As vitrines cheias anunciam a temporada mais aquecida do varejo. No Rio Grande do Sul, mais da metade dos estabelecimentos (53,3%) pretende contratar trabalhadores temporários para o fim de ano, conforme a pesquisa anual da Fecomércio-RS. O aumento deve representar um acréscimo médio de 29,3% na força de trabalho dos negócios que utilizam esse tipo de contratação.
A economista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo, avalia que o resultado reflete o otimismo moderado do setor diante de um mercado de trabalho aquecido. “O percentual é um pouco menor do que em outros anos, mas, considerando que o Estado está com uma taxa de desemprego historicamente baixa, o número é expressivo. É um momento importante para quem busca o primeiro emprego ou quer voltar ao mercado”, explica.
Segundo o levantamento, realizado em oito cidades gaúchas - Caxias do Sul, Ijuí, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria e Santana do Livramento -, as contratações concentram-se neste mês de outubro e novembro, com término de contrato previsto para janeiro. As funções mais procuradas são as de vendedor (90,1%), caixa (23,9%) e estoquista (15,1%), refletindo o peso das vendas no período natalino.
Além disso, quase metade dos temporários (48,8%) tem chance de efetivação, especialmente nos segmentos de vestuário, calçados e supermercados - responsáveis pela maior parte das vagas. “É uma oportunidade real de inserção profissional. O empresário observa o desempenho desses trabalhadores e, muitas vezes, faz substituições ou amplia o quadro após o período festivo”, diz Palermo.
Entre as dificuldades relatadas pelos lojistas estão a indisponibilidade de horários (26%) e a falta de qualificação (22,9%). Ainda assim, o comércio segue contratando majoritariamente de forma direta: 77,4% dos estabelecimentos realizam os processos seletivos dentro das próprias lojas, e 59% exigem algum critério, como escolaridade, experiência ou idade - com preferência para candidatos entre 19 e 25 anos.
Na Capital, o cenário é mais contido, mas com outro tipo de aposta. De acordo com pesquisa do Sindilojas Porto Alegre, 28% dos lojistas planejam contratar temporários neste fim de ano - percentual menor que os 62,3% de 2024, mas que vem acompanhado de um aumento na média de trabalhadores por loja, de 1,4 para 2,2 funcionários.
O estudo indica uma mudança de perfil nas contratações: a experiência anterior deixou de ser o principal critério (84,2% em 2024), cedendo espaço a competências comportamentais, como proatividade (64,7%), empatia e simpatia (54,9%). Para o presidente do Sindilojas POA, Arcione Piva, isso reflete a transformação do varejo após as enchentes.
“O comércio de Porto Alegre está se reerguendo com resiliência. Vemos um setor que acredita nas pessoas e entende que a boa experiência de compra começa pelo atendimento humano e qualificado”, afirma Piva.
Ainda segundo o levantamento, dois em cada três lojistas (66,7%) consideram a possibilidade de efetivar temporários após o fim do contrato. Além disso, mais de 60% das empresas têm investido em capacitação - tanto de temporários quanto de funcionários fixos - como estratégia para impulsionar as vendas e fortalecer o relacionamento com os clientes.
É o caso da gerente de uma loja de variedades na Rua dos Andradas, no Centro Histórico, que prefere não se identificar por ainda não ter o número de contratações confirmado. “Já temos um planejamento pronto de como será o treinamento da nova equipe, mas ainda estamos ajustando com a matriz quantas pessoas virão. A partir do dia 1º de novembro começaremos as contratações”, explica. Apesar da movimentação, a empresa não pretende efetivar funcionários após o período de festas. “Só se houver necessidade de reposição. Deixamos isso claro desde o início, até como forma de valorizar quem está conosco o ano inteiro”, afirma a gerente. A expectativa é contratar cerca de seis pessoas, com remuneração equivalente a um salário-mínimo (R$ 1.518).
No Brasil são esperadas 118 mil vagas para a temporada
No País, o otimismo também se espalha entre vitrines e vitrôs. Segundo estimativa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o comércio e os serviços devem abrir cerca de 118 mil vagas para o fim de 2025.
Metade das empresas pretende contratar temporários, com contratos médios de 2,5 meses - chegando a quase três meses nas capitais. A remuneração média é de R$ 1.819, e 47% dos empregadores afirmam que podem efetivar os contratados após o período.
Os dados mostram que, mesmo após um ano desafiador, o mercado de trabalho entra no período natalino com sinais de fôlego. E, como resume Patrícia Palermo, da Fecomércio-RS, “essa é uma janela preciosa para quem quer recomeçar e, para o comércio, uma chance de testar novos talentos antes da virada do ano”.

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