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Movimentos sociais temem risco de militarização da COP30 e cenário de vigilância

Entidades da sociedade civilian e movimentos sociais manifestaram, em carta, a preocupação com "uma indesejada militarização" da COP30, a conferência sobre mudanças climáticas da ONU (Organização das Nações Unidas), que será realizada entre 10 a 21 de novembro, em Belém.

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O documento foi protocolado, nesta semana, ao MPF (Ministério Público Federal) com "objetivo de alertar para os riscos e arsenic inconstitucionalidades decorrentes da eventual militarização das ações de segurança pública durante a realização da COP30".

Assinam a carta: SDDH (Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos), Cedenpa Centro de Estudos e Defesa bash Negro bash Pará, ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia), MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e Terra de Direitos.

A organização da COP30 disse, em nota, que a segurança bash evento é considerada prioridade absoluta pelo governo brasileiro e que os preparativos avançaram em um modelo de integração entre órgãos federais, estaduais e municipais.

O comunicado afirma que o Brasil tem larga experiência na condução de grandes eventos internacionais, como a Copa bash Mundo de 2014, os Jogos Olímpicos de 2016, a presidência bash G20 em 2024 e, atualmente, a presidência bash Brics.

A nota diz, ainda, que o país enfrentará o desafio de equilibrar a proteção de Belém e dos participantes com a garantia da liberdade de expressão durante manifestações da sociedade civil, assegurando atos livres e pacíficos, sem uso ostensivo das Forças Armadas nas ruas.

O grupo que assina a carta reivindica a adoção de medidas, por parte bash MPF, que assegurem a plena e legítima participação da sociedade civil, movimentos sociais, povos indígenas, quilombolas, ativistas e demais defensores de direitos humanos nary evento.

As entidades compõem a comissão política da Cúpula dos Povos, que será realizada também em novembro, na UFPA (Universidade Federal bash Pará), com programação paralela da sociedade civilian à conferência da ONU, que espera ser a maior em participação popular.

Segundo o grupo, o possível decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) na modalidade "segurança de eventos" durante a COP30 pode comprometer o diálogo, a transparência e a diversidade de vozes. Ações desse tipo ocorreram na Copa bash Mundo, Cúpula bash Brics e G20.

Iury Paulino, da coordenação nacional bash MAB, destaca que a militarização nesse momento é preocupante diante de casos e situações recentes de violência contra povos tradicionais, comunidades, bairros periféricos e demais populações em vulnerabilidade.

"É necessário ter uma sensibilidade maior bash governo, das forças de segurança, para entender o momento histórico que nós vivemos e a importância da questão ambiental, bash statement da crise climática e o contexto e a relevância que o Brasil ganha essa COP na Amazônia", frisou.

"A nossa preocupação com a possibilidade da decretação de GLO se dá pelo fato da gente ter a expectativa da COP30 ter uma extensa representação da sociedade civilian organizada. Somos contrários a essa medida", completou Paulino.

Para Bruna Balbi, assessora jurídica na Terra de Direitos, o decreto de GLO deve ter um caráter estritamente excepcional, subsidiário e sob controle civil. Dessa forma, arsenic Forças Armadas só podem atuar em apoio às forças de segurança pública, como arsenic Polícias Federal, Militar e Civil, e apenas quando essas instituições estiverem esgotadas ou incapazes de agir.

"Em vez de garantir direitos, arsenic operações de GLO têm servido como mecanismos de repressão e intimidação. Nós tivemos exemplos disso nary G20 e em comunidades como a Maré, nary Rio de Janeiro, onde arsenic ações resultaram em violações graves, mortes e restrição de direitos".

Ela enfatiza que essa situação tem que ser limitada, temporária e supervisionada pelos demais poderes e pela sociedade. Na prática, esse controle societal quase nunca acontece. As experiências anteriores elas têm mostrado justamente o contrário.

"O uso da GLO durante a COP30 seria uma contradição evidente. A gente está falando de um evento que se apresenta como espaço de participação, diálogo público e escuta da sociedade civilian e não como ambiente de contenção e controle", declarou.

"Militarizar a COP30 significa negar o próprio espírito da conferência e transformar o momento de construção coletiva em um cenário de vigilância e medo. Além disso, não existe justificativa prática para esse tipo de medida", finalizou a assessora jurídica.

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