Muitos acreditavam que Macron não seria capaz de cumprir a promessa de reparar o monumento de 860 anos no curto prazo anunciado no dia seguinte ao desastre, em 2019.
O que deveria ser um momento de glória para Macron, no entanto, é ofuscado pela crise de governabilidade que a França enfrenta. O país está sem primeiro-ministro, sem orçamento para o ano que vem e com um Parlamento sem maioria para montar um governo.
Boa parte dos franceses culpa Macron pela confusão política atual. Depois que o partido do presidente foi derrotado nas eleições de junho do ano passado, Macron chocou o próprio gabinete e o país ao dissolver a Assembleia Nacional e apelar para eleições antecipadas.
O resultado, prometeu ele, ofereceria ao país algum “esclarecimento”. No entanto, as urnas mostraram algo que não era esperado: os eleitores elegeram um Parlamento confuso e, num impasse, com assentos divididos. Nenhum possui caminho aberto para aprovar projetos de lei.
O secretário-geral do Partido Socialista, que representa parte da esquerda, disse que aceita participar de um novo governo, com a condição de que o primeiro-ministro seja da mesma ala política. O problema é que a extrema direita exige o mesmo.
Em pronunciamento após a saída do primeiro-ministro, Macron colocou a culpa da instabilidade política no que chamou de “aliança de extremos, da esquerda e da direita”, e se recusou a assumir responsabilidade pela crise.
O presidente insistiu que segue no cargo até o fim do mandato, em 2027, e disse que vai anunciar um novo premiê nos próximos dias.
Analistas políticos e a imprensa francesa acreditam que a escolha só sai semana que vem, depois das cerimônias de reabertura de Notre-Dame, em uma tentativa de concentrar as atenções no evento.
Para Caroline Pavese, analista e doutora em Relações Internacionais pela London School of Economics, Marcon acerta em utilizar a restauração como demonstração da força e da capacidade de se reconstruir, mas isso não será suficiente para superar a situação.
“A Notre-Dame, como a Torre Eiffel, é um símbolo importante para a população francesa. Houve grande comoção quando ocorreu o incêndio, e a população acompanhou o processo de restauro com expectativa. É um alívio para os franceses restaurar esse símbolo importante”, afirma.
Para Pavese, a reabertura não deve ser vista como um grande legado do governo Macron, apesar de o presidente tentar se posicionar como o novo grande líder 'mediador' da Europa, após o vácuo deixado pela saída de Angela Merkel, ex-chanceler da Alemanha.
“Passando o momento, vamos continuar vendo o esvaziamento da liderança do Macron. Vamos ter dificuldade de ver um governo estável até o final do mandato, e não há nenhum partido ou maioria no Congresso. A reabertura não vai salvar Macron da crise", analisa.
"Mesmo assim, o símbolo da identidade nacional, transcende a importância de qualquer governo e vai mobilizar a população num sentimento de alívio com o elo com a identidade francesa restaurado”, defendeu Pavese.
Macron reabre Notre-Dame em meio à crise política na França — Foto: Jacqueline Santiago/GloboNews

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