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Groenlândia chama anúncio de visita de delegação dos EUA de 'interferência estrangeira'

A Casa Branca informou neste domingo (23) que Usha Vance, esposa do vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, fará uma visita à Groenlândia esta semana. No entanto, o anúncio não agradou as autoridades da ilha, que vem sendo alvo da cobiça de Donald Trump.

Nesta segunda-feira (24), o primeiro-ministro interino, Mute Egede, chamou a visita de "provocação" e "interferência estrangeira", e garantiu que não haverá "nenhuma reunião" com a delegação, que, segundo ele, também inclui o conselheiro de Segurança Nacional americano, Mike Waltz, e o o secretário de Energia, Chris Wright.

"É necessário ressaltar que nossa integridade e nossa democracia devem ser respeitadas sem qualquer interferência estrangeira. Os americanos foram claramente informados que só poderá haver reuniões após a posse do novo governo", afirmou Egede no Facebook.

A delegação americana irá ficar na Groenlândia de quinta-feira (27) a sábado (29) para assistir, entre outros eventos, a uma corrida de cães de trenó.

Em entrevista ao jornal local "Sermitsiaq", Egede, que governa a Groenlândia de forma interina desde a derrota de seu partido nas recentes eleições legislativas, lamentou:

"Até recentemente, podíamos confiar nos americanos, que eram nossos aliados e amigos, e com quem gostávamos de trabalhar de perto, mas esse tempo acabou".

Seu provável sucessor, Jens-Frederik Nielsen, líder do partido de centro-direita que venceu as eleições, classificou os comentários de Trump sobre seu desejo de anexar a Groenlândia como "inapropriados".

"Não devemos ser forçados a um jogo de poder do qual nós mesmos não escolhemos fazer parte", disse ele há uma semana.

Brian Hughes, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, disse que a visita tem como objetivo "construir parcerias que respeitem a autodeterminação da Groenlândia e promovam a cooperação econômica".

"Esta é uma visita para aprender sobre a Groenlândia, sua cultura, história e povo, e para participar de uma corrida de trenós puxados por cães que os Estados Unidos têm orgulho de patrocinar, pura e simplesmente", afirmou.

O discurso do porta-voz é similar ao feito pelo filho mais velho do presidente americano, Donald Trump Jr., durante uma visita privada à ilha em janeiro.

As declarações de Trump sobre a Groenlândia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já expressou em várias ocasiões o desejo de assumir o controle do território, que pertence à Dinamarca, e não descartou o uso da força para isso.

Considerado importante para a segurança americana ante Rússia e China, a Groenlândia é a maior ilha do mundo. Coberta em 80% por gelo e com 57 mil habitantes - quase 90% deles inuítes -, ela possui hidrocarbonetos e minerais importantes para a transição energética.

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