Trump pode ganhar o Prêmio Nobel da Paz de 2025? As apostas de especialistas

Em setembro, durante uma reunião com a cúpula militar dos EUA, Trump disse que seria um insulto para o país se ele não ganhasse o Nobel da Paz. O presidente também mencionou o prêmio em discurso na Assembleia Geral da ONU, declarando ter encerrado sete guerras — afirmação contestada.

Trump foi formalmente indicado ao Nobel da Paz por países como Israel, Camboja e Paquistão. No entanto, as indicações ocorreram depois do prazo para a edição de 2025, que terminou em 31 de janeiro. Portanto, só terão validade para 2026.

O testamento de Alfred Nobel, que norteia o comitê responsável pelo prêmio, estabelece que a honraria deve ser concedida à pessoa "que mais, ou melhor, fez para promover a amizade entre as nações".

Mesmo que Trump esteja na lista de 2025, especialistas acreditam que ele não deve ser o vencedor, por contrariar o princípio do prêmio.

"Ele retirou os EUA da Organização Mundial da Saúde e do Acordo de Paris sobre o clima e iniciou uma guerra comercial contra antigos aliados", disse Nina Graeger, diretora do Instituto de Pesquisa da Paz de Oslo, à Reuters.

Por outro lado, Graeger afirma que Trump poderia ser um candidato forte para 2026 se conseguir encerrar as guerras na Ucrânia e conseguir um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza.

Trump tem feito uma campanha intensa para ser indicado ao Nobel da Paz. Em julho, por exemplo, o presidente usou uma rede social para compartilhar dois artigos de opinião na imprensa americana defendendo que ele mereceria a honraria.

Essa campanha, entretanto, pode mais atrapalhar do que ajudar. Asle Toje, vice-líder do atual Comitê Norueguês do Nobel, afirmou que o grupo responsável pelo prêmio desaprova tentativas de influência na eleição.

Atualmente, o comitê é composto por cinco membros, que trabalham em uma sala trancada para evitar influências externas. Toje afirma que nem sempre é fácil chegar a um consenso sobre o vencedor.

Para este ano, especialistas acreditam que o Prêmio Nobel irá para uma organização humanitária ou para a ONU, que está completando 80 anos. Associações de jornalistas também estão entre as opções, principalmente pelo trabalho na cobertura de guerras.

No radar também estão mediadores locais que negociam acordos de cessar-fogo em conflitos que recebem menos atenção da comunidade internacional, como os que estão em andamento na África.

O Instituto de Pesquisa da Paz de Oslo publicou uma lista com cinco organizações que cumprem os requisitos para receber o prêmio. Veja a seguir:

Halvard Leira, diretor do Instituto Norueguês de Assuntos Internacionais, disse à agência France Press que as últimas seleções mostraram um retorno a "ideias clássicas de paz", com foco em "direitos humanos, democracia, liberdade de imprensa e mulheres".