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Normalização do setor elétrico gaúcho deve levar mais cerca de 60 dias

Como muitos segmentos da infraestrutura gaúcha, o de energia também se restabelecerá gradativamente após as chuvas ocorridas no Rio Grande do Sul. O coordenador do Grupo Temático de Energia e Telecomunicações da Fiergs, Edilson Deitos, e o presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura, Paulo Menzel, estimam que uma regularização do setor elétrico no Estado ainda levará pelo menos cerca de 60 dias.

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Como muitos segmentos da infraestrutura gaúcha, o de energia também se restabelecerá gradativamente após as chuvas ocorridas no Rio Grande do Sul. O coordenador do Grupo Temático de Energia e Telecomunicações da Fiergs, Edilson Deitos, e o presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura, Paulo Menzel, estimam que uma regularização do setor elétrico no Estado ainda levará pelo menos cerca de 60 dias.

O maior “gargalo” apontado pelos dois durante a crise provocada pelas enchentes foi no sistema de transmissão (composto de linhas e subestações de grande porte, que deslocam expressivos volumes elétricos, que chegam às distribuidoras, como RGE e CEEE Equatorial, que trabalham com tensões menores e fazem essa energia chegar ao consumidor final). De acordo com o boletim do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), nesta sexta-feira (17) ainda estavam fora de operação 21 linhas de transmissão, oito transformadores e quatro usinas no Rio Grande do Sul. Entre os ativos da rede de operação afetados pelo evento climático e que retornaram à atividade estavam dez linhas e seis transformadores.

O coordenador do Grupo Temático de Energia e Telecomunicações da Fiergs considera que será necessário repensar e analisar a situação de subestações de energia que ficaram inoperantes devido às chuvas e enchentes. Ele sugere que é preciso avaliar opções para a proteção dos sistemas de transmissão, para resguardá-los em caso de futuros acontecimentos climáticos semelhantes.

Já para o presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura, o setor elétrico do Rio Grande do Sul conseguiu se sustentar durante os eventos climáticos ocorridos, porém reforça que houve muitos desligamentos de importantes linhas de transmissão que conectam o Estado às demais regiões do País. “Por inundações e outros tantos motivos”, frisa Menzel.

Apesar desse cenário precário, o dirigente revela que a Eletrosul (empresa de transmissão que atua no Estado) informou que não faltará energia (vinda de outras regiões) para o Rio Grande do Sul. “No entanto, uma coisa é chegar a energia e outra a distribuição interna, que são as redes da RGE, CEEE Equatorial e das pequenas cooperativas que atuam no Interior gaúcho”, ressalta o presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura.

Sobre as distribuidoras, Menzel assinala que em um evento dessa magnitude, essas companhias que têm uma malha muito mais ramificada e sensível que as transmissoras, obviamente seriam muito impactadas, sem muita alternativa para se precaver do acontecimento. Dentro desse cenário, ele enfatiza que não há condições hoje de uma retomada do fornecimento de energia pleno e imediato no Rio Grande do Sul.

Ainda no segmento de transmissão, um dos principais complexos impactados com as cheias foi a subestação Nova Santa Rita, localizada no município de mesmo nome, que até esta sexta-feira permanecia inoperante. O presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura salienta que o desligamento dessa estrutura só não trouxe mais problemas ao fornecimento de energia no Estado, principalmente na região Metropolitana de Porto Alegre, pois a subestação de Gravataí conseguiu dar amparo ao sistema elétrico. Ele defende que é necessário pensar em alguma solução para evitar que o complexo de Nova Santa Rita seja suscetível a novas inundações.

RGE chegou a ficar com 315 mil clientes sem energia e CEEE Equatorial com 206 mil consumidores desligados

Conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no auge dos problemas de falta de luz, a RGE teve 315,2 mil clientes interrompidos com as chuvas (11% do total dos seus usuários). Já a CEEE Equatorial registrou um pico de 206 mil usuários sem luz (12% dos seus consumidores).

O coordenador do Grupo Temático de Energia e Telecomunicações da Fiergs, Edilson Deitos, destaca que muitas redes elétricas da RGE acabaram sendo afetadas por deslizamentos. Somente na concessão dessa distribuidora, ele informa que foram mais de 2,7 mil postes que caíram. “As distribuidoras estão correndo atrás, tentando recuperar o mais rapidamente possível, mas o problema que elas estão enfrentando são os acessos”, aponta o integrante da Fiergs.

Além de pontes que caíram e estradas bloqueadas, Deitos cita que há uma maior demora para religar algumas áreas de cidades devido ao risco que o nível elevado das águas acarreta ao uso de eletricidade. Quanto à questão das barragens de hidrelétricas, que com o aumento das chuvas tiveram que ser monitoradas constantemente, o coordenador do Grupo Temático de Energia e Telecomunicações da Fiergs assinala que os cálculos de segurança desses sistemas terão que ser revistos, para aprimorar as iniciativas que podem ser tomadas para conter as chuvas.

Por sua vez, o presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura, Paulo Menzel, enfatiza que não houve maiores problemas com as barragens gaúchas. Entretanto, ele adianta que os concessionários que estão administrando esses empreendimentos, quando melhorarem as condições de nível de água e acessos, deverão revisar esses complexos.

Conforme informações do governo do Estado, na tarde desta sexta-feira, a barragem Salto, em São Francisco de Paula, da hidrelétrica de Bugres, e a barragem Santa Lúcia, em Putinga, ainda estavam em nível de emergência (risco de ruptura iminente, exigindo providências para preservar vidas). Mas, havia mais 14 barragens que exigiam alerta ou atenção.

Ainda em estado de alerta (quando as anomalias representam risco à segurança da barragem, exigindo providências para manutenção das condições de segurança) estava a barragem da usina 14 de Julho, localizada entre Cotiporã e Bento Gonçalves. Essa hidrelétrica, durante as cheias, teve confirmado o rompimento de parte da estrutura lateral da sua barragem.

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