O advogado de Sarkozy afirmou que o pedido de liberdade foi apresentado e que o ex-presidente escreverá sobre seu tempo na prisão.
Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy vai para a prisão para começar a cumprir pena de cinco anos — Foto: Sarah Meyssonnier/Reuters
Sarkozy, que foi presidente conservador da França entre 2007 e 2012, se tornará o primeiro ex-líder francês a ser preso desde o colaborador nazista Marechal Philippe Pétain, após a Segunda Guerra Mundial.
Durante seu deslocamento, o ex-presidente divulgou um comunicado na rede social X dizendo ser inocente.
"Quero lhes dizer, com a força inabalável que é a minha, que não é um ex-presidente da República que está sendo preso esta manhã — é um inocente", diz o pronunciamento.
Sebastien Cauwel, chefe do sistema prisional do país, incluindo a prisão de alta segurança La Santé, onde Sarkozy será encarcerado, afirmou que o ex-presidente ficará em isolamento.
Pessoas seguram um cartaz com o retrato de Nicolas Sarkozy e o slogan “França Forte” durante um ato convocado pelos filhos do ex-presidente, em apoio ao pai. — Foto: Benoit Tessier/Reuters
Acesso a TV, telefone fixo e Chuveiro privado
A condenação encerra anos de batalhas legais sobre alegações de que sua campanha de 2007 recebeu milhões em dinheiro do líder líbio Muammar Gaddafi, que foi posteriormente deposto e morto durante as revoltas da Primavera Árabe.
Embora Sarkozy tenha sido considerado culpado de conspirar com assessores próximos para organizar o esquema, ele foi absolvido de receber ou usar pessoalmente os fundos.
Ele sempre negou irregularidades e classificou o caso como politicamente motivado, afirmando que os juízes buscavam humilhá-lo. Ele recorreu da decisão, mas a natureza da sentença exige que ele vá para a prisão enquanto o recurso é analisado.
O ex-presidente já havia sido condenado em outro caso de corrupção, no qual foi considerado culpado de tentar obter informações confidenciais de um juiz em troca de favores de carreira, cumprindo a pena com uma tornozeleira eletrônica.
A unidade de isolamento de Sarkozy na prisão La Santé, em Paris — que já abrigou o militante de esquerda Carlos, o Chacal, e o líder panamenho Manuel Noriega — mantém os presos em celas individuais e separados durante atividades ao ar livre por razões de segurança.
As condições são similares ao restante da prisão: as celas medem de 9 a 12 metros quadrados e, após reformas, agora incluem chuveiros privativos.
Sarkozy terá acesso a uma televisão — mediante taxa mensal de 14 euros — e a um telefone fixo.
"O Conde de Monte Cristo" na lista de leitura
O advogado de Sarkozy, Jean-Michel Darrois, disse à rádio Franceinfo que o ex-presidente estava se preparando para a prisão levando suéteres e protetores auriculares.
“Ele preparou algumas malas com suéteres, pois a prisão pode ser fria, e protetores auriculares, porque pode haver muito barulho”, disse Darrois.
Sarkozy também contou ao jornal Le Figaro que levaria três livros para sua primeira semana na prisão, incluindo O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas — a história de um homem injustamente preso que trama vingança contra aqueles que o traíram.
A decisão de prender um ex-presidente provocou indignação entre aliados políticos de Sarkozy e a extrema-direita.
No entanto, a decisão reflete uma mudança na abordagem da França em relação a crimes de colarinho branco, após reformas introduzidas por um governo socialista anterior. Nas décadas de 1990 e 2000, muitos políticos condenados evitavam a prisão.
Para combater a percepção de impunidade, juízes franceses estão cada vez mais emitindo ordens de “execução provisória” — exigindo que as sentenças comecem imediatamente, mesmo enquanto os recursos estão pendentes, segundo especialistas e políticos ouvidos pela Reuters.
A líder da extrema-direita, Marine Le Pen, foi proibida de concorrer a cargos sob a mesma provisão de “execução provisória”, aguardando recurso no início do próximo ano.
De acordo com uma pesquisa da Elabe de 1º de outubro para a BFM TV, 58% dos franceses acreditam que o veredicto foi imparcial, e 61% apoiam a decisão de enviar Sarkozy à prisão sem esperar o recurso.
O presidente Emmanuel Macron, que manteve boas relações com Sarkozy e sua esposa Carla Bruni, disse na segunda-feira que se encontrou com Sarkozy antes da prisão. O ministro da Justiça, Gérald Darmanin, próximo a Sarkozy, afirmou à rádio France Inter que visitaria o ex-presidente.
*Com informações da Reuters.

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