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Em meio à ofensiva israelense, ONU recebe autorização para entrada de 100 caminhões de ajuda humanitária em Gaza

“Solicitamos e recebemos aprovação para mais caminhões entrarem hoje. (...) São cerca de 100, bem mais do que os autorizados ontem”, disse Jens Laerke, porta-voz do escritório humanitário da ONU, durante coletiva de imprensa em Genebra.

Os caminhões contêm comida e suprimentos para bebês e crianças, segundo Laerke. “Sabemos com certeza que há bebês em necessidade urgente e vital desses suplementos. E, se não os receberem, estarão em perigo de morte”, disse o porta-voz.

A ONU afirma repetidamente que Gaza, com uma população de cerca de 2,3 milhões de pessoas, precisa de pelo menos 500 caminhões por dia, entre ajuda humanitária e bens comerciais. Ao longo da guerra, caminhões com ajuda têm aguardado semanas e até meses na fronteira para entrar em Gaza.

“O próximo passo é recolhê-los e, em seguida, distribuí-los por meio do sistema já existente —aquele que já se mostrou eficaz”, afirmou Laerke, acrescentando que os caminhões continham alimentos para bebês e produtos nutricionais para crianças.

As taxas de desnutrição em Gaza aumentaram durante o bloqueio israelense e podem crescer exponencialmente se a escassez de alimentos persistir, alertou um responsável de saúde da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), durante a mesma coletiva.

“Tenho dados até o final de abril e eles mostram que a desnutrição está em alta”, disse Akihiro Seita, diretor de Saúde da UNRWA. “E a preocupação é que, se a escassez atual de alimentos continuar, o aumento será exponencial, podendo sair do nosso controle.”

Exército israelense mostra tropas em nova operação terrestre em Gaza

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Em uma declaração conjunta, o presidente francês, Emmanuel Macron, e os primeiros-ministros canadense, Mark Carney, e britânico, Keir Starmer, condenam a "odiosa linguagem usada recentemente por membros do governo israelense" e advertem que o deslocamento forçado permanente de civis viola o direito internacional humanitário.

Os três líderes prometem que não ficarão "de braços cruzados" enquanto o governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, "continua com essas ações escandalosas".

"Israel sofreu um atentado atroz em 7 de outubro. Sempre apoiamos o direito de Israel de defender os israelenses contra o terrorismo, mas esta escalada é totalmente desproporcional. Se Israel não puser fim à nova ofensiva militar nem interromper suas restrições à ajuda humanitária, adotaremos outras medidas concretas em resposta", disseram os líderes, sem informar quais seriam essas ações.

Sobre a conferência prevista para 18 de junho em Nova York sobre a solução de dois Estados, prometem "trabalhar com a Autoridade Palestina, os parceiros regionais, Israel e Estados Unidos para alcançar um consenso sobre as disposições para o futuro de Gaza, baseado no plano árabe".

"Estamos decididos a reconhecer um Estado palestino como contribuição para a realização de uma solução de dois Estados, e estamos dispostos a trabalhar com outros para tal fim", acrescentaram os líderes da França, Canadá e Reino Unido.

Segundo o último relatório do ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, a ofensiva israelense já deixou mais de 53.486 mortos no território, número considerado confiável pela ONU.

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