O editor-chefe da revista "The Atlantic", Jeffrey Goldberg, foi acidentalmente incluído pelo conselheiro Waltz em grupo que reunia alto escalão do governo de Donald Trump e teve acesso a detalhes sigilosos de estratégia militar dos EUA. O caso foi revelado na segunda-feira (24).
Em entrevista à NBC News nesta terça-feira (25), o presidente Donald Trump descartou o caso como “vazamento” e minimizou a responsabilidade de Waltz: “Foi a única falha em dois meses, e acabou não sendo uma falha séria". Ainda segundo o presidente, o conselheiro "aprendeu uma lição".
No grupo, os principais membros do gabinete, como o Secretário de Defesa, Pete Hegseth, divulgaram detalhes de ofensivas contra os Houthis, no Iêmen, duas horas antes de as tropas americanas lançarem os ataques.
É improvável, no entanto, que as declarações de Trump sobre Waltz acalmem os críticos do presidente, que avaliam o caso como uma violação séria da segurança nacional. Eles alertam que o governo executou um plano de guerra em um aplicativo de mensagens sem ao menos saber quem estava entre os convidados no grupo de conversa.
Democratas na Câmara e no Senado pedem uma investigação urgente sobre o caso, e autoridades defendem a saída do conselheiro do cargo. Nesta terça-feira, senadores dos EUA fizeram fila para questionar os principais oficiais de inteligência de Trump sobre o caso durante uma audiência.
O líder da minoria da Câmara dos EUA, Hakeem Jeffries, afirmou que se os republicanos da Câmara realmente levam a sério a manutenção da segurança dos Estados Unidos "eles devem se juntar aos democratas em uma investigação rápida, séria e substancial sobre essa violação inaceitável e irresponsável da segurança nacional".
Veja a seguir detalhes sobre o caso.
Quem fazia parte do chat no grupo?
Plano de ataque contra Houthis foi discutido em aplicativo de mensagens — Foto: Ian Caldas/GloboNews
Segundo o editor-chefe da revista, havia 18 membros no grupo. Além de Waltz, a conversa incluía mensagens de:
- Alguém identificado como MAR, que Goldberg presumiu ser o Secretário de Estado Marco Antonio Rubio.
- Um usuário identificado como JD Vance, vice-presidente dos EUA.
- Alguém chamado TG, que Goldberg presumiu ser a Diretora de Inteligência Nacional dos EUA, Tulsi Gabbard.
- Uma conta com o nome Scott B, provavelmente o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, "ou alguém falsificando sua identidade", escreveu Goldberg.
- Um usuário chamado Pete Hegseth, o secretário de Defesa dos EUA.
- Alguém chamado John Ratcliffe, presumivelmente o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA).
- Outro usuário chamado Brian. Goldberg não mencionou quem ele presumiu que fosse. Brian Hughes é o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, enquanto Brian McCormack é o chefe de gabinete de Waltz. Não está claro se seria algum dos dois.
- Alguém identificado como “SM”, que Goldberg presumiu ser o Conselheiro de Segurança Interna, Stephen Miller.
- Um indivíduo identificado como Joe Kent, nome do indicado de Trump para comandar o Centro Nacional de Contraterrorismo.
O que Goldberg fez após ser adicionado?
Editor da revista 'The Atlantic' publica prints de mensagens que recebeu por engano do vice-presidente dos EUA, JD Vance, e do secretário de Defesa, Pete Hegseth — Foto: Reprodução
No dia 11 de março, Goldberg recebeu uma solicitação do aplicativo de mensagens “Signal” de um usuário identificado como Michael Waltz. A rede social oferece criptografia de ponta a ponta e é usada por pessoas que buscam mais privacidade.
Após ser adicionado, Goldberg teve dúvidas sobre se o grupo era real. Até aquele momento, o jornalista achava que a Casa Branca usaria um canal mais seguro para compartilhar informações sensíveis.
Ele só acreditou na veracidade das mensagens dias depois, com o início dos ataques lançados de porta-aviões americanos sobre alvos houthis que foram debatidos no grupo.
Depois que percebeu que o bate-papo era real, ele se retirou e começou a escrever a história “para expor a violação de segurança”.
Goldberg também enviou uma mensagem para Waltz na rede social Signal, além de um e-mail para várias autoridades dos EUA, com perguntas sobre se o grupo era real e se as autoridades sabiam que ele estava incluído.
Isso poderia ser uma violação da Lei de Espionagem?
O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Mike Waltz, confirmou pausa na inteligência esta quarta-feira (05/03) — mas ainda não se sabe alcance da decisão. — Foto: REUTERS
Os advogados de segurança nacional entrevistados pela “The Atlantic” defendem que Waltz pode ter violado a Lei de Espionagem americana. A lei federal, promulgada pela primeira vez em 1917, criminaliza quem transmite informações sensíveis e põe em risco as operações das forças armadas dos EUA.
Os especialistas apontam ainda que a legislação do governo americano impede que temas do tipo sejam tratados em aplicativos de mensagens, e que os textos — sejam eles sigilosos ou não — não poderiam ser apagados, como aconteceu no grupo coordenado por Waltz.
Os advogados alertam que informações confidenciais e sigilosas não devem ser compartilhadas em aplicativos comerciais de celular, e números desconhecidos — como o de Goldberg — não devem ser incluídos. O jornalista não tem a autorização de segurança necessária para visualizar informações secretas.

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