A sucessão no comando da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) quando parecia que poderia ter um desfecho mais consensual, após o empate entre as duas chapas concorrentes, voltou a ficar "confusa". Os dois candidatos, o atual presidente, Antônio Cesa Longo, e Lindonor Peruzzo Junior, tiveram 61 votos cada na eleição no começo de fevereiro.
A palavra foi usada por uma fonte que acompanha de perto a disputa mais acirrada e dividida na história da entidade que representa quase 7 mil pontos de venda e mais de R$ 60 bilhões de faturamento anual e que surfa período de crescimento, mesmo com efeito da enchente de 2024 e inflação e juros que podem restringir investimentos.
O conselho superior da Agas aprovou nessa quinta-feira (27) proposta para conciliação, com os dois adversários dividindo o mandato. A votação foi de seis votos favoráveis à divisão de mandato e dois contra, defendendo a convocação de nova eleição. São dez integrantes no órgão. Um não compareceu, e Longo se absteve. Pela proposta, o presidente atual fica no cargo em 2025, e Peruzzo Junior assume em 2026.
Mas a oposição, que tem alguns ex-componentes do atual grupo que dirige a entidade, já tinha pronto um edital, publicado no Jornal do Comércio desta sexta-feira (28), convocando assembleia para 18 de março no Hotel Deville, em Porto Alegre. Segundo Peruzzo Júnior, foi acrescentada à pauta a proposta do conselho sobre compartilhar o mandato.
A direção da entidade faria a agenda da assembleia após registrar a ata do conselho, segundo apurou a coluna Minuto Varejo. Mesmo a convocação pela oposição pode ser questionada. O apoio de um quinto dos associados, que assinam o edital, para chamar a plenária, observa apenas quem está em dia com a Agas, mesma regra para votar na eleição.
Na pauta, está avaliar o mandato compartilhado e, se for rejeitado, já fazer um "segundo turno", no próprio local e dia. A votação para desempate não está prevista no estatuto da Agas. Justamente, pela falta de regra, que o impasse foi instaurado.
Peruzzo Júnior falou à coluna que a convocação da plenária é para agilizar a decisão e resolução do pleito. Negou que fosse desconfiança sobre a condução do processo pela direção. "Não queremos que seja uma decisão hostil. Estamos cumprindo o estatuto. Não queremos briga e nem racha", diz o adversário da situação, contrário ao fatiamento do mandato.
"Melhor eleição. Um ganha e outro perde e tudo certo. Aí, vamos pensar como construir daqui a dois anos", demarcou Peruzzo Júnior, com rede supermercadista com sede em Bagé, o Peruzzo, dono também do atacarejo Ecomix. Longo, desde 2002 na presidência, é dono da rede Apolo, de Bento Gonçalves, com atuação na Serra.
A divisão na entidade é gerada por diferenças na condução política em temas que envolvem negociações com o governo estadual, como as sempre criticadas alíquotas de ICMS. Longo é vista como mais moderado. O opositor tem perfil mais combativo, principalmente em assuntos como tributação.
"Independentemente de quem ganhar, no dia seguinte estamos juntos", garante Peruzzo Júnior.
Longo não chegou a comentar os capítulos mais recentes da disputa. A expectativa se volta agora à posição frente a assembleia convocada pela oposição. Mais um lance que reforça o nível de disputa pelo comando da associação supermercadista.

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