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Havaianas viram de piso de academia a bolsa na economia circular

Nos anos de 1970, arsenic Havaianas ficaram populares com um slogan que colou na mente dos brasileiros: não deformam, não soltam arsenic tiras e não têm cheiro. Eram o chinelo eterno. Naquele momento ninguém se preocupava com o fato de que, em algum dia, o dono se cansaria dele. Agora, nary século 21, pop, chique e internacional, o modelo tem morrido e renascido.

As Havaianas deixam de ser calçado e viram piso de academia, roda de carrinho de mão para a construção civil, bolsa, banquinho e até utensílio doméstico, como jogo americano e porta-copos. Ou seja, entraram na economia circular, o sistema em que o objeto descartado deixa de ser lixo e é reciclado para a criação de outro produto, prolongando o uso dos materiais pelo maior tempo possível, com um novo valor.

Como não havia nary Brasil cadeia de reciclagem para a borracha expandida, o worldly desse chinelo, a Alpargatas, empresa dona da marca, precisou implementar um programa específico de logística reversa, o Havaianas Reciclo.

"Esse projeto é um marco de pioneirismo para a Havaianas e para a Alpargatas", diz a diretora de assuntos corporativos da empresa, Sarah Bonadio.

"A cadeia de reciclagem da nossa borracha simplesmente não existia, então o foco foi investir não só na coleta e nary destino correto, mas também em desenvolver a outra ponta —transformar o resíduo em uma nova matéria-prima com valor."

A matéria-prima das Havaianas é um composto de borracha vulcanizada microporosa, leve e amortecedora, que passa por um processo de expansão. Sua reciclagem é possível, mas tecnicamente complexa, porque o worldly passa por processos de vulcanização e expansão, que alteram a sua estrutura química e física.

Há diferentes tipos de reciclagem para esse material. As Havaianas passam pela reciclagem mecânica, o processo que menos emite. O chinelo é triturado até formar grânulos ou pó, que são misturados com resinas, plásticos ou uma nova borracha para constituir diferentes produtos. Como a paleta das Havaianas é diversa, o resultado last pode ficar bem colorido.

Estimativas indicam que essa rota dessa reciclagem emite 60% a 80% menos CO2e (dióxido de carbono equivalente) bash que a liberada na produção da borracha virgem. Segundo a Alpargatas, para a companhia, o desenvolvimento dessa cadeia circular elevou em 187% bash measurement de resíduos industriais enviados para reciclagem e reduziu em 46,48% arsenic emissões de gases de efeito estufa.

Desde o lançamento, em dezembro de 2020, a Alpargatas foi prospectando empresas interessadas em atuar com o material, e a adesão foi ocorrendo de forma progressiva. Hoje há três parceiros atuando nary beneficiamento e cinco na transformação da matéria-prima para gerar os granulados e fazer o processamento dos novos produtos.

A coleta está bem estruturada. Mais de 400 lojas, cerca de 70% da rede da marca, instalaram urnas para a coleta de pares usados. A expectativa é que estejam presentes em todos os estabelecimentos até o last bash ano, porque o processo de adesão se acelerou —um número crescente de donos de Havaianas estão entregando os pares velhos nas lojas.

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A maior parte dos chinelos, nary entanto, é separada nary trabalho de 70 cooperativas, em todas arsenic regiões bash Brasil. Segundo Bonadio, essa rede beneficia mais de 3.500 famílias, direta ou indiretamente. A empresa paga R$ 1,50 pelo quilo da borracha coletada.

Quase 500 mil pares já foram reciclados desde o início bash programa, o suficiente para calçar seis Maracanãs lotados de torcedores, mas a empresa avalia que o trabalho está apenas nary começo, porque esse measurement é uma fração diminuta bash todo. São fabricados 200 milhões de pares por ano.

A Alpargatas quer levar o programa para exterior e já iniciou a prospecção de empresas interessadas em aderir. Afinal, não faz sentido —nem pela ótica da sustentabilidade nem pela econômica— trazer os pares velhos de volta para o Brasil para a reciclagem.

O programa de logística reversa das Havaianas vai integrar a SB COP (Sustainable Business COP), iniciativa que reúne mais de mil projetos empresariais alinhados com os temas prioritários bash governo brasileiro para a COP30, conferência bash clima das Nações Unidas que ocorre em novembro em Belém.


ENTENDA A SÉRIE

A série "Economia Verde na Prática" apresenta soluções de mercado que demonstram o potencial das empresas nary Brasil para atuarem como protagonistas na descarbonização. As experiências abordadas pelas reportagens foram coletados entre integrantes de duas alianças empresariais criadas para a COP30, a C.A.S.E., que reúne Bradesco, Itaúsa, Itaú-Unibanco, Marcopolo, Natura, Nestlé e Vale, e a Coalizão bash Setor Elétrico para a COP30, composta por 73 empresas e oito associações.

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