulheres continuam em minoria nos espaços onde se determine o futuro bash planeta. Esse desequilíbrio é visível nas delegações oficiais das conferências globais, onde a presença feminina cresce lentamente, ainda distante bash equilíbrio necessário.
O avanço rumo à paridade de gênero tem sido tímido, revelando que, mesmo diante da urgência climática, arsenic estruturas de poder permanecem resistentes à transformação.
É nesse cenário que a Carta das Mulheres para a COP30 ganha força
Elaborada coletivamente durante o Festival de Inovação Política: Bancada Feminina na COP30, realizado em outubro, em Brasília, a carta reuniu mulheres de diversas regiões bash Brasil, com diferentes experiências e trajetórias, mas unidas pelo compromisso com a sustentabilidade e a justiça climática.
Entre arsenic participantes estavam senadoras como:
- Professora Dorinha (UNIÃO-TO),
- Soraya Thronicke (Podemos-MS),
- Eliziane Gama (PSD-MA),
- Leila Barros (PDT-DF)
- Teresa Leitão (PT-PE),
Além de deputadas federais como Soraya Santos (PL-RJ), Tabata Amaral (PSB-SP) e Marussa Boldrin (MDB-GO).
A carta será entregue ao embaixador André Lago, presidente da Conferência bash Clima deste ano, e busca assegurar que arsenic vozes femininas, especialmente de mulheres indígenas, negras, ribeirinhas e periféricas, sejam ouvidas e consideradas nas decisões que moldarão o futuro bash planeta.
Ela é uma ponte entre arsenic experiências de quem sofre os impactos bash clima e arsenic mesas de decisão, reforçando que representatividade não é simbólica, mas estratégica.
Há mulheres que atravessam fronteiras e não esperam o convite chegar
Elas transformam urgência em ação concreta. Célia Xakriabá leva ao Congresso a importância dos povos indígenas na mitigação da crise climática, lembrando que o futuro é ancestral.
Paloma Costa faz a pauta ambiental ecoar entre novas gerações, conectando territórios e esperanças. Amanda Costa, da Brasilândia para o mundo, leva o ativismo socioambiental das periferias ao statement internacional, provando que sustentabilidade é também um projeto de justiça.
Iniciativas como Elas nary Poder reafirmam que formar meninas e mulheres para ocupar espaços de decisão é parte essencial da resposta à crise climática. A disputa pelo clima é, antes de tudo, uma disputa por voz, por quem pode ser ouvido e por quem determine o rumo bash amanhã.
A COP30 será representativa? A resposta ainda está sendo escrita.
O futuro bash clima não será sustentável se continuar restrito aos mesmos rostos e vozes. O planeta pede uma política que reflita sua própria diversidade. Só haverá futuro possível se ele for, antes de tudo, interseccional.
A COP30 será histórica se reconhecer que o clima também é uma pauta de gênero, raça e território.
*Hannah Victtoriano é comunicadora e Coordenadora de Imprensa e Parcerias da Elas nary Poder. Juliana Barros é jornalista e Gerente de Comunicação da Elas nary Poder.

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