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China abriu 5 novos mercado para produtos agropecuários do Brasil, diz ministro Fávaro

O Brasil poderá exportar mais cinco produtos agropecuários para a China, confirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em publicação nas redes sociais. O país autorizou a importação de grãos secos de destilaria (DDGs, subproduto do etanol de milho), farelo de amendoim, miúdos de aves, carne de pato e de peru do Brasil.As aberturas de mercado foram confirmadas após assinatura de protocolos bilaterais entre os países em decorrência da visita do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao país asiático.

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O Brasil poderá exportar mais cinco produtos agropecuários para a China, confirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em publicação nas redes sociais. O país autorizou a importação de grãos secos de destilaria (DDGs, subproduto do etanol de milho), farelo de amendoim, miúdos de aves, carne de pato e de peru do Brasil.

As aberturas de mercado foram confirmadas após assinatura de protocolos bilaterais entre os países em decorrência da visita do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao país asiático.

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Os países também acordaram um memorando de entendimento de medidas sanitárias e fitossanitárias. "São três acordos firmados entre o Ministério da Agricultura e a Administração Geral das Alfândegas da China (GACC). Isso representa a abertura de cinco novos mercados para a agropecuária brasileira, além da cooperação bilateral nas medidas sanitárias e fitossanitárias que aumentam a segurança dos alimentos comercializados entre os países", escreveu Fávaro em suas redes sociais. "Chegamos a 362 mercados abertos para o agronegócio brasileiro", acrescentou o ministro.

O setor produtivo esperava que a missão destravasse aberturas de mercado e ampliasse o acesso de produtos brasileiros ao mercado chinês. Havia expectativa de autorização da China para importação de DDGs, com o assunto sendo considerado em estágio de "negociação técnica avançada" com a conclusão agora confirmada. Também havia expectativa para o anúncio das aberturas para entrada de miúdos de aves (em especial coração e fígado), carne de pato e peru.

Outros temas prioritários relacionados ao agronegócio do Brasil na visita eram a sincronia na aprovação de transgênicos (biotecnologia) por meio de um memorando de entendimento e revisão do protocolo de exportação de carnes, assinado em 2015, que prevê, em casos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB, doença popularmente conhecida como "mal da vaca louca"), suspensão imediata e total das vendas externas.

O governo brasileiro pleiteia a chamada regionalização dos embargos, ou seja, em casos do mal da vaca louca a suspensão das exportações de carnes da região seria restrita ao raio do local em que o caso foi constatado até a confirmação se um caso atípico ou não, enquanto a China estuda a flexibilização conforme a idade do animal.

De acordo com fontes que acompanham as tratativas, houve "melhora no entendimento" quanto à sincronia para biotecnologia, enquanto a revisão do protocolo de exportação de carnes demanda ainda maior negociação técnica.

A pauta bilateral entre Brasil e China inclui mais de 50 itens em negociação no âmbito do setor agropecuário. A China é hoje o principal destino das exportações de produtos agropecuários do Brasil, perfazendo cerca de um terço dos embarques anuais do agronegócio brasileiro.

As vendas de produtos agropecuários ao mercado chinês somaram US$ 49,7 bilhões em 2024, sobretudo do complexo soja, carnes, produtos florestais e algodão.

Agências

Brasil e Argentina disputam mercado milionário de 'ouro bovino' na China

Discretamente, a China deflagrou uma nova corrida do ouro entre o Brasil e a Argentina. Desta vez, porém, a rivalidade acontece pelo mercado do "ouro bovino", apelido usado para se referir ao cálculo biliar, que é a pedra encontrada na vesícula do boi. O item, que é usado para tratamento de convulsões, inflamações e infecções, tem valor astronômico no mercado chinês, chegando a ultrapassar o preço de US$ 20 mil o quilo, dependendo da pureza. Desde 2002, a China restringiu a importação dessas pedrinhas por medo de contaminações ligadas à doença da vaca louca. Agora, decidiu pela reabertura desse mercado.

Neste mês, a Administração Nacional de Produtos Médicos da China (NMPA) e a Administração-Geral de Aduanas da China (GACC) autorizaram a retomada de importação das pedras bovinas. A liberação autoriza a venda para a indústria chinesa de medicamentos tradicionais, em um projeto-piloto que terá prazo de dois anos. A ideia da China é fazer uma inserção gradual do item, depois de passar anos convivendo com a pirataria e a entrada irregular do "ouro bovino" em seu território.

Nessa disputa, a Argentina saiu na frente. Desde o fim do ano passado, o governo argentino já discutia o assunto com os chineses, em negociações que já resultaram em um protocolo sanitário formal enviado a Pequim. No fim de abril, a aduana chinesa publicou um anúncio detalhando os requisitos para importação de cálculos biliares da Argentina. O Brasil, que nunca exportou o item para a China, soube dessa negociação e, embora atrasado, tem se movimentado para entrar no mercado.

A representação internacional do Ministério da Agricultura chegou a acessar, inclusive, uma proposta que a Argentina já fez de seu protocolo sanitário, para que o governo brasileiro use o documento como um modelo para elaborar sua própria proposta.

"Para auxiliar as áreas técnicas do Ministério da Agricultura na elaboração da proposta brasileira, disponibilizamos a proposta argentina de protocolo sanitário", afirma um comunicado enviado pela representação internacional da pasta em Pequim, na semana passada, acrescentando que encontrou o documento no site do Ministério da Economia da Argentina.

"A eventual formulação e apresentação de proposta brasileira de protocolo poderá ser oportunidade estratégica para o Brasil buscar o reconhecimento oficial e regulamentado das exportações desse subproduto", informa o adido agrícola em Pequim.
A Folha de S.Paulo questionou o Mapa sobre o assunto, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

A reabertura chinesa vai testar a entrada das pedrinhas bovinas em 12 regiões-piloto, como Pequim, Xangai e Guangdong. O controle das importações vai exigir rastreamento, desde a extração até o uso na indústria farmacêutica. Haverá armazenamento controlado em portos e institutos para inspeção e liberação, entre outras normas.

A China dependia, até agora, quase exclusivamente da produção interna, além do mercado paralelo. O interesse chega a tal ponto que a indústria chinesa também passou a buscar substitutos de origem vegetal ou química. Ocorre que o chamado "niuhuang autêntico" ainda é insubstituível em certas fórmulas, como um remédio famoso na China, o "Angong Niuhuang Wan", que tem nos cálculos bovinos um de seus principais ingredientes e é usado até em pronto-socorro de hospitais chineses. O mercado asiático tem consumo estimado em cerca de 5 mil quilos por ano, o que significa um negócio potencial de US$ 100 milhões.

Apesar de o Brasil não vender para a China até agora, o país é apontado como o maior fornecedor de cálculos bovinos para Hong Kong, segundo informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Em seguida, vêm a Austrália, Colômbia, Argentina, Estados Unidos e Paraguai, conforme coletados pela Trade Data Monitor.

Assim como a China, Hong Kong também faz uso intensivo das pedras bovinas para tratamento medicinal. O Brasil, como maior exportador de carne bovina do mundo, tem grande chance de expandir esse mercado, apesar de as pedras biliares estarem presentes em bois mais velhos do que a idade média usada na maioria dos abates.

Informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio apontam que, entre 2019 e 2024, as exportações desse item triplicaram, saindo de US$ 78,2 milhões para US$ 269,1 milhões no ano passado, o que significa um crescimento acumulado de 244% neste período.
O custo alto do produto está diretamente atrelado à quantidade de gado que tem de ser usado para a sua produção. Estima-se que sejam necessários até 200 mil bois para obter 1 quilo de cálculo de alta qualidade.

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