Review Galaxy Z Flip 7: dobrável recebe mudanças sutis, mas certeiras

Em 10 dias de uso frequente, foi possível analisar as mudanças entre uma geração e outra, além da bateria, personalização e uso de Inteligência Artificial com a Galaxy AI. O Galaxy Z Flip 7 chegou ao Brasil com preço sugerido de R$ 8.199, mas pode ser encontrado no site do Mercado Livre por R$ 5.849 — um desconto de mais de R$ 2 mil. Mas será que vale a pena investir no dobrável? Confira minhas impressões no review a seguir.

Como mencionado, o Galaxy Z Flip 7 teve mudanças sutis, porém expressivas, em seu design. Apesar do formato de bordas arredondadas ser praticamente idêntico ao do Flip 6, a moldura está bem menor e proporciona melhor aproveitamento do display, especialmente do externo. A tela maior deixa o celular mais bonito, mas não há muita diferença de uso prático, uma vez que aplicativos e widgets que podem ser adicionados são os mesmos da geração passada, incluindo o Now Brief — adicionado ao aparelho com a chegada da One UI 8.

O modelo que testei é o da cor JetBlack, com acabamento fosco. Este, na minha opinião, é um acerto da marca, já que evita marcas de dedos na carcaça e dá a sensação de que o celular dificilmente vai escorregar da sua mão durante o uso. A vedação entre as telas está ainda mais fechada, o que deve impedir a entrada de partículas que podem arranhar ao aparelho, e ele segue compacto e leve, pronto para ser guardado em qualquer bolsa ou bolso.

Quando olho para as telas do Galaxy Z Flip 7, tenho a certeza de que, quanto mais finas são as extremidades, melhor é o consumo de entretenimento no aparelho. Além do display externo estar maior, as bordas de apenas 1,25 mm — as mais finas já vistas na linha Galaxy, segundo a Samsung —, deixam a experiência de assistir a vídeos ainda mais imersiva.

Isso é especialmente verdade ao unir as 6,9 polegadas da tela interna a um som cristalino, limpo e bem equilibrado. A taxa de atualização de 120 Hz está presente também na tela externa, fazendo com que a navegação entre apps e janelas seja ainda mais fluida. Aliás, não encontrei problemas ao usar o celular mesmo sob sol forte. O brilho adaptável também deixou o uso mais confortável conforme a iluminação do ambiente mudava.

Assim como outros celulares recentes da Samsung, o Galaxy Z Flip 7 traz suporte ao Gemini Live, e é possível usá-lo sem precisar abrir o aparelho. Sou suspeita para falar disso porque, em todos os modelos da sul-coreana que testei, conversar com o Gemini no modo Live foi, de longe, uma das experiências mais divertidas — e no Z Flip 7 não seria diferente. O vinco no meio da tela está quase imperceptível tanto visualmente quanto ao toque, e eu quase esqueci que esse era um incômodo no passado.

Na parte das câmeras há ganhos, mesmo que as configurações sejam as mesmas da geração anterior. No conjunto traseiro, temos uma lente principal (wide) de 50 MP e uma ultrawide de 12 MP. Quando aberto, o celular oferece uma câmera frontal de 10 MP, que sigo achando sem muita serventia, uma vez que as selfies são melhores quando tiradas com as lentes traseiras e auxílio da tela externa. O resultado são fotos muito equilibradas com o conjunto principal, e uma experiência satisfatória com a câmera de selfies.

Durante o uso do Galaxy Z Flip 7, o excelente pós-processamento de imagem me animou. Há uma precisão um pouco maior na separação entre objeto e fundo ao usar o Modo Retrato ou Vídeo Retrato — um mérito do aprimoramento via IA —, assim como ao tirar fotos em baixa luminosidade com o Nightography.

Quem teve a oportunidade de usar o Z Flip 6 para tirar fotos vai notar uma fidelidade maior nas cores captadas pela versão atual da linha, que entrega um resultado menos saturado e que me agradou mais. Já quem nunca usou esse modelo de celular da Samsung deve se surpreender.

A seguir, veja como as câmeras do Galaxy Z Flip 7 estão organizadas:

No quesito desempenho, o aparelho mostra bem a estratégia da Samsung de segmentar o uso e o público de seus celulares. Enquanto o Galaxy Z Fold 7 e o Galaxy S25 Ultra receberam o Snapdragon 8 Elite for Galaxy — voltado a quem busca máxima performance —, o Galaxy Z Flip 7 veio equipado com o Exynos 2500, chip próprio da marca.

A diferença não compromete o uso diário: o Flip 7 continua rápido e compatível com a proposta de um topo de linha. No entanto, o Exynos reforça o posicionamento do modelo como um dobrável mais voltado ao lifestyle e à praticidade, e menos ao uso profissional intenso ou tarefas muito pesadas, que seguem melhor atendidas pelos modelos com Snapdragon.

O Exynos mantém uma boa eficiência energética e segura bem o uso de IA em atividades do dia a dia, como edição de fotos, interação com o Gemini e a criação de papéis de parede personalizados. A chegada da interface One UI 8, baseada no Android 16, proporciona uma experiência satisfatória e no padrão dos outros aparelhos da Samsung. Não tive problemas com engasgos em nenhuma das atividades, incluindo ouvir músicas, assistir a vídeos e editar vídeos usando o CapCut.

Neste tópico, o Galaxy Z Flip 7 teve algumas melhorias: saiu de 4.000 mAh para 4.300 mAh. Esse aumento parece pequeno, mas é bem-vindo. Isso porque muitas aplicações usadas no celular — principalmente as de IA — precisam de conexão com a internet e exigem maior capacidade de processamento, demandando também um maior uso da bateria.

Na prática, eu usei bastante minhas redes sociais, gravei vídeos em 4K, tirei fotos com diferentes resoluções e fiz uso do Gemini sempre que queria perguntar sobre meu look do dia ou apenas conversar. Nesse ritmo, o celular aguentou um uso moderado, durante um dia e meio, sem a necessidade do carregador.

Na hora de recarregar, é preciso um pouco mais de paciência. O Z Flip 7 vem com carregador de apenas 25 W, então, é necessário esperar cerca de 1h30 para que o celular vá de 0 a 100%. Minha dica é deixá-lo carregando em "tempos mortos", mas, se precisar de uma carga mais urgente, 30 minutos na tomada devem garantir reposição de 50% de energia.

Se a Samsung conseguir reduzir esse tempo, aumentando a compatibilidade do smartphone com carregadores mais potentes, seria o melhor dos dois mundos, uma vez que isso já é feito pela concorrência. O Motorola Razr 60 Ultra, por exemplo, vem com um carregador TurboPower de 68 W e leva cerca de 45 minutos para completar o ciclo de carga.

O Android 16 combinado com a One UI 8 oferece uma experiência de uso fluida e refinada. Gosto bastante do visual mais espaçado dos ícones e do fato de que não é necessário abrir o celular para usá-lo,. Além disso, o uso da digital para desbloquear o aparelho está muito mais ágil do que no Flip 6 — era uma coisa que, realmente, me incomodava.

O Galaxy Z Flip 7 tem acesso a todos os recursos Galaxy AI, suíte de IA da Samsung, tal qual seus irmãos mais robustos. Alguns recursos, como o Modo Live do Gemini e o Now Brief, podem ser acessados na tela externa do aparelho, o que contribui para a praticidade do uso. Funções como “Circule para Pesquisar” e transcrição de gravações de voz foram úteis no dia a dia, mas as melhorias do modo Intérprete foram o que mais me chamaram atenção — embora ele possa apresentar erros em locais muito barulhentos.

Quem busca produtividade vai gostar de saber que o Galaxy Z Flip 7 ganhou o modo Samsung DeX. O recurso permite transformar seu smartphone ou tablet Samsung em um ambiente de trabalho semelhante ao de um computador desktop, conectando-o a um monitor externo, TV ou PC.

Além disso, assim como em outros celulares premium da marca, a Samsung aposta na longevidade do aparelho, mantendo-o com sete anos de atualização de software e de updates de segurança. A política de software é uma das mais generosas do mercado e um ponto muito positivo.

Depende. Se você busca um aparelho compacto e versátil para criação de conteúdo, o Galaxy Z Flip 7 é uma opção interessante. Com melhorias na bateria e no software, ele entrega um design bonito, resistente e prático, além de funções de Inteligência Artificial intuitivas. Apesar de não ser tão poderoso quanto outros modelos da Samsung, a experiência com o aparelho pode ser considerada premium, com o bônus de que ele faz sucesso sempre que aparece numa rodinha de amigos.

É importante ressaltar que, apesar das melhorias, quando comparado com o Galaxy Z Flip 6, o Flip 7 perde um pouco o brilho de novidade, e o upgrade não vale a pena para o bolso do consumidor. Quase todos os recursos encontrados no modelo atual podem ser usados na geração passada, ainda mais agora que ambas estão atualizadas com a One UI 8.

Acredito que a aquisição do aparelho faz mais sentido se for a sua primeira vez com um modelo dobrável ou se o seu celular atual for o Galaxy Z Flip 5 ou anterior. Porém, caso ainda seja a sua escolha, o Z Flip 7 deve entregar uma experiência de alto padrão e ser, no mínimo, divertido de usar.

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