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Conflito entre pai e mãe: como isso mexe com a criança e a ideia de família

O caminho mais comum, por um lado inevitável (posto que sempre haverá diferenças de fato entre os pais), mas que por outro exige uma resposta atenta dos pais, é que a criança comece a "orquestrar" o conflito entre os pais a seu favor.

Se o pai proíbe a TV, mas sai de casa logo em seguida, a criança poderá "ingenuamente" pedir autorização expressa da mãe para assistir a seu programa preferido (omitindo a ordem paterna). O pai volta e vê a filha diante da TV e esta lhe dirige um imediato "... mas a mamãe deixou." Seria simples imaginar que uma conversa entre os pais resolveria a questão.

Sim, quando a autoridade da mãe é reforçada pelo pai, isso cria as condições ótimas para a transmissão do respeito e da autonomia pela criança, desde que a autoridade da mãe seja de fato reconhecida pelo pai, ou seja, que esta lhe pareça legítima. Que este reforço não seja apenas um sinal de indiferença, falta de envolvimento ou desconhecimento da complexidade envolvida para gerar esta autoridade do lado da mãe. Que o reconhecimento desta autoridade não seja apenas o reconhecimento de uma autoridade anônima que se atualiza na mãe, mas também porque esta é reconhecida como autoridade na qual o pai deposita confiança e, por que não dizer, algum amor.

O conflito permanente e mal tratado entre os pais, especialmente através da desautorização de um dos pais, ou da desautorização mútua, tem consequências ruins para todos da família, e pior, muitas vezes para a formação de futuras famílias pelos filhos envolvidos.

A opressão entre gêneros, o preconceito e o sentimento de impotência permanente, ou de onipotência destrutiva são efeitos comuns quando este tipo de situação é predominante.

Lembro que uma família é um sistema de tratamento, formação e circulação de conflitos. Nada menos estruturado, e mais infeliz do que uma família sem conflitos. Em geral, estas famílias são apenas casos de não família, ou seja, arranjos econômica ou sexualmente produtivos, contratos de sobrevivência ou prestação de serviços comuns, sem de fato formação de laços familiares.

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