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Província-irmã do RS ensina método japonês para contenção de cheias

Guilherme Kolling, de TóquioO primeiro dia de agenda da comitiva gaúcha na Ásia foi dedicado à Província de Shiga, considerada Estado-Irmão do Rio Grande do Sul. Essa união foi oficializada em 1980 e ao longo dessas mais de quatro décadas rendeu diversos intercâmbios, ações concretas – como a Praça Província de Shiga, em Porto Alegre –, e trocas de experiências, inclusive com visitas de governadores deslocando-se ao Rio Grande do Sul e ao Japão nos anos 1980, 90 e 2000.

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Guilherme Kolling, de Tóquio

O primeiro dia de agenda da comitiva gaúcha na Ásia foi dedicado à Província de Shiga, considerada Estado-Irmão do Rio Grande do Sul. Essa união foi oficializada em 1980 e ao longo dessas mais de quatro décadas rendeu diversos intercâmbios, ações concretas – como a Praça Província de Shiga, em Porto Alegre –, e trocas de experiências, inclusive com visitas de governadores deslocando-se ao Rio Grande do Sul e ao Japão nos anos 1980, 90 e 2000.

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Na missão mais recente de um governador gaúcho ao Japão, em 2017, o então chefe do Executivo gaúcho, José Ivo Sartori, foi até Otsu, capital da Província de Shiga, para uma agenda que incluiu reuniões com governador local e aprendizado sobre como os japoneses despoluíram o Lago Biwa. A ideia era replicar a experiência japonesa em lagoas do Litoral Norte gaúcho.

Nesta segunda-feira, 18 de novembro de 2024, o Lago Biwa foi de novo o mote da visita de um governador gaúcho. Embora o foco tenha se mantido na área ambiental, desta vez a ideia foi buscar com os japoneses resistem a eventos climáticos extremos, especialmente enchentes.

"Muito importante ver in loco o que Biwa singifica para Shiga e para o Japão, e podermos aprender o que a província está fazendo para cuidar do lago, tanto do ponto de vista da utilização dele no dia a dia, quanto para as questões das enchentes relacionadas ao lago", destacou o governador Eduardo Leite.

Delegação gaúcha conheceu o Lago Biwa de barco | Guilherme Kolling/Especial/JC

Delegação gaúcha conheceu o Lago Biwa de barco Guilherme Kolling/Especial/JC

O chefe do Executivo gaúcho observou que, assim como o Biwa é um patrimônio ambiental da Provincia de Shiga, o Lago Guaíba e a Lagoa dos Patos também são uma riqueza do Rio Grande do Sul. Mas observou que, ao mesmo tempo, há preocupação com esses lagos em momentos como o da enchente deste ano.

E aí entra o aprendizado dos japoneses, que já sofreram severamente com a elevação do nível do Lago Biwa no passado, e hoje têm soluções postas em prática para minimizar o impacto das cheias.

A comitiva gaúcha foi recebida pelo governador local, Taizo Mikazuki, para reunião de cooperação e intercâmbio, em que foi assinado protocolo, reafirmando o intercâmbio e os laços de amizade entre a Província de Shiga e o RS, e promovendo o compartilhamento de experiencias no controle de enchentes. Mikazuki celebrou, com a alegria, a parceria com o Rio Grande do Sul e disse estar disposto a ir a Porto Alegre em 2025, quando a irmandade completará 45 anos.

Depois do encontro, foi oferecido um almoço para a delegação gaúcha, com comidas típicas japonesas. À tarde, o grupo conheceu, de barco, o Lago Biwa – a embarcação que levou a comitiva, por sinal, é chamada Rio Grande, mais um pequeno exemplo dos diversos efeitos da parceria RS-Shiga.

O dia terminou no Escritório de Estratégia Contra Enchentes, onde técnicos de Shiga apresentaram o sistema de proteção contra cheias, que inclui eclusas e diques, para fazer o controle da subida de rios que deságuam no lago, bem como o seu nível, para evitar inundações.

Os técnicos foram bastante questionados pela delegação gaúcha, que buscava paralelos com a situação vivida no Rio Grande do Sul. Os japoneses citaram a importância do monitoramento, para evitar surpresas como a enchente de 1896 em Shiga, quando a região sofreu os impactos da elevação das águas, por mais 200 dias. Foi, por sinal, o que desencadeou a série de obras do sistema de proteção contra cheias, que avançou gradativamente ao longo desses mais de 100 anos.

Além da importância de um projeto contra cheias e do monitoramento da elevação das águas ao longo das décadas, fazendo projeções do nível máximo previsto para ser atingido nos próximos 200 anos, japoneses destacaram a importância do planejamento urbano, com zoneamento de áreas alagáveis, onde devem ser evitadas moradias novas. Também citaram a educação ambiental com conscientização de crianças e adolescentes, além da informação sobre áreas de risco, com avisos e alertas antes de ocorrerem eventos extremos.

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