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RS aparece como opção para entrada de gás argentino no Brasil

Jefferson Klein, com agências

A assinatura de Memorando de Entendimento (MoU) entre Brasil e Argentina, realizada nesta segunda-feira (18), para a importação brasileira de gás natural do país vizinho aumenta as possibilidades que novos investimentos em infraestrutura de gasodutos sejam feitos no Rio Grande do Sul. Entre as opções para esse insumo entrar no País, estão a fronteira de Uruguaiana ou o combustível pode entrar primeiramente pelo Uruguai, para depois chegar ao Estado.

De qualquer forma, ainda seria necessário a construção de gasodutos em solo gaúcho, para possibilitar que o gás chegue a outras regiões brasileiras. Uma dessas ações seria a implantação do gasoduto Uruguaiana-Porto Alegre. Apesar das expectativas em torno do Rio Grande do Sul ser a porta de entrada do gás argentino, ainda não está definido por onde entrará o insumo no território nacional. Outra possibilidade é que esse ingresso seja feito pelo Centro-Oeste brasileiro, pela fronteira com a Bolívia. Também são listadas como opções pelo Ministério de Minas e Energia a solução do gás natural liquefeito (GNL), que pode ser transportado por navios, e através do Paraguai.

O diretor de Gás Natural da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace Energia), Adrianno Lorenzon, comenta que, em curto prazo, o gás deve entrar no Brasil pela Bolívia. Ele argumenta que na região já há uma infraestrutura constituída com o gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). “Mas, Uruguaiana é uma ótima perspectiva”, ressalta o dirigente.

Ele destaca ainda que uma nova fonte de oferta de gás natural é positiva para o mercado, porque aumenta a competição dentro do setor. No entanto, o integrante da Abrace Energia reforça que esse fornecimento terá que ser apoiado em contratos de longo prazo, com custos competitivos e garantia de atendimento.

O gás natural previsto para importação será oriundo de Vaca Muerta, uma megajazida de gás de folhelho (também conhecido como gás de xisto), localizada nas províncias de Neuquén e Mendoza. O insumo está com custo projetado entre US$ 7 e US$ 8 por milhão de BTU (unidade de energia), ao chegar no Brasil.

O acordo em negociação prevê a venda já no curto prazo, para o Brasil, de 2 milhões de metros cúbicos por dia de gás argentino. A previsão é aumentar para 10 milhões de metros cúbicos ao dia nos próximos três anos e atingir 30 milhões de milhões de metros cúbicos em 2030. A atual demanda brasileira é de 70 milhões a 100 milhões de metros cúbicos de gás ao dia.

O memorando também cria um grupo de trabalho entre os dois países para "identificar as medidas necessárias para viabilizar a oferta de gás natural argentino". O documento indica que o grupo deve buscar o uso da infraestrutura já existente nos dois países, permitindo a exportação do gás argentino no menor tempo e com o menor custo possível.

Para isso, o grupo formado deverá identificar meios para viabilizar o projeto e a construção de infraestruturas necessárias para interconectar os gasodutos existentes de cada país. "Ao concretizar a importação do gás de Vaca Muerta, estamos fortalecendo o desenvolvimento das indústrias de fertilizantes, vidro, cerâmica, petroquímicos e tantas outras que trazem desenvolvimento econômico ao Brasil", afirma o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

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