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O líder do Partido pela Liberdade (PVV), Geert Wilders, afirmou ter deixado o governo por conta de disputas sobre políticas de imigração, e porque os outros três partidos da coalizão não estavam dispostos a apoiar suas propostas para interromper a migração por asilo.
Wilders informou o primeiro-ministro, Dick Schoof, que todos os ministros da sigla também renunciarão a seus cargos. Como consequência, Schoof renunciou do cargo.
Após o anúncio de Wilders, membros do governo holandês fizeram reuniões de emergência para discutir os próximos passos, segundo a mídia local.
A possibilidade de uma eleição antecipada na Holanda ocorre em um momento de ascensão da extrema direita na Europa. O pleito será mais um teste para saber se a insatisfação dos europeus com a migração e o custo de vida pode minar a unidade dos países da União Europeia sobre como lidar com a Rússia e impulsionar o apoio ao presidente dos EUA, Donald Trump.
A decisão repentina de Wilders encerra uma coalizão já frágil, no poder há 11 meses, que vinha tendo dificuldades para alcançar consensos desde sua formação, em julho do ano passado. A perspectiva de novas eleições aumenta a incerteza política na quinta maior economia da zona do euro.
Também deve atrasar uma decisão sobre o aumento dos gastos com defesa para atender às novas metas da OTAN e deixará os Países Baixos com um governo interino quando receberem líderes mundiais para uma cúpula da aliança em Haia, ainda este mês.
Ascensão da extrema direita na Europa
Em outras partes da Europa, o candidato nacionalista Karol Nawrocki venceu por margem estreita a eleição presidencial na Polônia no domingo, enquanto o líder opositor tcheco eurocético Andrej Babis — ex-primeiro-ministro — lidera as pesquisas para a eleição de outubro.
Na Romênia, no entanto, o prefeito centrista de Bucareste, Nicusor Dan, venceu a eleição presidencial no mês passado, surpreendendo ao derrotar seu rival nacionalista de extrema direita.
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Os parceiros de coalizão de Wilders no governo holandês reagiram com incredulidade e indignação.
“É irresponsável derrubar o governo neste momento”, afirmou Nicolien van Vroonhoven, líder do partido centrista NSC.
Com a saída do PVV, os outros partidos têm a opção de tentar continuar como governo minoritário — o que, no entanto, não é esperado.
O líder da oposição, Frans Timmermans, afirmou que novas eleições são a única saída.
“Não vejo outra forma de formar um governo estável”, disse o líder da aliança entre trabalhistas e verdes.
Wilders venceu a eleição mais recente, em novembro de 2023, com uma margem surpreendente de 23% dos votos. No entanto, pesquisas recentes indicam que ele perdeu apoio desde que passou a integrar o governo.
Atualmente, seu partido aparece com cerca de 20% das intenções de voto, praticamente empatado com a aliança Trabalhista/Verde, que é atualmente a segunda maior força no parlamento.
Na semana passada, Wilders exigiu apoio imediato para um plano de dez pontos que incluía o fechamento das fronteiras a todos os solicitantes de asilo, a deportação de refugiados sírios de volta ao seu país e o fechamento de abrigos de asilo.
Outras propostas incluíam expulsar imigrantes condenados por crimes graves e usar o Exército para reforçar o controle de fronteiras.
Wilders, que foi condenado por discriminação contra marroquinos em 2016, não fazia parte formal do governo como líder ou ministro.
Ele só conseguiu fechar um acordo de coalizão com outros três partidos conservadores no ano passado após não obter apoio para se tornar primeiro-ministro.
O gabinete foi então liderado por Dick Schoof, um tecnocrata independente e não eleito, que já havia comandado a agência de inteligência holandesa (AIVD).
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