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Trump e apoiadores tentam desacreditar o Judiciário com ofensas a magistrados que bloqueiam ações do governo

Por Sandra Cohen

Especializada em temas internacionais, foi repórter, correspondente e editora de Mundo em 'O Globo'

Aliados do presidente alimentam o confronto, disseminando a falsa narrativa de golpe judicial nos EUA, e pedem a ação da Suprema Corte, onde a maioria é conservadora.


Donald Trump — Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein

O presidente Donald Trump e assessores próximos trabalham com afinco para testar os limites constitucionais, afrontando diretamente os juízes que ditam decisões contrárias aos decretos emitidos pelo Executivo.

A ideia de um suposto “golpe judicial em andamento” fomentou a narrativa de conselheiros da Casa Branca para desacreditar o Poder Judiciário, um dos pilares que sustentam a democracia americana.

O alerta do suposto golpe uniu dois polos divergentes no governo e foi difundido, tanto em tuítes pelo bilionário Elon Musk, quanto pelo estrategista Steve Bannon.

“Estamos diante da separação de poderes: é o Judiciário interferindo na função executiva”, alegou o conselheiro de Trump.

A habitual reação intempestiva de Trump em sua rede social lhe valeu uma rara reprimenda do Chefe da Suprema Corte, John Roberts, demarcando a tensão evidente entre dois dos três poderes do governo americano.

No retorno à Casa Branca, o confronto se acirrou, e a narrativa é disseminada sem pudores por seus assessores.

“Temos juízes que estão agindo como ativistas partidários do tribunal. Eles estão tentando ditar políticas do presidente dos Estados Unidos. Eles estão tentando claramente desacelerar a agenda deste governo, e isso é inaceitável", assegurou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, pedindo a ação da Suprema Corte contra os juízes que “estão agindo erroneamente”.

Os desafios legais às ordens executivas de Trump eram previstos pela equipe do presidente no segundo mandato. E de fato ocorreram.

A batalha será longa, e a estratégia do governo é de empurrar o jogo para a Suprema Corte, onde os juízes conservadores integram a maioria por 6 a 3.

Até lá, a Casa Branca se ocupará em propagar a retórica desafiadora contra uma parcela de juízes, a fim de testar o poder ilimitado do Executivo.

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