Mais antigo jornal em circulação no país, o Diario de Pernambuco, com sede no Recife, completou 200 anos de fundação nesta sexta-feira (7).
Nesta sexta, em uma cerimônia de homenagem ao jornal, o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP) abriu uma lata lacrada pelo historiador e jornalista Narsson Figueiredo em 1925, quando o jornal completava 100 anos.
Na chamada cápsula do tempo foram encontrados objetos que simbolizam o período: um abridor de cartas, uma caneta e exemplares originais do Diario de Pernambuco.
Também nesta sexta, o jornal, que nasceu como um veículo de anúncios, deu destaque à sua primeira edição. O exemplar tinha quatro páginas e foi rodado na casa do seu fundador, o tipógrafo Antonino José de Miranda Falcão, no centro do Recife.
"Faltando nessa cidade assaz populosa um Diario de annuncios, por meio do qual se facilitassem as transações, e comunicasse ao publico noticias, que a cada um em particular podem interessar, o administrador da Typographia de Miranda se propoz a publicar todos os dias da Semana excepto os domingos somente o presente Diario", informava o primeiro texto impresso.
O jornal passou por outras mãos e chegou a pertencer por décadas aos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, consolidando-se como uma referência no Nordeste. Atualmente, é comandado pelo empresário Carlos Frederico Vital.
Outra lembrança resgatada pelo veículo nesta sexta foi a da "perna cabeluda", lenda urbana explorada em cena do filme "O Agente Secreto", do pernambucano Kleber Mendonça Filho, que ganhou as páginas do Diario em 1975.
Naquele ano, o repórter Raimundo Carrero ficou encarregado de falar com um morador de São Lourenço da Mata que dizia ter sido atacado por uma perna cabeluda. A história ganhou as páginas do jornal, sob o título "Perna fantasma surge em moradia em Tiúma", e relatos semelhantes se multiplicaram pela Região Metropolitana do Recife.
Em 2022, o acervo físico do jornal começou a passar por um processo de restauração e digitalização no Laboratório Liber da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).
"O trabalho continua, estamos bem próximos de encerrar o século XIX. Recebemos agora novos scanners que vão adiantar o trabalho. Já a restauração é mais lenta. É um trabalho delicado e os livros estão deteriorados", disse o professor Marcos Galindo à Folha, nesta sexta.
Em janeiro deste ano, foi publicada uma lei municipal que dá ao jornal o título de Patrimônio Imaterial Histórico e Cultural do Recife.
O veículo tem seu acervo reconhecido como patrimônio cultural material do Brasil por lei sancionada pelo presidente Lula (PT) no ano passado.
Para marcar os 200 anos, o jornal também fez uma festa na última segunda-feira (3), no Teatro de Santa Isabel, com a presença de políticos e autoridades. Do lado de fora, um grupo de ex-funcionários do jornal protestou contra atrasos de pagamento de rescisões.
Em nota, o Sinjope (Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Pernambuco) e a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) afirmou que "a grande maioria dos jornalistas demitidos em anos recentes" pelo jornal não receberam as verbas rescisórias devidas.
A reportagem tentou contato por telefone com a diretoria do jornal nesta sexta, mas não recebeu resposta.

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