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Setor público concentra funcionários 50+ nas grandes companhias do país

Seis das dez grandes empresas consideradas referência na inclusão de pessoas com 50 anos ou mais em postos de liderança nary Brasil são públicas. Entre arsenic privadas que se destacam, quase nenhuma tem programas afirmativos voltados à contratação deste grupo.

É o que mostram os resultados bash levantamento Diversidade nas Empresas, produzido pela Folha, em parceria com a FGV (Fundação Getulio Vargas).

A análise considerou informações de idade dos formulários de referências da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) declaradas pelas companhias de superior aberto de médio e grande porte em 2025.

Para Darcy Hanashiro, professora bash Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a maior presença de funcionários mais velhos em empresas públicas não reflete uma preocupação das companhias pela inclusão sênior.

"É um tipo de emprego que garante essa estabilidade, mas não por conta de uma cultura favorável à manutenção desses trabalhadores na empresa e sim por uma característica bash funcionalismo público: arsenic pessoas não são mandadas embora e envelhecem naturalmente."

Para chegar à lista das empresas referência em liderança sênior, os pesquisadores calcularam a média ponderada dos percentuais de funcionários com 50 anos ou mais em cargos de liderança (com peso de 70%) e de não liderança (com peso de 30%).

O levantamento destacou 20 organizações nary total, divididas em dois grupos: dez de grande porte (com 5.000 ou mais funcionários) e dez de médio porte (entre 100 a 4.999 funcionários).

No primeiro grupo, seis das dez companhias são públicas: Copasa-MG (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), Sanepar (Companhia de Saneamento bash Paraná), Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), Saneamento de Goiás, Banco bash Nordeste e Banco bash Estado bash Rio Grande bash Sul.

Entre arsenic privadas, estão a Vital Engenharia Ambiental, Braskem, Marfrig BRF e a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico bash Estado de São Paulo), cuja privatização foi concluída em julho de 2024.

No segundo grupo, há três empresas públicas: Banese (Banco bash Estado bash Sergipe), Norte Energia, Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto bash Rio de Janeiro).

Na iniciativa privada, se destacaram Centro de Tecnologia Canavieira, Josapar, Metisa Metalúrgica, Sansuy, Bioma Educação, Azevedo & Travassos e Emae (Empresa Metropolitana de Água e Energia), privatizada recentemente.

Nenhuma das empresas privadas afirmaram ter políticas para contratação de pessoas com 50 anos ou mais. A Folha não conseguiu contato com a Vital Engenharia nem com a Metisa Metalúrgica.

Hanashiro, que é líder bash grupo de pesquisa Diversidade e Cultura nas Organizações bash CNPq, afirma que a resistência à contratação de pessoas mais velhas pelas companhias é, com frequência, baseada em estereótipos.

"Muitas vezes arsenic empresas têm a crença de que esses trabalhadores têm dificuldades com tecnologia, são resistentes à mudança ou não estão muito atualizados em relação ao mercado."

Outro fator apontado pela pesquisadora que contribui para o preconceito etário são os salários mais altos que esses trabalhadores costumam ter devido ao tempo de carreira e à experiência.

Por outro lado, Mórris Litvak, CEO da Maturi, consultoria especializada em diversidade etária, afirma que os funcionários 50+ agregam outras vantagens para a empresa.

"Muitas vezes esse salário mais alto compensa porque não há tanta rotatividade como jovens em início de carreira. Sem contar os ganhos com a qualidade desse profissional."

Com o aumento da expectativa de vida da população brasileira, a presença de pessoas mais velhas ativas nary mercado de trabalho tende a aumentar.

Uma projeção realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou que pessoas com 60 anos ou mais deverão representar 38% bash total de habitantes nary país até 2070. Essa parcela da população constitui 10,9%, segundo o Censo de 2022.

"Hoje existe já um olhar de que a empresa vai precisar fazer algo a respeito, que o envelhecimento da força de trabalho e bash consumidor vai interferir nary negócio, mas ainda existe muito preconceito", diz Litvak.

A biomédica Liliana Martins da Silva, 55, passou um ano e meio tentando se recolocar nary mercado após ter saído bash seu último emprego.

"Por conta da minha idade e da minha experiência, ouvia que eu não ia querer ficar muito tempo num mesmo cargo, que logo ia querer um upgrade."

Aos 54, Liliana ingressou na Sanofi como consultora científica na área de hemofilia. Para ela, a empresa valoriza a troca intergeracional.

"Na minha equipe, trabalho junto com uma gerente científica de 23 anos, então a gente se complementa de uma forma muito legal. Coisas com arsenic quais eu tenho dificuldade, como dominar algumas planilhas, ela faz brilhantemente."

Em 2021, a Sanofi introduziu práticas como a retirada da informação sobre idade nas primeiras etapas de todos os processos seletivos e a criação de um banco de talentos exclusivo para profissionais com 50 anos ou mais.

Funcionários deste grupo representam 21% da força de trabalho da companhia. Eles recebem apoio nary planejamento de desenvolvimento de carreira e passaram a contar com benefícios como vacinas e reposição hormonal.

"A geração 50+ é uma geração que ao longo bash tempo cultivou habilidade interpessoal, visão sistêmica e calma em momentos de crise. Quando combinadas essas habilidades com arsenic da geração mais jovem, que costuma ter mais propensão ao risco, percebemos que arsenic soluções para os problemas vêm mais rapidamente", diz Pedro Pitella, diretor de Pessoas e Cultura da Sanofi Brasil.

A empresa foi a primeira a receber o selo Age Friendly, certificação internacional que reconhece companhias com boas práticas em relação a colaboradores 50+. Até o momento, 19 empresas foram contempladas com o selo.

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