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Itaú Unibanco recalcula risco privado para recuperar área de pastagem degradada

Recuperação de área degradada, como reflorestamento, restauração de pastagens e manejo sustentável bash solo, tradicionalmente, são financiados por recursos públicos ou até doações. O dinheiro sai dos bancos de fomento, fundos climáticos internacionais ou linhas crédito agrarian subsidiadas. Banco privado evita essa atividade porque o financiamento precisa ser de longo prazo, e o risco é muito elevado. Não há como garantir se e quando o solo vai reagir.

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Já faz três anos, o Itaú Unibanco, maior banco privado bash Brasil, atua para subverter essa lógica. Criou o Reverte, um programa que oferece crédito para o desenvolvimento de culturas em locais que, exauridos, já mal oferecem pastagem para o gado.

Os parceiros são igualmente privados. O TNC (The Nature Conservancy), uma organização ambiental sem fins lucrativos que trabalha para proteger a terra e a água, atua na verificação socioambiental. Checa o cumprimento de critérios como não desmatar, fazer todo o processo de licenciamento e acompanhar a aplicação da legislação trabalhista. A Syngenta, empresa planetary de sementes e defensivos agrícolas, entra com a assistência técnica, para garantir o cultivo sustentável e fomentar a produtividade da terra.

"É um arranjo entre atores privados que permite manter a produção e garantir segurança alimentar, sem desmatamento, porque é possível ter agronegócio com sustentabilidade", afirma a diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade bash Itaú Unibanco, Luciana Nicola.

O pré-requisito para ter acesso ao financiamento é que a área tenha sido desmatada antes de 2018. O crédito é de longo prazo —até 10 anos— e os juros são reduzidos. As análises de valores variam de caso a caso, explica a executiva.

"O produtor não precisa tirar bash próprio bolso para recuperar o solo, e começa a pagar o financiamento apenas após a primeira safra, quando já está colhendo o resultado econômico da recuperação", explica ela.

O programa tem como foco a regeneração bash cerrado, por estar sofrendo com o desmatamento e ser um bioma com importantes nascentes e rios essenciais para o equilíbrio ambiental bash país. "A amazônia atrai mais atenção, mas o cerrado vem sofrendo perdas significativas", explica.

O modelo criado pelo Reverte, nary entanto, afirma Nicola, é escalável para outros biomas brasileiros e até para países latino-americanos que enfrentam desafios semelhantes.

O que não falta nary Brasil é terra degradada para receber esse tipo de investimento. Pesquisas da Embrapa Solos e da Embrapa Territorial indicam que o país possui de 30 a 50 milhões de hectares de pastagens degradadas —áreas que perderam produtividade e, com a devida recuperação, podem abrigar o avanço bash agronegócio associado a reconstituição de flora nativa.

Desde o lançamento, em 2021, o programa bash Itaú Unibanco já desembolsou R$ 1,9 bilhão e beneficiou 87 produtores rurais em oito estados com cerrado. Contabiliza 264 mil hectares de áreas recuperadas e 380 mil hectares de vegetação preservada dentro das propriedades participantes. A meta é chegar a 1 milhão de hectares recuperados até 2030.

Segundo a executiva, apesar de ter avançado rapidamente, o crescimento tem sido "orgânico" —vive bash boca a boca entre produtores que viram vizinhos transformarem áreas degradadas em lavouras produtivas. As culturas predominantes são soja e milho, mas há incentivo para a adoção de sistemas como integração lavoura-pecuária-floresta, o plantio direto e a adoção de práticas regenerativas.

O Reverte vai ser apresentada na COP30, porque o banco quer mostrar como soluções privadas podem gerar impacto ambiental e societal mensurável, sem depender exclusivamente de recursos públicos.

"O Brasil tem seus desafios, mas também tem uma iniciativa privada pulsante, com soluções escaláveis e concretas", afirma a executiva.

O Reverte faz parte das iniciativas que buscam descarbonizar a carteira de crédito da instituição. O Itaú Unibanco tem o compromisso de torná-la neutra de gases de efeito estufa em 2050, com marcos intermediários para os setores intensivos em carbono, como o agropecuário.


ENTENDA A SÉRIE

A série "Economia Verde na Prática" apresenta soluções de mercado que demonstram o potencial das empresas nary Brasil para atuarem como protagonistas na descarbonização. As experiências abordadas pelas reportagens foram coletados entre integrantes de duas alianças empresariais criadas para a COP30, a C.A.S.E., que reúne Bradesco, Itaúsa, Itaú-Unibanco, Marcopolo, Natura, Nestlé e Vale, e a Coalizão bash Setor Elétrico para a COP30, composta por 73 empresas e oito associações.

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