O que torna um notebook bom? Veja como não errar na escolha

A verdade é que ninguém quer jogar dinheiro fora ao comprar uma máquina que não servirá para as suas necessidades. Por isso, veja detalhes importantes para avaliar ao comprar o notebook ideal para o seu tipo de uso.

A qualidade de construção de um notebook vai além da aparência, e saber o que avaliar é um ponto importante para escolher um bom modelo. É preciso ter atenção na engenharia do chassi e na escolha dos materiais, que devem equilibrar durabilidade e portabilidade. Os materiais mais comuns são o plástico, o alumínio e as ligas de magnésio-alumínio. O alumínio confere uma sensação premium e ajuda na dissipação de calor. Já as ligas de magnésio, usadas em modelos mais caros, oferecem o máximo de resistência com o mínimo de peso.

Além da resistência, o design impacta diretamente na saúde e no conforto do usuário a longo prazo, um campo conhecido como ergonomia. Um teclado com bom espaçamento e profundidade de acionamento das teclas é crucial para uma digitação confortável. Apesar de muita gente usar um mouse exterior, um touchpad grande e preciso, com suporte a gestos, também melhora muito a experiência, podendo dispensar o uso de um mouse na maior parte do tempo.

A funcionalidade de um notebook moderno também é definida por suas conexões. Em 2025, um bom conjunto de portas é essencial. A porta USB-C com suporte a Thunderbolt é a mais importante, pois permite transferir dados em alta velocidade, conectar múltiplos monitores e até carregar o notebook. Portas USB-A ainda são necessárias para a compatibilidade com periféricos, enquanto a porta HDMI continua sendo a maneira mais universal de conectar a uma TV ou projetor. No campo sem fio, o padrão Wi-Fi 6E é fundamental para conexões mais rápidas e estáveis.

Se o processador é o cérebro do notebook, a Memória de Acesso Aleatório (RAM) é a sua mesa de trabalho. Quanto maior a RAM, mais tarefas e programas podem ser mantidos abertos e prontos para uso imediato, sem que o sistema precise "engasgar". Em 2025, 4 GB de RAM é uma quantidade obsoleta. O próprio sistema operacional e um navegador com poucas abas já consomem esse total, forçando o notebook a usar o armazenamento como uma extensão da RAM, o que causa uma lentidão extrema.

A quantidade ideal de RAM está diretamente ligada ao seu perfil de uso. Para 2025, a configuração mínima recomendada para uma experiência satisfatória é de 8 GB. O verdadeiro "ponto ideal" para a grande maioria dos usuários é 16 GB. Essa capacidade oferece uma folga confortável para multitarefa pesada e é o padrão para jogos modernos. Para profissionais e entusiastas que editam vídeos em 4K ou usam modelagem 3D, 32 GB ou mais é indispensável. Além da quantidade, a tecnologia da memória também evolui. Ao escolher um notebook com um processador de última geração, optar por um modelo com memória RAM DDR5 é um investimento inteligente, pois garante o máximo de desempenho e prepara a máquina para as demandas dos próximos anos.

Por muitos anos, o componente que mais limitava a velocidade de um computador era o armazenamento. Os tradicionais HDs funcionam com uma tecnologia mecânica lenta e frágil. A chegada dos SSDs representou uma revolução, utilizando chips de memória flash totalmente eletrônicos. Essa diferença torna o SSD um item obrigatório em qualquer bom notebook de 2025. Suas vantagens são quase obrigatórias: inicialização do sistema em segundos, abertura de programas quase instantânea, maior durabilidade contra quedas e operação silenciosa.

Com a necessidade de um SSD estabelecida, a próxima pergunta é: qual a capacidade ideal? Em 2025, 256 GB deve ser considerado o mínimo absoluto, recomendado apenas para quem armazena quase tudo na nuvem. O ponto de partida ideal para a maioria dos estudantes e profissionais é um SSD de 512 GB, que oferece um espaço confortável para o sistema e arquivos. Para gamers, criadores de conteúdo e qualquer pessoa que lide com arquivos grandes, 1 TB é a capacidade recomendada.

Os SSDs também possuem diferentes tecnologias de conexão. Os dois tipos mais comuns são SATA e NVMe. Um SSD NVMe representa o que há de mais moderno, conectando-se diretamente à "via expressa" de dados do processador. Isso resulta em velocidades de leitura e escrita várias vezes superiores às do SATA. A maioria dos notebooks intermediários e avançados hoje já vem com SSDs NVMe. Dar preferência a um desses é garantir o máximo de performance possível.

O processador é o cérebro do notebook. Seu desempenho é determinado pela combinação de núcleos, que executam tarefas, threads, que otimizam o fluxo de trabalho, e clock, a velocidade de operação. No entanto, comparar processadores apenas por esses números pode ser enganoso. Optar por um processador de geração mais recente é uma das decisões mais importantes, pois a cada ano são introduzidas melhorias em arquitetura que resultam em maior eficiência energética, mais bateria e melhor segurança.

Para o consumidor, a escolha da família correta depende do perfil de uso. As linhas Intel Core Ultra 5 e AMD Ryzen 5 representam o equilíbrio ideal para a grande maioria dos usuários. Para quem demanda mais poder, como gamers e criadores de conteúdo, as famílias Intel Core Ultra 7 e AMD Ryzen 7 entregam mais performance. No topo, para notebook gamer, as linhas Intel Core Ultra 9 e AMD Ryzen 9 são destinadas a profissionais que necessitam do máximo de desempenho.

Para 2025, o cenário é dominado pela ascensão dos "AI PCs". Com isso, fabricantes como Intel e AMD estão integrando a NPU, Unidade de Processamento Neural, em seus projetos. Essa unidade é projetada para acelerar tarefas de Inteligência Artificial localmente e com baixo consumo de energia. Isso permitirá o surgimento de novos recursos em softwares, como assistentes virtuais mais inteligentes e edição de imagem em tempo real. A escolha de um processador de última geração com NPU é um passo importante para garantir que o notebook esteja preparado para o futuro.

A GPU, ou placa de vídeo, é responsável por gerar tudo o que aparece na tela. Nos notebooks, existem dois tipos: gráficos integrados e dedicados. As integradas são parte do próprio processador, compartilham a memória RAM do sistema e são eficientes em consumo de energia. As versões modernas são capazes de lidar com todas as tarefas do cotidiano, incluindo reprodução de vídeos em 4K e até jogos leves, com fluidez.

A placa de vídeo dedicada é um chip completamente separado, com sua própria memória, a VRAM. Isso a torna imensamente mais poderosa, mas também aumenta o custo, o consumo de energia e o aquecimento do notebook. A presença dela libera o processador principal e a RAM das tarefas gráficas intensivas, permitindo que o computador execute múltiplas funções de forma mais eficiente. Essa separação de tarefas é o que define a necessidade de uma placa de vídeo dedicada.

A pergunta crucial, então, é: quem realmente precisa de uma placa de vídeo dedicada? A resposta está ligada a um conjunto específico de atividades. O primeiro grupo são os gamers, pois jogos modernos são impossíveis de rodar com boa qualidade em gráficos integrados. O segundo grupo é formado por criadores de conteúdo e profissionais criativos, como editores de vídeo e designers 3D, pois a placa dedicada acelera drasticamente processos como renderização. Para o usuário médio, cujo uso se restringe a tarefas de escritório e navegação, investir em uma é desnecessário.

Depois de conhecer como escolher cada componente, é hora de entender qual o seu tipo de uso. Existem três principais perfis de usuários distintos.

Este perfil engloba estudantes e profissionais que usam o notebook para o pacote Office, navegação intensa online e videochamadas. As prioridades são portabilidade e longa duração da bateria. A configuração ideal inclui um processador Intel Core Ultra 5 ou AMD Ryzen 5, 8 GB de RAM, um SSD NVMe de 256 GB, gráficos integrados e uma tela Full HD com painel IPS e bom brilho.

Este perfil é para o usuário que utiliza o notebook primariamente para assistir a filmes e séries com a máxima qualidade. A prioridade máxima é a experiência audiovisual. A configuração já representa um upgrade à do perfil de estudos, com 16 GB de RAM e um SSD de 512GB para armazenar mídias. Para este tipo de uso, não é necessário ainda a mudança de processador. Tanto o Intel Core Ultra 5 ou AMD Ryzen 5 vão dar conta do recado. Já o componente mais importante é a tela: a escolha ideal é um painel OLED, que entregará cores vibrantes e contraste infinito, transformando a experiência.

Este é o perfil de gamers, editores de vídeo e engenheiros. A prioridade absoluta é a potência bruta. A configuração ideal exige um processador de alto desempenho, como um Intel Core Ultra 7/9 ou AMD Ryzen 7/9, no mínimo 16 GB de RAM, sendo 32 GB recomendado, um SSD NVMe de 1 TB ou mais e, crucialmente, uma placa de vídeo dedicada potente, como uma NVIDIA GeForce RTX 4060 ou superior. A tela deve ter resolução QHD e taxa de atualização de 144 Hz ou mais.

Assista no vídeo abaixo: como tirar print de tela do PC ou notebook? Confira todas as formas