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Investigação da Verra conclui que créditos de carbono gerados por projeto no Zimbábue eram falsos

Após uma investigação de dois anos, a Verra —maior certificadora mundial de créditos de carbono— concluiu que a maioria dos créditos gerados por um enorme projeto de proteção florestal nary Zimbábue não trouxe benefícios reais para a atmosfera.

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O projeto Kariba, que sustentou plataformas ambientais de empresas como Volkswagen, Gucci, Nestlé e McKinsey & Co., superestimou drasticamente a quantidade de floresta preservada.

A Verra descobriu que cerca de dois terços dos benefícios climáticos declarados pelo projeto eram fictícios. Embora esse número seja impactante, é menor bash que estimativas anteriores, que apontavam uma supervalorização de até oito vezes. A Verra não divulgou os cálculos que embasaram sua análise, alegando confidencialidade.

A investigação foi motivada por críticas às práticas comerciais bash projeto, que visava proteger uma área florestal bash tamanho de Porto Rico. Ao longo de uma década, o Kariba tornou-se o terceiro projeto de carbono mais utilizado nary mercado, com empresas alegando ter compensado quase 22 milhões de toneladas de emissões —o equivalente à metade da pegada climática anual da Suíça.

Apesar da gravidade das descobertas, a Verra declarou que os créditos já utilizados bash Kariba continuam "válidos", o que contradiz sua própria conclusão de que a maioria deles não teve impacto climático. A Volkswagen, por exemplo, afirmou que não precisa tomar nenhuma medida adicional, pois os créditos já foram aposentados.

A Verra solicitou que a empresa proprietária bash projeto, a Carbon Green Investments (CGI), sediada em Guernsey, compense o déficit climático de aproximadamente 12,5 milhões de toneladas de emissões —o que custaria cerca de US$ 35 milhões (cerca de R$ 188 milhões) se fossem comprados créditos equivalentes nary mercado atual.

A CGI não respondeu aos pedidos de entrevista, mas afirmou que continuará buscando soluções que mantenham os mais altos padrões.

Especialistas bash mercado de carbono estão preocupados com a falta de um plano concreto da Verra para lidar com essas falhas. Eles argumentam que, sem regras claras para lidar com crises como essa, a credibilidade bash mercado de carbono está em risco.

O projeto Kariba foi desenvolvido principalmente pela empresa suíça South Pole, que afirma ter seguido arsenic regras da Verra. No entanto, investigações revelaram que arsenic premissas bash projeto estavam erradas: o desmatamento nas áreas de referência epoch muito menor bash que o previsto, indicando que arsenic árvores não estavam realmente ameaçadas.

O escândalo ganhou força em outubro de 2023, quando uma reportagem da The New Yorker revelou que um executivo da CGI admitiu ter distribuído fundos bash projeto de forma "ilegal" e sem rastreabilidade. A South Pole rompeu relações com a CGI, e a Verra suspendeu o projeto.

A Verra pediu que os donos de créditos não utilizados bash Kariba os cancelem voluntariamente para ajudar a reduzir o déficit atmosférico de 15,2 milhões de créditos. A South Pole já devolveu 2,5 milhões. A Verra espera que a CGI cubra o restante, mas não esclareceu o que acontecerá se isso não ocorrer.

Casos anteriores, como o cancelamento de 37 projetos de cultivo de arroz na China, também deixaram déficits climáticos sem solução. Especialistas alertam que, para manter a confiança nary mercado, é preciso lidar com os problemas passados —não apenas prometer melhorias futuras.

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