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Entrega de comida é suspensa em Gaza após tumultos e mortes

A Fundação Humanitária para Gaza (GHF), grupo controverso que coordena a distribuição, interrompeu a entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza nesta quarta para e pediu ao Exército de Israel para aumentar a segurança dos palestinos perto de seus pontos de distribuição de comida.

A GHF, grupo privado apoiado pelos EUA e responsável pela distribuição de ajuda humanitária em Gaza em associação com Israel, afirmou ter solicitado ao Exército israelense que "oriente o fluxo de pessoas de forma a minimizar confusões ou riscos de escalada" nas proximidades dos perímetros militares dos pontos de entrega de alimentos.

Outros pedidos feitos pela GHF aos israelenses são orientações mais claras para os palestinos e o aprimoramento do treinamento das tropas para garantir a segurança da população de Gaza.

"A nossa maior prioridade continua sendo garantir a segurança e a dignidade dos civis que recebem ajuda", disse um porta-voz da GHF. Um porta-voz militar de Israel alertou os civis para que não circulem nas áreas próximas aos pontos da GHF nesta quarta-feira, classificando-as como “zonas de combate”.

O novo processo de distribuição de ajuda, que opera apenas a partir de três pontos para atender mais de dois milhões de pessoas em Gaza, começou no fim de abril, em meio a uma nova ofensiva terrestre de Israel no território. Esta é a segunda vez que a distribuição de comida foi interrompida por causa do caos — a primeira foi na semana passada, quando os centros ficaram fechados durante algumas horas.

Organizações humanitárias internacionais criticam o modelo, que envolve seguranças armados, por militarizar a ajuda humanitária e tornar o acesso desigual a alimentos. A ONU critica o impedimento que Israel impôs à entrada de caminhões de ajuda internacional e considera os suprimentos entregues pela GHF até o momento como "uma gota no oceano".

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ONU: pelo 3º dia seguido, palestinos são mortos perto de centro de ajuda humanitária em Gaza

O Conselho de Segurança da ONU deve votar nesta quarta-feira uma resolução exigindo cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, além de acesso da ajuda humanitária em todo o território de Gaza. Os palestinos enfrentam uma grave crise humanitária com desnutrição generalizada após bloqueio total de 11 semanas imposto por Israel entre março e maio deste ano. (Leia mais abaixo)

"É inaceitável. Civis estão arriscando — e em muitos casos perdendo — suas vidas apenas para conseguir comida", disse o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, na terça-feira, acrescentando que o modelo de distribuição apoiado pelos EUA e Israel é “uma receita para o desastre, que é exatamente o que está acontecendo”.

A recém-criada GHF afirmou na terça-feira que já distribuiu mais de sete milhões de refeições desde que começou a operar, há uma semana. O diretor executivo interino da fundação, John Acree, fez um apelo a trabalhadores humanitários em Gaza: “Trabalhem conosco e faremos a sua ajuda chegar a quem está dependendo dela.”

Voto no Conselho de Segurança da ONU

A ONU responsabiliza Israel e a desordem em Gaza pela dificuldade na entrada e distribuição de ajuda no território em guerra. Israel, por sua vez, acusa o Hamas de roubar ajuda —algo que o grupo terrorista nega.

Os dez membros eleitos do Conselho de Segurança da ONU pediram que o órgão, composto por 15 países, vote nesta quarta-feira uma proposta de resolução que exige "um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente em Gaza, respeitado por todas as partes". O voto ocorrerá em sessão a partir das 17h (no horário de Brasília) desta quarta.

Uma resolução precisa de nove votos favoráveis e nenhum veto por parte dos membros permanentes — Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido ou França — para ser aprovada.

A guerra em Gaza começou em 2023, após militantes do Hamas matarem 1.200 pessoas em Israel no ataque de 7 de outubro e levarem cerca de 250 reféns para a Faixa de Gaza, segundo autoridades israelenses. Muitas das vítimas eram civis.

Israel respondeu com uma campanha militar que já matou mais de 54 mil palestinos, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza, ligada ao Hamas. Esses dados não distinguem combatentes de civis, mas as autoridades afirmam que a maioria das vítimas é de civis e que milhares de corpos ainda estão debaixo dos escombros.

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