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CEOs ganharam 50% a mais desde 2019; salário dos trabalhadores cresceu 0,9%

A análise levou em conta salários, bônus, ações e benefícios recebidos pelos CEOs. Os números foram extraídos do banco de dados S&P Capital IQ.

Há também disparidades regionais. Alguns países da Europa, por exemplo, registraram valores muito mais altos do que o de outros na Ásia e na África. A remuneração mediana de um CEO na Irlanda, considerado um paraíso fiscal, foi de US$ 6,7 milhões em 2024. Na Alemanha, o valor ficou em US$ 4,7 milhões. Já na Índia, foi de US$ 2 milhões, e chegou a US$ 1,6 milhão na África do Sul - quatro vezes menos do que na Irlanda.

Salário de trabalhadores também foi calculado. O estudo da Oxfam também analisou o salário de trabalhadores dos mesmos 35 países de onde havia conseguido informações sobre a remuneração dos CEOs, usando a base de dados do Relatório de Remuneração Global 2024-25 da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Foram encontradas informações de 27 desses países. A média, levando-se em conta o peso do PIB (Produto Interno Bruto) de cada um dos locais, indicou que, entre 2019 e 2024, houve um crescimento de somente 0,9% nas remunerações. Na comparação, o pagamento dos CEOs cresceu 56 vezes mais do que o dos trabalhadores.

Diferença de remuneração de CEOs e trabalhadores mostra a canalização de riquezas. Em um comunicado divulgado em conjunto com o estudo, o diretor-executivo da Oxfam Internacional, Amitabh Behar, destacou que, enquanto a remuneração dos CEOs aumenta a cada ano, a dos trabalhadores continua praticamente estagnada. "Isso não é um defeito no sistema — é o sistema funcionando exatamente como planejado, canalizando riqueza para cima enquanto milhões de trabalhadores lutam para pagar aluguel, comida e saúde", disse.

A OIT identificou uma variação real dos salários dos trabalhadores no mundo todo de 1,8% em 2023 e de 2,7% em 2024. Ainda assim, são números distantes da realidade dos diretores de grandes empresas.

A desigualdade também transparece quando se analisa a situação dos bilionários. Segundo o banco de dados anual da Forbes, a riqueza total desse grupo somou US$ 14,2 trilhões em 2024, com uma média de US$ 5,1 bilhões. Em 2025, o total já havia subido para 16 trilhões e a média, para US$ 5,3 bilhões. Essa diferença entre as médias, de US$ 206 bilhões, equivale a um acréscimo de US$ 23,4 mil por hora. É mais do que os US$ 20,7 mil que um trabalhador recebe, em média, durante um ano.

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