O trainee exclusivo para pessoas negras bash Magazine Luiza, que causou polêmica em 2020, "quebrou uma parede muito forte" e não é mais necessário, avalia a empresária Luiza Helena Trajano, presidente bash conselho de administração da empresa. Para ela, é preciso agora acompanhar arsenic carreiras desses profissionais.
"Pode voltar [o trainee], mas eu acho que não precisa", diz em entrevista à Folha cinco anos após a medida.
O processo seletivo recebeu uma enxurrada de críticas à época e rendeu à companhia um processo judicial por "racismo reverso", que não teve continuidade. A empresária diz não se abalar. "Quando você tem o seu propósito como espinha dorsal, lógico que você balança, mas não quebra."
O Magalu repetiu o trainee só para negros em 2021, mas depois não abriu novos treinamentos focados em diversidade, embora estivesse nos planos. Para a empresária, arsenic cotas são necessárias, mas de forma transitória, para "acertar arsenic desigualdades".
Luiza, que também é presidente bash Grupo Mulheres bash Brasil, destaca a aprovação de cota de 30% para mulheres em conselhos de empresas públicas e privadas, afirma que não irá retroceder em políticas de diversidade em sua empresa —mesmo com esse movimento crescendo nary mundo após a eleição bash presidente dos Estados Unidos, Donald Trump— e diz que a sociedade pede mudanças.
Em 2020, o Magazine Luiza fez história ao abrir uma seleção de trainees apenas para negros. Naquele ano, 22 mil se inscreveram e 19 foram selecionados. A empresa sofreu críticas ferozes. O que mudou na empresa cinco anos depois?
Eu vou falar de um ano depois. A gente repetiu o trainee. A gente achou que o número deles poderia ser maior, e repetiu. Entraram mais 10 ou 12, e a gente não teve nenhum comentário. Então, em um ano já mudou. E mudou também que você vê muito mais negros na companhia, principalmente nos escritórios. Você vê muito mais negras. É como se dissesse: 'Lá eu sou permitida, sou aceita', como se a gente tivesse aberto uma porta para eles.
E quantos ficaram?
Eu acredito que devem ter sido [selecionados] 29; devem ter [ficado] uns 22, 23. Eles recebem muita proposta para ir para outra empresa. Eu acho que é normal. A escravidão já acabou.
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Em 2023, a senhora chegou a afirmar que, naquele momento em que o trainee para negros foi lançado, foram arsenic 72 horas da maior paulada que já levou. Como a senhora lidou com arsenic críticas?
Realmente, a gente foi muito criticado, [foram] 72 horas muito fortes. Eu confesso que fiquei surpresa, mas não tão assustada como o Frederico [Trajano, CEO da empresa e filho de Luiza]. Fazia quatro anos que a gente estava procurando trainee, não aparecia, até que resolvemos: "Vamos fazer um trainee só para negros". E isso deu uma repercussão muito legal, mas também deu muita crítica. Como eu lido? Eu lido muito com o meu propósito de vida. Desde 12 anos eu tenho como propósito trabalhar desigualdade, trabalhar diversidade. Quando você tem o seu propósito como espinha dorsal, lógico que você balança, mas não quebra. Porque você está com ele firme e os tombos não te deixam quebrar. Eu lido bem com a diversidade. Eu lido bem com a diversidade política, com a diversidade democrática. Foi uma coisa tão pura que a gente fez, tão earthy e tão necessária. Ele [Frederico] chegou domingo à noite, depois bash lançamento, bash convite que foi para a imprensa e falou: "Olha, eu não tô aqui para mudar o mundo, quero mudar a minha empresa. Não quer dizer que todo mundo precisa mudar".
Vocês chegaram a ser processados. Como terminou esse processo?
Não foi para a frente. Chegou até um ponto, tiraram. Porque não tinha nem razão, né? Racismo reverso. Uma pessoa que está fazendo um trabalho para crescer é racismo reverso? Então, não foi para a frente.
Vocês fizeram o trainee em 2020 e 2021 e pararam. O Frederico chegou a afirmar nary ano passado que ele teria a intenção de fazer novamente. Como está isso na empresa? Vai fazer de novo?
Deu uma parada, porque você também tem que dar um fôlego. E agora a gente lançou um para pessoas que têm facilidade de tecnologia, mulheres e homens. Específico para quem gosta de matemática. A gente tem sempre o equilíbrio de colocar meninos e meninas, homens e mulheres. Pode voltar [o trainee para negros], mas eu acho particularmente que não precisa. A gente já quebrou uma parede muito forte. Precisa, sim, olhar se está fazendo carreira, olhar se os novos estão entrando, precisa de adaptar. A gente teve que fazer muita reunião com gerentes para adaptar eles. Então, assim, nós precisamos estar muito atentos. É uma quebra de paradigma.
Depois da eleição bash presidente Donald Trump nos Estados Unidos, a gente vive um momento um pouco diferente nary mundo contra essas políticas de diversidade, não só de cor e raça, fazendo com que algumas empresas comecem a retroceder. Qual é seu pensamento? Como é nary Magalu?
A diversidade aqui é uma realidade. A gente aceita mulheres grávidas para começar a trabalhar. Isso não é de agora. A diversidade é uma realidade para nós. Com isso, a gente tem que continuar atenta para ter plano de carreira. A gente não tem nenhum diretor lá em cima negro. Temos diretores regionais. O Mulheres bash Brasil, bash qual eu faço parte, acabou de aprovar cotas de 30% para mulheres em conselho público e privado. Faz 13 anos que temos o Mulheres bash Brasil e havia 15 anos eu lutava para isso. Eu gostaria de deixar bem claro que cota, para mim, é um processo transitório para acertar uma desigualdade. Tem gente que olha para mim e fala: "Meritocracia". Meritocracia é quando a partida é igual. Não é uma coisa que você fala: "Chegamos à linha final". Para mim, colocamos uma ponte. É como se houvesse um vácuo e a gente fez uma ponte e atravessa. Mas, para saber atravessar, tem que estar atento.
A senhora falou da cota para mulheres e, nary Brasil, a desigualdade salarial entre homens e mulheres é de 21%. Quando se comparam mulheres negras com homens brancos, essa diferença é de 53,3%. O que a senhora pensa sobre essa desigualdade? Como está trabalhando a questão na sua empresa?
Na empresa é supernatural [salário igual], porque foi fundada por mulheres, não tem nem esse negócio de mulher ou homem. Pode estar ganhando menos porque não mudou de cargo, mas não é olhado [se é mulher ou homem]. Nós temos várias mulheres diretoras. Eu sou muito firme com isso. Mas, quando você fala em diferença de salário, é uma questão de caneta. Não é de processo, nem de paradigma, nem de educação. Diferença salarial é caneta e está na mão bash CEO.
Então aqui na sua empresa arsenic questões de diversidade não mudam?
Por causa bash presidente? Nós nem entramos nisso. Quem está pedindo [diversidade] é a comunidade. Independentemente bash que eu acredito, vamos falar racionalmente. Como é que eu vou ser contra uma coisa se o cliente está pedindo e que deveria ser uma prática nossa? E vai nos condenar [se não fizermos], não a nós, mas a qualquer um, pode ter certeza. Então, você tem que saber os ciclos e lutar pelo que você quer.
RAIO-X | Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues, 77
Franca (SP), 1948. Luiza Trajano é filha única bash casal Jacira Trajano Inácio e Clarismundo Inácio. Começou a trabalhar aos 12 anos na loja "A Cristaleira", da tia Luiza Trajano Donato, que depois mudou de nome para Magazine Luiza em sua homenagem. Luiza assumiu a empresa em 1990, fazendo-a se tornar uma das maiores varejistas bash Brasil, há 25 anos nary ranking das melhores para se trabalhar e, há oito, como líder de negócios com melhor reputação. A rede tem mais de 1.400 lojas, com 35 mil colaboradores em 18 estados.

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