Se para o Brasil o reflexo do aumento para 25% da tarifa do aço e do alumínio que estavam entrando nos Estados Unidos sem impostos sob acordos de cotas, isenções e exclusões será pesado, para os gaúchos as consequências deverão ser brandas. A opinião é compartilhada pelo poder público estadual e pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).
A Secretaria Estadual da Fazenda é enfática sobre o assunto “não teremos impactos significativos no Rio Grande do Sul”, aponta a pasta através de nota. Já a Fiergs, também por comunicado, reforça que para os gaúchos os efeitos diretos serão limitados. Conforme dados da entidade, de janeiro a dezembro do ano passado, das vendas externas de aço do Rio Grande do Sul, que totalizaram US$ 147 milhões, apenas US$ 4 milhões tiveram como destino os Estados Unidos (2,7% do total). Já para o Brasil os norte-americanos representaram US$ 6 bilhões de um total de US$ 13 bilhões.
No alumínio, em 2024, as exportações deste produto a partir do Rio Grande do Sul alcançaram US$ 8,2 milhões, com 5,7% (US$ 500 mil) para os EUA, de acordo com o levantamento realizado pela Unidade de Estudos Econômicos (UEE) da Fiergs. Por sua vez, as exportações brasileiras desse metal foram na ordem de US$ 1,3 bilhão, sendo US$ 176,8 milhões (13,1%) para os Estados Unidos.
Apesar dos valores pouco expressivos para os gaúchos, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul alerta que, quanto ao impacto indireto, o Estado poderá sofrer consequências, dado que uma possível menor demanda dos norte-americanos – devido ao aumento de preço do produto brasileiro no mercado deles – pode afetar a produção brasileira de aço e alumínio, elevando custos e reduzindo a competitividade no mercado interno.
Ainda segundo a Fiergs, os EUA representavam 4,3% do mercado das exportações de aço do Rio Grande do Sul em 2021, participação que foi reduzida sucessivamente para 3,6% (2022), 3,2% (2023) e 2,7% (2024). De uma maneira geral, o professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), Adalmir Marquetti, destaca que os Estados Unidos são o segundo parceiro comercial do Estado, apenas atrás da China.
Ele detalha ainda que, do total das exportações gaúchas, o mercado norte-americano é responsável por uma fatia de 8,5% (o que representou cerca de US$ FOB 1,8 bilhão no ano passado). Contudo, ele reitera que, a respeito do aço e do alumínio, os produtos têm uma menor relevância na relação comercial entre as duas regiões.
“No caso do Rio Grande do Sul, nesse primeiro momento, se forem só esses itens, vai ter um efeito pequeno (a taxação)”, projeta o professor. No entanto, ele alerta que existe a probabilidade de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, amplie o leque de taxações. Marquetti recorda que o presidente norte-americano prometeu adotar tarifas semelhantes às que outras nações colocam sobre produtos oriundos dos Estados Unidos. Ele ressalta que os principais artigos exportados para os Estados Unidos pelo Rio Grande do Sul são o tabaco e armas e munições (respectivamente cerca de US$ FOB 237 milhões e US$ FOB 167 milhões no ano passado).
Em nota, o Instituto Aço Brasil afirma que recebeu com surpresa a decisão do governo dos Estados Unidos de estabelecer alíquota de importação do aço para 25%, independentemente da origem, derrubando, no caso do Brasil, acordo firmado no primeiro mandato do presidente Trump, em 2018, para importação do aço brasileiro. Naquela ocasião, enfatiza o Instituto, os governos de Estados Unidos e Brasil negociaram o estabelecimento de cotas de exportação para o mercado norte-americano de 3,5 milhões de toneladas de semiacabados/placas e 687 mil toneladas de laminados.
Tal medida flexibilizou decisão anterior do presidente norte-americano que havia estabelecido alíquota de importação de aço para 25%. A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) também manifestou preocupação com os impactos da nova medida tarifária anunciada pelo governo dos Estados Unidos, que pretende impor um acréscimo de 25% sobre as importações de alumínio.

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