Robô aspirador não é tudo igual: veja as principais diferenças entre modelos

Logo de cara, existem alguns pontos fundamentais a respeito de robôs aspiradores que você precisa ficar atento. Eles definem características mais gerais do aparelho, que acabam impactando fundamentalmente na experiência de uso, no custo e também na capacidade do dispositivo de atender as suas expectativas.

O primeiro critério que você deve observar é a capacidade de sucção. Medida em Pascal (Pa), ela determina a capacidade do robô em sugar ar e, consequentemente, remover a sujeira do chão: quanto mais alto o valor, mais poderoso o aparelho, e melhor ele vai se sair na hora de encarar pisos mais sujos, ou mesmo dar conta de espaços maiores.

Outro ponto relevante é a autonomia da bateria: a ideia é simples, quanto maior a duração prevista da carga, maior o tempo de trabalho do robô em uma faxina. Uma autonomia superior pode ser importante em casas com área maior e muitos ambientes. Saber quanto dura a carga pode também ser importante na hora de instalar a base em um ponto da casa onde o robô tenha facilidade de retornar para recarregar sozinho (nos modelos que suportam esse tipo de vantagem).

Dimensões são também importantes, especialmente a altura: robôs aspiradores não variam muito, mas é possível que uns milímetros a mais ou a menos acabe impactando no uso na sua casa. Um robô um pouquinho mais alto pode não conseguir passar embaixo de um determinado móvel, por exemplo. A dica é: meça a altura dos seus móveis antes de pesquisar modelos e lembre de comparar as medidas com a de cada robô da sua lista.

Por fim, mas bem importante, são as formas de controle. Os modelos mais baratos são mais simples e talvez restrinjam o uso para apenas um controle remoto físico ou um app básico, sem muitos recursos e independência. Modelos mais caros devem oferecer controle por voz, suporte a assistentes como Alexa, alta capacidade de funcionamento independente e monitoramento via Internet. Assim, dá pra programar a faxina e monitorar pelo celular à distância, fazer o mapeamento com câmeras onboard e até definir de áreas para faxina mais pesada, ou cômodos que não devem ser limpos.

Robôs mais baratos costumam não oferecer a criação de mapas. A ideia do mapeamento, presente em aparelhos mais caros, faz uma leitura completa do ambiente para que que o aparelho “saiba” por onde já passou, evitando assim aspirar sujeira de um piso que já foi limpo. Modelos sem mapeamento e sensores mais sofisticados aplicam um padrão de operação mais aleatório, geralmente seguindo um padrão de zig-zag até que uma colisão redefina a rota.

Vai limpar o espaço? Sim. A questão é que, dada a aleatoriedade, pode levar mais tempo para que o modo randômico da rota do robô passe por todo o piso. Um robô com mapeamento e conjunto de sensores de leitura de ambiente vai cobrir a mesma área num espaço de tempo menor, gastando menos energia no processo.

Ao contrário dos modelos sem mapas, esses robôs aplicam um conjunto de sensores, que podem envolver LiDAR (um tipo de “radar a laser”), câmeras e sensores de distância que, juntos, permitem que o robô construa um mapa virtual do piso em que está atuando. Assim, o equipamento consegue “entender” por onde já passou e planejar rotas mais eficientes para contornar obstáculos e alcançar pontos de difícil acesso, como cantos e rodapés.

Com o mapa construído, o usuário geralmente pode ter acesso a esses dados por meio de app de controle e acompanhar o trabalho de forma mais precisa. Também é possível impedir o acesso a determinados espaços, para que o robô não entre numa área específica durante a rotina, ou selecionar diferentes tipos de operação para cada cômodo. É um recurso bem poderoso que você encontra em robôs intermediários ou mais caros.

Entre modelos que você pode considerar há o Velds 3 em 1, com recurso de mapeamento, compatibilidade com Alexa e monitoramento remoto por app a R$ 1.438 na Amazon. Outro modelo bastante conhecido no mercado nacional com a característica de mapeamento inteligente é o Xiaomi S20 que aparece na Amazon por R$ 2.199.

Este tipo se dedica apenas à tarefa de varrer e aspirar, ou seja, levantar pó, detritos, pelos, cabelo e resíduos do piso: não há nenhum recurso adicional de passar pano no chão. Isso faz com que o modelo tenha construção mais simples, composta do motor que faz a sucção, um conjunto de escovas, rodas para tração, filtros e compartimento para armazenar a sujeira.

A maior simplicidade contribui para preços mais baixos e acaba tornando esses robôs interessantes especialmente para uso em pisos duros, como laminados e cerâmicas. Esse tipo de robô acaba não tão interessante para usuários que têm diferentes tipos de piso, especialmente de materiais diferentes, ou que ficam mais sujos.

Como é mais simples, esse tipo de aparelho também é mais prático para manter: não tem que se preocupar com abastecimento de reservatório de água para a função de passar pano, assim como não precisa remover os paninhos para lavagem e secagem de tempos em tempos. Entre os modelos 2 em 1, você pode considerar o Kärcher RCV2, por R$ 879 na Amazon.

Considerados híbridos (e também conhecidos como "3 em 1"), esses robôs são mais completos, porque podem atuar passando pano úmido/fazendo mopagem, além de aspirar o piso. Mais completos, eles têm um perfil que encaixa bem para quem precisa de algo ainda mais capacitado e independente. Robôs híbridos podem variar um pouco com diferentes tipos de atuação quando o assunto é o uso do paninho: pano seco, pano úmido e o mop giratório - mais avançado.

Pano seco: o robô usa um pano que passa pelo chão removendo partículas e sujeira que o motor de sucção e as escovas acabaram deixando para trás. Pano úmido: o robô conta com um tanque de água que é usado para umedecer o pano, que desliza sobre o piso para uma limpeza mais dedicada.

Mop giratório: acessórios robustos que esfregam o piso com movimento, imitando a pressão humana, em conjunto com a aspiração da sujeira. Tende a ser mais eficiente em limpezas pesadas e pisos mais sujos. Na hora de comprar é importante estar atento, já que “mop” é um termo em inglês bem abrangente e pode significar pano úmido/pano seco, a depender do modelo.

Modelos desse tipo tem uma maior independência: eles conseguem retornar sozinhos para a base para descarregar a sujeira acumulada e recarregar a bateria. Por conta disso, as intervenções do usuário para que o robô funcione corretamente tendem a ser menos frequentes.

Esse tipo de robô é indicado para quem precisa de um aparelho mais independente e também faz sentido em ambientes de uso constante do dispositivo. A existência da base não elimina completamente a necessidade de operar o aparelho, ela apenas diminui a frequência em que essas intervenções são necessárias: quando a sujeira na base chega ao limite, ainda cabe ao usuário remover o conteúdo do reservatório. As escovas e filtros também precisam de limpeza.

Uma opção bem completa de robô com base que remove a sujeira é o WAP W4000, encontrado no Mercado Livre por R$ 2.159.

São robôs que apresentam a mesma noção de base para pó descrita anteriormente, mas com uma série de melhorias. Nesses modelos, a base é usada também para realizar uma série de operações de manutenção: lavagem e secagem de mops/panos, esvaziamento da água suja, recarga dos fluídos para limpeza do chão etc, o que aumenta bastante o nível de independência dos equipamentos.

Esses robôs garantem muita conveniência, para quem deseja delegar o máximo possível de controle da faxina ao eletrônico. No entanto, da mesma forma que em outros tipos de base, ainda requerem intervenção do usuário em algum momento pra a remoção de sujeira e limpeza no equipamento. Outro ponto de atenção a respeito desses aparelhos é o preço, instalação e dimensões das bases, que tendem a ser maiores.

Esses são os modelos mais sofisticados da atualidade. São robôs com braços mecânicos que podem ser acionados para vencer obstáculos, subir escadas e cobrir pequenos vãos. Alguns modelos contam com sensores mais avançados, que identificam itens como meias e evitam travamentos, além de reconhecer objetos deixados no chão e atuar para removê-los. Além disso, em geral, todos esses aspiradores contam com os recursos de base completa descritos anteriormente.

A alta tecnologia embarcada acaba se tornando um ponto negativo evidente nesses designs. O Ascender é um dos primeiros robôs do gênero e, indisponível no Brasil, foi anunciado no mercado americano por US$ 799, aproximadamente R$ 4.260, em conversão direta.

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