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Exportação atípica de tabaco puxa resultado positivo da indústria gaúcha em janeiro

As exportações gaúchas da indústria de transformação tiveram um aumento expressivo em janeiro de 2025 em comparação com o mesmo período do ano passado, conforme estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). O crescimento foi de 8%. De acordo com o economista-chefe da Fiergs, Giovani Baggio, o tabaco foi o principal responsável por impulsionar os números, com um crescimento de 42,5% nas exportações, chegando a  US$ 405,1 milhões. O aumento foi tanto nas quantidades (+21,8%) quanto nos preços (+17,0%).

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As exportações gaúchas da indústria de transformação tiveram um aumento expressivo em janeiro de 2025 em comparação com o mesmo período do ano passado, conforme estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). O crescimento foi de 8%. De acordo com o economista-chefe da Fiergs, Giovani Baggio, o tabaco foi o principal responsável por impulsionar os números, com um crescimento de 42,5% nas exportações, chegando a  US$ 405,1 milhões. O aumento foi tanto nas quantidades (+21,8%) quanto nos preços (+17,0%).

"Quando vemos que no ano passado houve retração das exportações na indústria da transformação de forma geral, em torno de 3,4%, esse é um resultado positivo". Em termos financeiros, no ano passado a retração foi de US$ 500 milhões, enquanto neste ano o crescimento foi superior a US$ 120 milhões. Conforme explicou Baggio, os empregos na área do tabaco aumentam no início do ano, durante a época da colheita, mas as exportações costumam ser mais expressivas entre julho e outubro. 

No entanto, este ano, houve um deslocamento atípico das exportações para novembro, dezembro e janeiro, o que ocasionou a alta significativa do primeiro mês do ano. "As exportações de tabaco já haviam sido produzidas e vendidas, mas não embarcadas", afirmou, destacando que os problemas logísticos do ano anterior impactaram os embarques. "Tivemos conflitos que prejudicaram o comércio internacional, o que explica o volume expressivo registrado em janeiro".

Exportações de janeiro colocam o Rio Grande do Sul em posição de destaque

O fato de o Rio Grande do Sul ter alcançado a segunda melhor exportação para indústria da transformação da série histórica divulgada da Fiergs em janeiro, conforme o economista, fez com que o Estado se posicionasse em segundo lugar entre as unidades da federação que mais exportaram no segmento, perdendo apenas para São Paulo. "Normalmente ficamos na terceira ou quarta posição", ponderou. Fevereiro ainda pode registrar crescimento, mas não de forma tão expressiva quanto em janeiro.

Além disso, os preços cobrados ao mercado exterior estão maiores. "Estamos conseguindo vender nosso produto a preços mais elevados, repassando nossos custos, porque o mundo está reconhecendo a qualidade do produto gaúcho e estamos conseguindo abrir novos mercados", destacou.

Alimentos processados enfrentam queda em janeiro e estiagem pode impactar exportações futuras

As exportações de alimentos processados apresentaram queda de 11,7% em janeiro, chegando a US$ 325,9 milhões. "Alguns mercados, como o da China, estão demandando menos", comentou, citando como exemplo os alimentos do setor de abate e o óleo de soja. "É importante ficar atento, pois este é um setor que movimenta a nossa economia".

Com a estiagem que afetou o Rio Grande do Sul no início do ano, ele apontou que a produção de alimentos, como farelo de soja, pode prejudicar as exportações futuras. "Com a menor produção de grãos aqui, precisaremos importar de outros estados para fabricar esses alimentos, como ração para animais, o que torna a produção mais cara e pode impactar nossas vendas".

Crescimento dos países parceiros deve influenciar as exportações em 2025

O cenário das exportações para 2025 ainda é incerto, uma vez que o contexto geopolítico também o é. "De acordo com as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), espera-se que o crescimento mundial em 2025 seja muito semelhante ao de 2024. No entanto, ao observar nossos principais parceiros comerciais, vemos uma expectativa de desaceleração no crescimento".

"Vale destacar que também enfrentamos desafios nacionais, como taxa de juros e inflação. Por isso, acredito que o cenário será estável, com possível crescimento moderado. Não espero que seja semelhante ao que experimentamos no ano passado".

Desvalorização do dólar e seus efeitos sobre as exportações

Em relação à recente desvalorização do dólar, Baggio afirmou que, para as exportações, isso é uma via de mão dupla, variando de acordo com o segmento. "Com a desvalorização do dólar, nosso produto tende a ficar mais barato e atrativo para os compradores. Porém, nossa indústria também depende de importações, e com a moeda forte, o custo das compras aumenta. Assim, o impacto depende do grau de dependência de importação de cada setor", disse Baggio.

Exportações do agronegócio gaúcho atingem US$ 15,8 bilhões em 2024

De acordo com o governo estadual, as vendas externas do agronegócio do Rio Grande do Sul atingiram, em 2024, o terceiro melhor resultado da série histórica iniciada em 1997, totalizando US$ 15,8 bilhões. Esse resultado foi impulsionado pelo último trimestre do ano, que registrou o melhor desempenho da série, com US$ 4,7 bilhões em exportações, representando um aumento de 13,8% em comparação com o quarto trimestre de 2023.

Em comparação com 2023, ano em que o agronegócio alcançou o melhor resultado histórico, as exportações do setor apresentaram uma queda de 2,4%, com uma redução de US$ 395,9 milhões no valor exportado. O boletim "Indicadores do Agronegócio do Rio Grande do Sul", divulgado em 26 de fevereiro, mostra que o agronegócio foi responsável por 72,2% das exportações totais do Estado em 2024. O documento é produzido pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG).

De acordo com o pesquisador Sérgio Leusin Júnior, a redução nas exportações de cereais (-23,9%), carnes (-9,6%) e máquinas agrícolas (-32,5%) foi um dos principais fatores para o desempenho negativo. No entanto, os segmentos de fumo e seus produtos (+10,2%) e produtos florestais (+9,1%) apresentaram crescimento nas vendas externas.

Quarto trimestre do agronegócio gaúcho: crescimento em todos os segmentos

Considerando apenas o quarto trimestre de 2024, todos os seis principais segmentos do agronegócio gaúcho apresentaram crescimento nas exportações, com destaque para o complexo soja (+11,2%), fumo e seus produtos (+25,2%), produtos florestais (+33,5%), carnes (+10,1%), cereais, farinhas e preparações (+11,2%) e couros e peles (+11,5%).

"Em relação à soja, houve uma concentração mais expressiva das vendas externas no último trimestre, comparado a 2023. Além do apetite chinês, a desvalorização do real e a elevação dos prêmios de exportação podem ter contribuído para o aumento das exportações da soja em grão nesse período", analisou Leusin.

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