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Curdos sírios apoiados pelos EUA tomam controle da cidade de Deir el-Zor, no leste da Síria, diz agência

A aliança entre os combatentes e os EUA, , conhecida como Forças Democráticas Sírias, assumiu a cidade, a terceira a sair do controle do presidente Bashar al-Assad em uma semana.

"Queremos uma desescalada com o Hayat Tahrir al Sham (HTS) e outras partes, e que nossos problemas sejam resolvidos através do diálogo", declarou à imprensa Mazlum Abdi, chefe das Forças Democráticas Sírias, que controlam áreas inteiras do nordeste do país.

Na opinião de Abdi, o rápido avanço dos rebeldes dominados pelo HTS do norte da Síria em direção ao centro traz "uma nova realidade política e militar" na Síria.

Mais cedo, o diretor da ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), revelou que as forças sírias e seus aliados apoiados pelo Irã haviam se retirado "repentinamente" de Deir el-Zor.

"As forças do regime sírio e os combatentes dos grupos aliados apoiados pelo Irã se retiraram repentinamente da cidade e de suas imediações, com colunas de soldados seguindo para o centro da Síria", declarou.

Omar Abu Layla, um ativista da plataforma de mídia Deir Ezzor 24 com contatos na cidade, também disse à Reuters que as forças do governo sírio e os combatentes iraquianos apoiados pelo Irã haviam se retirado de Deir el-Zor antes da chegada das SDF.

Rebelde do grupo Organização para a Libertação do Levante (HTS, na sigla local) durante incursão na cidade de Aleppo, em novembro de 2024. — Foto: Mahmoud Hasano/ Reuters

Nesta sexta, os rebeldes, que tentam derrubar o regime de Assad, avançavam em direção a Homs após conquistar a cidade estratégica de Hama. Em paralelo, tiros foram ouvidos perto do palácio presidencial na capital Damasco, e a Rússia, aliada do ditador sírio, pediu que seus cidadãos deixem o país do Oriente Médio.

E a Jordânia, país que faz fronteira com a Síria, fechou todos os acessos ao país vizinho.

Embora seja sediado no Líbano, de onde luta contra Israel, o Hezbollah também tem frentes em conflitos internacionais e vinha apoiando as forças sírias. O grupo extremista perdeu força desde o início da guerra que trava com Israel, mas, mesmo assim, deslocou tropas de elite para a Síria, segundo membros do Exército libanês ouvidos pela agência de notícias Reuters.

As tropas do Hezbollah tentarão conter, ao lado do Exército sírio, os rebeldes do movimento Organização para a Libertação do Levante (HTS, na sigla local) que, nesta manhã, se aproximavam da cidade, a quarta maior do país.

A ofensiva dos rebeldes reacendeu a guerra na Síria, que acontece desde 2011. O conflito estourou durante manifestações da Primavera Árabe que começaram a pedir a derrubada do regime de Asad e foram duramente reprimidas pelo Exército.

Grupos rebeldes entraram então em conflito com as forças de Asad, que perdeu o controle de alguns territórios mas conseguiu se manter no poder, principalmente pelo apoio da Rússia e do Irã, seus aliados.

O líder dos rebeldes islamistas sírios declarou ao canal CNN que o "objetivo" de sua ofensiva relâmpago na Síria é "derrubar" o governo do presidente Bashar al-Assad.

"Quando falamos de objetivos, a finalidade da revolução continua sendo derrubar este regime. Temos o direito de utilizar todos os meios disponíveis para alcançar esta meta", declarou Abu Mohamed al-Jolani em uma entrevista à publicada nesta sexta-feira (6).

O comandante dos rebeldes afirmou nesta sexta que está coordenando com a Rússia, que apoia o governo sírio, e os Estados Unidos o desenvolvimento do conflito.

Os combates entre rebeldes e as forças sírias provocaram o deslocamento de 280 mil sírios desde 27 de novembro, devido ao avanço dos grupos islamistas na Síria, informou a ONU nesta sexta-feira (6), com o alerta de que o número pode chegar a 1,5 milhão.

"O número que temos é de 280.000 pessoas desde 27 de novembro. Está atualizado até a noite de ontem. Não inclui o número de pessoas que fugiram para o Líbano durante a recente escalada" dos combates entre Hezbollah e Israel, declarou Samer AbdelJaber, diretor de coordenação de emergências do Programa Mundial de Alimentos, durante uma entrevista coletiva em Genebra.

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