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Usina de etanol em Santiago aguarda licença para iniciar operação

Resultado de um investimento de R$ 100 milhões, a usina de etanol da CB Bioenergia espera conseguir ainda em setembro a licença ambiental de operação para iniciar suas atividades no município gaúcho de Santiago. Com isso, frisa o CEO da empresa, Tiago Gorski Lacerda, o Rio Grande do Sul voltará a ter uma produção local de álcool, após a interrupção (há cerca de dois anos) da fabricação do combustível que era feita pela Coopercana, na cidade de Porto Xavier.

Resultado de um investimento de R$ 100 milhões, a usina de etanol da CB Bioenergia espera conseguir ainda em setembro a licença ambiental de operação para iniciar suas atividades no município gaúcho de Santiago. Com isso, frisa o CEO da empresa, Tiago Gorski Lacerda, o Rio Grande do Sul voltará a ter uma produção local de álcool, após a interrupção (há cerca de dois anos) da fabricação do combustível que era feita pela Coopercana, na cidade de Porto Xavier.

No entanto, diferentemente dessa unidade que utilizava como insumo a cana-de-açúcar, a planta santiaguense aproveitará matérias-primas como trigo, arroz, sorgo, milho, centeio, cevada e triticale. Ou seja, a estrutura poderá usar todos os cereais que possuem amido. A planta deverá processar cerca de 100 toneladas de matéria-prima ao dia.

Além da capacidade para fabricar 40 mil litros ao dia de etanol, que poderá ser o hidratado (usado como combustível veicular) ou o neutro (utilizado em cosméticos e bebidas), a unidade poderá produzir 25 toneladas de CO2 ao dia (gás empregado pela indústria de refrigerantes e água mineral), álcool hospitalar e 30 toneladas diárias do concentrado proteico DDGS, destinado à nutrição animal. Paralelamente à produção de etanol, o complexo também prevê a queima de casca de arroz para a geração de energia elétrica.

Lacerda considera que é uma enorme oportunidade que se apresenta para o Estado a possibilidade da construção de plantas de biocombustíveis usando cereais como insumo. Ele enfatiza que essas iniciativas contribuirão para agregar valor às culturas agrícolas de inverno. “O Rio Grande do Sul possui hoje uma enorme ociosidade de terras quando se compara as culturas de inverno e verão”, salienta o CEO da CB Bioenergia. Ele informa que, enquanto nos meses quentes são cultivados em torno de 12 milhões de hectares em solo gaúcho, no período frio esse número cai para aproximadamente 2 milhões de hectares.

Neste sábado (6), Lacerda participou do último debate do evento Diálogos Energia e Futuro, promovido na Expointer pelas secretarias estaduais do Meio Ambiente e Infraestrutura e da Casa Civil. Também esteve no encontro o gerente de commodities da 3tentos, João Fernando Wiatrovski. Dentro do novo ciclo de crescimento dessa empresa, há a previsão de investimento de R$ 260 milhões, que contempla a expansão das indústrias de processamento de soja e produção de biodiesel e o aumento de capacidade na produção de sementes e fertilizantes até 2030. Nesse pacote, está a ampliação da planta de Ijuí, que passará da produção atual de 850 mil litros ao dia de biodiesel para 1,5 milhão de litros diários (capacidade que deverá ser atingida já em 2026).

Wiatrovski acrescenta que outra novidade para a unidade gaúcha será a possibilidade de atuar de maneira flex, utilizando como matéria-prima, além da soja, a canola. Quanto à questão do etanol, o integrante da 3tentos lembra que a companhia está desenvolvendo um projeto nessa área no Mato Grosso e não descarta a hipótese que possa ser trabalhada uma iniciativa nesse segmento no Rio Grande do Sul, mais adiante.

“O etanol no Estado está no nosso horizonte desde 2019, em fase de análise e estudos, é algo que pode vir a acontecer no futuro, mas não tem nada colocado ainda”, comenta Wiatrovski. A secretária estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, complementa que a produção de álcool é uma capacidade nata do Brasil e é possível desenvolver este setor também no Rio Grande do Sul.

Governo estadual analisa elaboração de atlas de biocombustíveis

O governo gaúcho avalia a realização de um atlas dos combustíveis renováveis no Estado, processo semelhante ao que já foi feito com a geração de energia elétrica por meio das fontes eólica, solar, hídrica e biomassa (matéria orgânica). A secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, ressalta que, assim como o etanol, outros biocombustíveis estão demonstrando potencial para crescer no Estado, como é o caso do biometano (biogás purificado).

Soma-se a esse cenário outro segmento já consolidado em solo gaúcho que é o de biodiesel. A secretária destaca que os biocombustíveis também são uma ferramenta que contribui para a manutenção das pessoas no campo. “Quando se tem mais de um uso (de um produto agrícola), não só para a alimentação ou exportação, é possível garantir uma outra entrada de renda para a propriedade (rural) e ser mais sustentável economicamente”, argumenta Marjorie.

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