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Trump ataca juiz que proibiu expulsão de venezuelanos dos EUA: 'Estou apenas fazendo o que os eleitores queriam'

"Eu ganhei por muitos motivos, mas lutar contra a imigração ilegal pode ter sido o número 1 para esta vitória histórica. Estou apenas fazendo o que os eleitores queriam que eu fizesse. (...) Não queremos criminosos violentos, perversos e dementes, muitos deles assassinos condenados, em nosso país", afirmou em post na Truth Social.

O presidente americano ainda chamou o juiz de "lunático", "encrenqueiro" e "agitador" e defendeu que ele deveria ser retirado do cargo: "Este juiz, como muitos dos juízes corruptos aos quais sou forçado a comparecer, deveria sofrer impeachment".

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump invocou neste sábado (15) uma lei de guerra pouco utilizada, do século 18, que o permite uma maior margem de manobra em políticas e ações executivas para acelerar deportações em massa.

No entanto, horas depois, o juiz federal James Boasberg emitiu uma ordem de restrição de 14 dias, bloqueando temporariamente quaisquer deportações que ocorreriam sob a invocação da lei, informou a Reuters.

Governo Trump ignora ordem de juiz e deporta venezuelanos para El Salvador

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O valor já havia sido mencionado pela imprensa norte-americana, com base em fontes de Washington, mas o governo de Donald Trump confirmou a informação nesta segunda.

Também nesta segunda, a Casa Branca alegou que o governo Trump agiu dentro da lei e que está confiante de que vai vencer a batalha judicial.

Policiais de El Salvador escoltam supostos membros da gangue Tren de Aragua, deportados pelos EUA, no Aeroporto Internacional de El Salvador, antes de serem levados à prisão CECOT, como parte de um acordo entre os governos. — Foto: Secretaria de Prensa de la Presidencia via REUTERS

Mais de 200 pessoas identificadas como membros de uma gangue venezuelana foram deportadas pelos EUA e enviadas a El Salvador neste domingo (16), onde foram levadas a uma prisão de segurança máxima.

A deportação aconteceu apesar de um juiz federal em Washington, D.C., ter bloqueado no último sábado (15) a aplicação da chamada "Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798" por 14 dias, dizendo que o estatuto se refere a "atos hostis" perpetrados por outro país que são "equivalentes à guerra" (entenda mais abaixo).

Em uma rede social, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, escreveu que 238 membros da gangue venezuelana Tren de Aragua haviam chegado, junto com 23 membros da gangue internacional MS-13.

Na sexta-feira (14), o presidente dos EUA, Donald Trump, invocou a lei de guerra para deportar rapidamente os supostos membros do Tren de Aragua, uma organização criminosa ligada a sequestros, extorsão, crime organizado e assassinatos por encomenda.

O momento exato da partida dos voos dos EUA e da chegada a El Salvador não foi confirmado, mas uma publicação de Bukele sugeriu que a deportação já estava em andamento antes da ordem do juiz americano.

"Ops... tarde demais", publicou Bukele em resposta à ordem.

O Departamento de Segurança Interna dos EUA, o Departamento de Estado e o governo de El Salvador não comentaram o caso.

O governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro disse que rejeitava o uso da lei "anacrônica" dos EUA para deportar supostos membros de gangues, afirmando que violava os direitos dos migrantes.

A "Lei de Inimigos Estrangeiros" — mais conhecida por seu uso para justificar campos de internamento para pessoas de descendência japonesa, alemã e italiana durante a Segunda Guerra Mundial — permitiria que o governo Trump contornasse os tribunais de imigração dos EUA e removesse rapidamente os migrantes.

O governo Trump apresentou um recurso contra a decisão judicial de sábado no Tribunal de Apelações dos EUA para o Distrito de Columbia.

A "Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798" só foi usada três vezes na história americana: na Primeira Guerra Mundial, na Guerra de 1812 e na Segunda Guerra Mundial, para a internação forçada de americanos de ascendência japonesa em campos de detenção.

Grupos de direitos civis e alguns democratas imediatamente criticaram a ideia de reativá-la para incentivar deportações em massa.

Já no sábado, o juiz federal James Boasberg emitiu uma ordem de restrição temporária por 14 dias. Segundo ele, o ato "não fornece uma base para a proclamação do presidente, dado que os termos invasão, incursão predatória realmente se relacionam a atos hostis perpetrados por qualquer nação e proporcionais à guerra".

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