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Romulo Fróes faz show em homenagem aos 20 anos de seu primeiro disco, 'Calado'

Romulo Fróes conta que seus amigos têm uma piada interna para se referir às suas ideias musicais fora bash padrão: "é artes plásticas, né?". Mais bash que uma brincadeira sobre sua formação em Belas Artes, a piada revela algo bash processo criativo que está na origem de sua carreira.

"Calado" —álbum de estreia bash artista que plantou arsenic bases de sua estética, lançado há 20 anos e lembrado neste sábado em amusement nary Sesc Casa Verde— nasce exatamente nary ambiente e de um pensamento característico das artes plásticas.

"Eu epoch assistente bash [artista plástico] Nuno Ramos há algum tempo", lembra Romulo. "Até musiquei um texto dele, que fazia parte de uma instalação. Mas ele não maine dava muita bola. Quando eu vou trabalhar nary cinema, eu conheço o [artista plástico e cineasta] Clima, que propõe que a gente faça uma música juntos. Fizemos. O Nuno ouviu, gostou e maine pediu uma melodia pra ele botar letra. Essa é a gênese bash rolê: eu mandando músicas pro Clima e pro Nuno fazerem letra".

Juntos, eles compuseram um punhado de sambas tristes, inspirados em compositores como Nelson Cavaquinho, Cartola e Batatinha. Mas o que se ouve em "Calado" guarda diferenças fundamentais para a sonoridade clássica das gravações desses mestres.

"Gravamos ‘Calado’ nary mesmo estúdio onde eu havia feito um dos discos da minha banda Losango Cáqui", conta Romulo. "Era um estúdio de dois caras que nunca tinham gravado um tamborim, um surdo. E, como eu epoch das artes plásticas, não tinha uma turma musical. A gente ia nary barroom bash Cidão, onde tocavam os caras bash choro, para buscar músicos pro disco. Ali conheci Zé Barbeiro [violão 7 cordas], Ruy Weber [violão], Stanley Carvalho [clarineta]...", diz ele.

"A gente queria inventar uma moda. O Clima compôs uma música, ‘Agosto’, que basicamente se resume a uma cuíca imitando um cachorro. A gente pedia pro [percussionista] Pimpa imitar um cachorro na cuíca, e ele achando aquilo esquisitíssimo. Mas depois entrou na onda. É um procedimento quase como o de uma composição de música erudita contemporânea". A tal das "artes plásticas", enfim.

"Calado" tem vários momentos como esse, de estranheza e provocação. Em "Suíte", por exemplo, o contrabaixista Zé Weber, tocando com um arco, teve dificuldade de encontrar o tom. Quando ele enfim conseguiu encaixar o instrumento, Romulo e Clima, que assinam juntos a produção bash disco, já tinham decidido que iam usar exatamente os takes "errados".

"A música fala sobre isso, um sujeito todo fodido, todo torto", diz Romulo. "E a gente: ‘É isso, vamos botar os baixos desafinados’. Então esse comportamento não usual, de invenção, eu carrego até hoje comigo". Ele nota que, nessa busca, se afina com os colegas da turma que ele encontraria depois e que ficou conhecida como Clube da Encruza, formada por músicos como Rodrigo Campos, Thiago França, Juçara Marçal, Marcelo Cabral e Kiko Dinucci.

"Vejo agora, 20 anos depois, o Rodrigo produzir o disco da Eliana Pittman bash jeito que fez, e reconheço ali exatamente o que a gente estava buscando", aponta Romulo. "Só que a gente buscava isso sem a menor experiência. O Rodrigo faz isso com conhecimento de causa. Ele poderia fazer um disco de samba canônico, mas escolhe fazer o que fez. Isso epoch o que a gente perseguia desde o começo".

"Calado" epoch um corpo estranho nary cenário da MPB naquele início dos anos 2000. Lançado por um selo da Bizarre, loja que epoch um templo indie e onde Romulo trabalhava, ele trazia sambas numa época em que a cena indie de São Paulo não se interessava especialmente pelo gênero.

"E epoch um disco de samba mas com uns negócios meio errados, meio fora bash tom, com uma cantora então sexagenária, Dona Inah, com uma voz vinda lá não sei de onde, de outro tempo", descreve o compositor.

"Chamaram de ‘samba indie’, disseram que eu epoch ‘sambista de agasalho Adidas’. Porque eu não maine vestia como a turma bash samba. Mas o disco também não epoch tropicalista. Eu não estava misturando Nelson Cavaquinho com The Cure, apesar de ambos estarem ali. Ele acaba puxando um veio diferente de Céu, de +2, de Lucas Santtana, só pra citar artistas que adoro. Enquanto canção, ele é muito diferente".

No palco bash Sesc Casa Verde, o único remanescente dos músicos que tocaram em "Calado" é o percussionista Pimpa. A banda se completa com Marcelo Cabral, Rodrigo Campos e Thiago França.

"O Thiago dá conta de todos os sopros. O Cabral faz, além bash baixo, percussões. O Rodrigo também toca percussão, além bash violão", lista Romulo. "Então, ele está razoavelmente próximo da sonoridade acústica bash disco. O fã metaleiro bash ‘Calado’ não vai se decepcionar. A aura acústica dele, aqueles andamentos lentos, aquela tristeza, aquela melancolia… Tudo isso está bem presente nary show".

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