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Por que tantas empresas da Bolsa estão recomprando suas próprias ações

No caso da Hapvida, o anúncio vem após um ciclo de queda das cotações desde a fusão com a NotreDame Intermédica, em 2021. O anúncio da recompra veio num momento de recuperação de caixa e endividamento ainda considerado alto por alguns analistas (3,4 vezes o Ebtida, uma métrica de fluxo de caixa).

Entre os grandes programas de recompra atualmente em vigor, destacam-se os do setor financeiro e o da Vale, que figura entre os maiores da B3. A mineradora tem autorização para recomprar até 120 milhões de ações ordinárias até outubro de 2026, em operação intermediada por casas como Bradesco, Itaú, Goldman Sachs, JP Morgan, Morgan Stanley e Santander. Isso pode representar entre R$ 6 e 7 bilhões, considerando as recentes oscilações no preço das ações da companhia.

No segmento financeiro, o movimento é igualmente intenso. Bradesco que mantém autorização para a recompra de até 106 milhões de ações. O Itaú Unibanco possui autorização para adquirir 200 milhões de papéis preferenciais até fevereiro de 2026. O Santander Brasil, por sua vez, pode recomprar cerca de 37 milhões de units até março de 2027. Esses programas, entre os mais volumosos do mercado, consolidam o protagonismo dos bancos nas recompras e evidenciam a estratégia de reforçar valor por ação em meio à maturação de resultados e à relativa escassez de novas emissões.

Um analista de um grande banco, que conversou com a coluna reservadamente por não ter autorização para falar publicamente em nome da instituição, diz que os programas de recompra são o drive mais visível das recentes altas do Ibovespa, fazendo preço, mesmo com o fluxo de capital de fora mais baixo. No fundo, as recompras podem ser interpretadas de uma outra maneira: com a Selic a 15% ao ano drenando os recursos nos ativos de renda fixa (com menor risco que o mercado de ações), as cotações ficaram muito descoladas do que os gestores das empresas consideram o valor intrínseco de seus próprios negócios.

Um movimento gerado pelo mesmo fundamento (a interpretação de que o preço das ações não reflete o valor que está dentro das empresas) resulta nas ofertas públicas de aquisição (OPA) para fechamento de capital é quando um acionista, geralmente o controlador, faz uma oferta pública para comprar todas as ações em circulação na bolsa, com o objetivo de retirar a empresa do mercado.

Foi o que fizeram os franceses do Carrefour retirando da listagem da B3 o Carrefour Brasil, dono da marca no país e das lojas Atacadão. Ou o Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), que comprou os minoritários da Zamp, empresa que controla as redes Burger King e Popeyes no Brasil, por meio de uma OPA voltada ao fechamento de capital. A mais recente a avisar que prentendia sair da Bolsa foi a Gol.

Principais empresas com programas de recompra em andamento:

Setor financeiro: Bradesco, Itaú, Santander, BTG, ABC Brasil, Pine, Porto Seguro, BMG, Inter

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