Além de representar reflexos ambientais, o plástico descartado incorretamente significa perdas financeiras. Segundo o presidente e diretor-executivo da Alliance To End Plastic Waste (Aliança para Acabar com o Resíduo Plástico), Jacob Duer, estudos indicam que o valor desse material, que poderia ser reaproveitado, mas que acaba em locais indevidos, lixões ou queimado, chega a algo entre US$ 80 bilhões e US$ 120 bilhões por ano no mundo.
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Além de representar reflexos ambientais, o plástico descartado incorretamente significa perdas financeiras. Segundo o presidente e diretor-executivo da Alliance To End Plastic Waste (Aliança para Acabar com o Resíduo Plástico), Jacob Duer, estudos indicam que o valor desse material, que poderia ser reaproveitado, mas que acaba em locais indevidos, lixões ou queimado, chega a algo entre US$ 80 bilhões e US$ 120 bilhões por ano no mundo.
“Queremos que os resíduos que têm valor sejam recolhidos e reciclados para criar uma economia circular”, defende Duer. Porém, para isso ocorrer algumas mudanças precisam ser feitas. O dirigente lembra que cerca de 3 bilhões de seres humanos não têm acesso à coleta de lixo e não sabem o que fazer com os resíduos. Isso acaba causando enormes transtornos para a sociedade. “Já vimos muitas imagens terríveis que mostram 10 milhões de toneladas de plásticos chegando aos nossos oceanos todos os anos e precisamos acabar com isso”, sustenta Duer.
A diretora de economia circular da Braskem, Fabiana Quiroga, admite que o planeta se encontra diante de um cenário bastante desafiador quanto à escassez de recursos e às mudanças climáticas. Por esse motivo, ela considera essencial pensar de forma circular, com um consumo consciente e o descarte de forma adequada, com a possibilidade de reaproveitar o que seria resíduo como uma nova matéria-prima.
Já o diretor institucional do Instituto Recicleiros, Erich Burger Neto, reforça que a economia circular é formada por fases como consumo, descarte, pós-consumo e retorno do material para a indústria e hoje, no Brasil, há uma precariedade em toda essa cadeia. “Quando a gente vai para a prática, falta tudo, falta responsabilização, consciência, ação, investimento, uma série de coisas que só vão ser resolvidas se conseguirmos olhar para isso de uma maneira sistêmica”, aponta o diretor institucional do Instituto Recicleiros.
Por sua vez, a gerente de Assuntos Regulatórios e Sustentabilidade da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Camila Hubner, diz que a adoção da economia circular é algo que não tem mais volta e as ações nesse sentido precisam estar conectadas globalmente. Ela adianta que está se aguardando ansiosamente a publicação do decreto de logística reversa de embalagens plásticas no Brasil. O documento, de acordo com a integrante da Abiquim, abordará questões de governança, financiamento e metas de conteúdo reciclável.
A questão da economia circular foi um dos assuntos tratados nesta quinta-feira (15) durante o World Circular Economy Forum que ocorre no Cazoolo – laboratório de design de embalagens circulares da Braskem, em São Paulo. No encontro, o diretor de Sustentabilidade para a América Latina da Electrolux, João Zeni, ressaltou que as pesquisas com os consumidores apontam que as prioridades dos clientes ainda são preço, design e qualidade, antes da questão de o produto ser feito com um material reciclado ou não.
No entanto, Zeni vê a economia circular como uma oportunidade de negócio, especialmente, para o futuro. Ele antecipa que a expectativa é que novas legislações também devam seguir nessa direção. O executivo acrescenta que a Electrolux lançou recentemente a meta de até 2030 atingir 35% de conteúdo reciclável nos seus produtos, considerando plástico e aço.
Consumo de bioplásticos deve crescer cerca de 18% ao ano até 2029
Assim como a reciclagem, o emprego de biopolímeros, feitos de matérias-primas renováveis como o etanol da cana-de-açúcar, é outra estratégia que está sendo adotada para mitigar os impactos dos plásticos no mundo. O responsável pelo Polietileno de Fonte Renovável da Braskem para a América do Sul, Alex Duarte, adianta que a perspectiva é de que o uso dos bioplásticos no planeta cresça aproximadamente 18%, ao ano até 2029.
Entre os segmentos da economia que devem puxar o incremento, Duarte cita as áreas automotiva, de cosméticos e alimentícia. “A humanidade está percebendo quanto estamos conectados e o Brasil vai fazer parte da solução”, avalia a executiva da Rede Empresarial Brasileira de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV), Sônia Karin Chapman.
Contudo, a diretora de Sustentabilidade da Tetra Pak, Valéria Michel, complementa que o consumidor brasileiro, em geral, ainda não tem muito claro o que é um produto de origem renovável. Mesmo assim, ela salienta que o uso de biopolímeros está alinhado com a estratégia da Tetra Pak de atingir o net zero (meta de compensar ou eliminar as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera) de suas operações até 2030 e na sua cadeia de valor (abrangendo a cadeia de clientes e fornecedores) até 2050. “É um caminho longo”, diz Valéria.
Sobre a possibilidade de elevar a produção de resinas plásticas renováveis no Brasil a partir do etanol, o especialista em bioeconomia Flavio Castellari assinala que não haveria grandes obstáculos para aumentar a oferta de álcool no Brasil. Ele cita que hoje apenas cerca de 1% do território brasileiro é dedicado ao plantio de cana-de-açúcar. Além de área para incrementar o desenvolvimento dessa cultura, Castellari ressalta que a tecnologia tem evoluído e elevado a produtividade. “Estamos indo para uma produção de 100 toneladas (de cana) por hectare”, afirma o especialista.

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