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Viajar pode nos conectar, inspirar e até nos transformar.
Observar a paisagem do alto de uma queda d'água na Terra Nova, no Canadá, ou escalar os pináculos da serra nas Dolomitas italianas revela como o mundo pode ser maravilhoso.
Neste guia inaugural da BBC sobre os melhores lugares para visitar este ano, pretendemos destacar os destinos que vivenciam o fenômeno oposto.
Todos estes 25 lugares estão disponíveis para os turistas e oferecem incríveis experiências de viagem. E, mais do que isso, eles usam o turismo para apoiar as comunidades locais, proteger o meio ambiente ou preservar seu incomparável patrimônio cultural.
O turismo em franco crescimento em muitas regiões, em relação aos níveis pré-pandemia, e as mudanças climáticas vêm revelando a frágil impermanência de muitos dos destinos desejados pelos turistas. Por isso, viajar de forma consciente significa que precisamos verificar se as nossas viagens também podem atender a um bem maior.
Sua próxima grande aventura pode estar nesta lista — talvez caminhar em um cenário quase lunar na Bolívia ou acampar glamourosamente no ambiente ártico da Groenlândia.
1. Dominica
Você sonhou a vida inteira em nadar ao lado de baleias cachalotes?
A ilha de Dominica, no Caribe, agora oferece a possibilidade de realizar seu sonho de forma ética e sustentável. A iniciativa faz parte do compromisso revolucionário da ilha com a conservação marinha e o turismo regenerativo.
A quantidade limitada de autorizações para nadadores permite que os encontros com as baleias sejam íntimos e respeitosos, oferecendo aos visitantes a experiência única de compartilhar as águas com estes incríveis cetáceos, possibilitando pesquisas e criando oportunidades de turismo sustentável para os moradores locais.
Para 2025, está programada a expansão dos sistemas e da infraestrutura para receber os visitantes, como formulários de imigração digitais para facilitar a chegada e o desenvolvimento de um sistema de teleférico para levar os turistas do vale do Roseau até o Lago Fervente, uma das maiores fontes termais do planeta.
Chegar à ilha nunca foi tão fácil. Além dos voos já existentes da American Airlines partindo de Miami, nos Estados Unidos, a United Airlines está lançando voos diretos de Newark (Nova Jersey, EUA) a partir de 15 de fevereiro.
Diversos hotéis novos estão abrindo em 2025, aumentando em 25% a disponibilidade hoteleira, com cerca de 500 quartos novos. Eles incluem o seis estrelas Tranquility Beach Resort and Spa, da rede Hilton, na cidade de Salisbury (costa oeste da ilha).
Você pode também preferir um hotel clássico testado e aprovado, como o Secret Bay, uma hospedagem ecológica de luxo que costuma frequentar o topo dos rankings de sustentabilidade.
Os visitantes também podem explorar desfiladeiros escondidos, enormes cachoeiras e se banquetear com a cozinha local em restaurantes diferenciados, como o Lacou, que traz a comida direto da fazenda para a mesa.
Dominica é mais do que um destino turístico. É um movimento de apoio a um modelo florescente de ecoturismo, que busca o equilíbrio entre a conservação da biodiversidade e o crescimento econômico, possibilitando que a sua aventura ajude a proteger este paraíso natural para as gerações futuras. (Pier Nirandara)
2. Naoshima, Japão
Lar de uma das emblemáticas esculturas amarelas em forma de abóbora com bolinhas da artista Yayoi Kusama, a ilha japonesa de Naoshima se tornou destino obrigatório para os especialistas em arte e arquitetura contemporânea.
Antes conhecida, quando muito, pela sua indústria de fundição de cobre altamente poluente, a ilha se transformou graças ao Benesse Art Site Naoshima, que ajudou a criar importantes museus e obras de arte específicas no mar interior de Seto. Com suas vistas estonteantes e população cada vez menor, o mar fica entre as ilhas de Shikoku e Honshu, a principal do Japão.
A primavera de 2025 no hemisfério norte irá presenciar a abertura do Novo Museu de Arte de Naoshima, projetado pelo premiado arquiteto Tadao Ando, responsável por outros nove projetos na ilha.
O novo local de exposição de obras de artistas asiáticos será um dos principais destaques da Trienal de Setouchi deste ano, com eventos e apresentações de obras de arte espalhados por 17 ilhas e áreas costeiras do mar interior de Seto.
A Trienal foi programada para durar 100 dias ao longo da primavera, verão e outono, para permitir que os visitantes apreciem a região durante as diferentes estações do ano. Esta é a maior edição do evento desde sua criação, em 2010.
O festival e as atividades da Benesse Art Site Naoshima foram fundamentais, não só para mudar o destino da ilha, mas também para fazer reviver as ilhas vizinhas de Teshima e Inujima.
Reserve uma visita ao Museu de Arte de Teshima, da artista Rei Naito e do arquiteto Ryue Nishizawa — uma síntese única de arte, arquitetura e natureza. E, em Inujima, os visitantes sempre ficam fascinados com os restos de uma histórica refinaria de cobre, reformada e transformada em uma instalação de arte em escala épica.
Locais memoráveis para se hospedar incluem Roka, um ryokan (hospedaria típica japonesa) em estilo contemporâneo em Naoshima, e o elegante e minimalista Espoir Inn, em Teshima. (Simon Richmond)
3. Dolomitas, Itália
Eterna favorita entre os destinos turísticos, a Itália raramente precisa de divulgação, ainda mais em um ano em que a sua já abarrotada capital, Roma, irá receber ainda mais turistas do que de costume, devido ao Jubileu de 2025.
Mas, se a Itália ainda estiver na sua lista de lugares para visitar este ano, verifique a possibilidade de conhecer as montanhas Dolomitas, no norte do país.
Para os italianos, as belas e acidentadas Dolomitas são sinônimo de férias de luxo e diversão com a família.
Seus acidentados e deslumbrantes rochedos de calcário cobrem as regiões do Vêneto, Trentino-Alto Ádige/Sul do Tirol e Friuli-Veneza Giulia. Eles atraem multidões de italianos em férias todos os anos, com suas requintadas aldeias, inigualáveis resorts de esqui na neve, caminhadas épicas e substanciosos pratos alpinos de qualidade internacional.
Já os turistas estrangeiros costumam ignorar este clássico parque de diversões italiano. Mas este panorama está mudando.
A estação de esqui Cortina d'Ampezzo, conhecida como a "Rainha das Dolomitas" foi indicada para ser uma das sedes dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026. As preparações terão lugar ao longo deste ano e incluem uma série de melhorias da infraestrutura de toda a região, sem falar no pano de fundo da agitação pré-olímpica.
Os visitantes podem contar com a expansão das redes de teleféricos em Dolomiti Superski, onde as cidades de Alta Badia e Val Gardena irão lançar teleféricos modernos e melhores conexões para o transporte público que opera na região.
Todas as cidades da região irão instalar gôndolas, teleféricos e bondinhos novos e modernizados. Mas as Dolomitas são eletrizantes em todas as estações do ano.
Na primavera, no verão e no outono, é possível explorar excelentes trilhas como o novo Cammino Retico, inaugurado em 2024 — um caminho de 170 km que conecta aldeias remotas entre as regiões do Vêneto e de Trentino, em um percurso que leva sete dias.
E, simplesmente para relaxar, o hotel de luxo Aman Rosa Alpina irá reabrir de forma grandiosa em 2025. O hotel irá agora oferecer 51 quartos e suítes, duas suítes presidenciais e a privacidade do Chalé Zeno.
É bom visitar agora, antes que chegue a multidão. (Eva Sandoval)
4. Groenlândia
Não existe outro lugar na Terra como a Groenlândia.
Com mais de dois milhões de quilômetros quadrados (o tamanho dos Estados do Pará e Mato Grosso, somados), a Groenlândia é a maior ilha do mundo, mas sua população é de menos de 57 mil pessoas.
Coberta por uma vasta camada de gelo e montanhas espetaculares, sua natureza selvagem intocada e seus fiordes majestosos não são apenas uma cobiçada jurisdição geopolítica. A ilha oferece aventuras únicas na vida aos seus visitantes.
No verão, caminhadas espetaculares e fascinantes observações de baleias. No inverno, passeios nos tradicionais trenós puxados por cães e a mágica aurora boreal. Tudo isso faz da Groenlândia um destino desejado pelos turistas.
Chegar à ilha sempre foi uma viagem longa, cara e demorada — até agora. A abertura de um novo aeroporto internacional na capital da Groenlândia, Nuuk, e de dois outros aeroportos em 2026, faz com que o acesso ao território seja mais fácil do que nunca.
A Groenlândia espera receber turistas de aventura conscientes, que desejem conhecer a ilha respeitando sua natureza incrível e a cultura única dos inuítes, o seu povo originário.
O território adotou o compromisso "com o melhor turismo" e uma nova lei pretende empregar os fundos do turismo em benefício das comunidades locais.
Nuuk é uma cidade moderna com uma orla histórica, museus informativos e impressionantes galerias de arte. A capital também serve de ponto de partida para caminhar, pescar e acampar — e é um portal para o impressionante território ártico.
Na região sul da ilha, antes habitada pelos vikings, existem belos fiordes e exuberantes montanhas verdes, intercaladas por fazendas de criação de ovelhas. (Adrienne Murray Nielsen)
5. País de Gales
O País de Gales é um pouco menor do que o Estado de Sergipe. Ele tem apenas um sexto do tamanho da Inglaterra e recebe muito menos visitantes do que seus parceiros mais famosos do Reino Unido. Mas é repleto de deslumbrantes parques nacionais, castelos medievais imponentes e virtualmente nenhuma multidão, o que só aumenta seu encanto.
O ano de 2025 oferece aos viajantes um motivo adicional para explorar um dos destinos mais promissores da Europa. O País de Gales celebra o Ano de Croeso ("Boas-vindas").
O evento irá durar todo o ano e apresenta a cultura, o idioma e as atrações galesas, convidando os visitantes a "sentir o hwyl" – um termo galês intraduzível, que descreve um profundo estado de alegria decorrente da imersão no momento presente.
Nos últimos anos, o País de Gales se posicionou na linha de frente do turismo cultural e sustentável.
O turismo ajudou a reviver o idioma galês e o país criou um programa plurianual de 5 bilhões de libras (cerca de R$ 37,1 bilhões), empregando fundos do turismo para transformar diversos destinos em locais ambientalmente sustentáveis.
Como parte do Ano de Croeso, o País de Gales está investindo em bicicletas de mobilidade para ajudar os aventureiros a explorar o lado selvagem do país. E ainda existe o Caminho do Litoral de Gales, a única trilha de caminhada do mundo que percorre todo o litoral de um país. (Eliot Stein)
6. Oeste da Terra Nova e Labrador, Canadá
A península do Labrador é a parte continental da Terra Nova e Labrador, no leste do Canadá. A região é vasta, acidentada e conhecida por suas aldeias litorâneas fustigadas pelo vento, imensos icebergs, florestas subárticas e enormes quedas d'água, acompanhadas por mais de 9 mil anos de história humana.
Em 2025, a conclusão da última etapa da Rodovia Translabrador irá melhorar o acesso a esta remota área de 294.330 km² (equivalente ao Estado do Rio Grande do Sul). Com 1,2 mil quilômetros de extensão, a obra custou US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,9 bilhões) e levou cerca de 25 anos para ser construída.
A nova rota circular (conhecida como Expedição 51) conecta Labrador a cinco províncias canadenses, oferecendo desvios para os Estados Unidos e até para a França, pelo território ultramarino de São Pedro e Miquelon.
Para incentivar o turismo sustentável e promover o patrimônio cultural nesta parte antes isolada do norte canadense, o governo do país investiu US$ 180 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão) nos parques nacionais e locais históricos da região.
Em 2025, o Local Histórico Nacional Red Bay, antiga estação de baleeiros do País Basco e, hoje, patrimônio mundial da Unesco, irá inaugurar um novo centro de visitantes e calçadão interativo.
O sítio arqueológico L'Anse aux Meadows, o primeiro assentamento nórdico na América do Norte, está aumentando suas proteções ecológicas e reformando as instalações para atender os visitantes. E o Parque Nacional Gros Morne apresentará novas exposições interpretativas que destacam a incrível geologia, a vida selvagem e as paisagens locais. (Diane Selkirk)
7. Tucson, Arizona, Estados Unidos
A cidade de Tucson aguarda grandes comemorações em 2025.
O ano marca o 10º aniversário da sua nomeação como Cidade da Gastronomia da Unesco — a primeira cidade dos Estados Unidos a receber este título. E Tucson também completa 250 anos de fundação em 2025.
Originalmente parte do México, a região que, agora, é chamada de Tucson irá celebrar seu característico histórico transnacional e as enraizadas culturas nativas americanas que a tornam tão especial.
Ao longo do ano, os visitantes poderão explorar seus quilômetros de trilhas de caminhada no deserto e construções históricas, como a Missão San Xavier del Bac, a chamada "Pomba Branca do Deserto", construída há 250 anos.
Esta preocupação com a preservação indica por que a cidade irá receber este ano o Prêmio Índice de Sustentabilidade, concedido pelo Movimento para a Sustentabilidade dos Destinos Globais (GDS, na sigla em inglês).
A história da construção é impressionante, mas os jardins próximos revelam uma história ainda mais rica. Eles formam o solo em cultivo contínuo mais antigo dos Estados Unidos.
Quatro mil anos atrás, os ancestrais da nação nativa americana Tohono O'odham já cultivavam abóboras, feijão e milho naquela terra. E, depois de se misturarem com os sabores mexicanos e de outras nações indígenas ao longo dos séculos, muitos desses produtos e ervas estão presentes nas cozinhas de toda a cidade até hoje.
Os visitantes podem mergulhar no cenário alimentar único de Tucson em um dos restaurantes certificados da Cidade da Gastronomia ou nos mercados de agricultores tradicionais. Eles costumam oferecer ingredientes locais únicos, como as pimentas chiltepin, cactos comestíveis conhecidos como nopales e o figo-da-índia. (Lynn Brown)
8. Austrália Ocidental
A cidade de Perth — conhecida como a cidade grande mais isolada do mundo — e o Estado da Austrália Ocidental sempre ficaram em segundo lugar em relação a Melbourne e Sydney, na costa leste australiana.
Mas, quando passou a receber os únicos voos diretos da Europa para a Austrália, Perth começou a se posicionar como o portal do lado oeste do país e como centro global de aviação. E a reforma do aeroporto local, ao custo de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 29,6 bilhões) deve favorecer a experiência dos turistas.
Com novas conexões para a Ásia, a Austrália Ocidental irá se tornar um destino obrigatório em 2025— não só pelo acesso mais fácil, mas pelo que aguarda os visitantes.
Além da agradável cidade de Perth e sua bela região vinícola no vale do Swan, a Austrália Ocidental é um vasto território, com mais de 2,5 milhões de quilômetros quadrados, ou duas vezes o Estado do Pará.
Ela engloba 12,5 mil quilômetros de litoral intocado, lagos cor-de-rosa como goma de mascar, extensas cachoeiras, enormes florestas de eucalipto, flores silvestres, vinícolas e encontros com a vida selvagem, como nadar com tubarões-baleias e tirar selfies com quokkas, o "animal mais feliz do mundo".
Os visitantes preocupados com a sustentabilidade podem percorrer a nova Autoestrada para Veículos Elétricos, a mais longa rede de carregamento de VEs do mundo, com 6.600 km de extensão.
A Austrália Ocidental também defende o seu rico patrimônio cultural com o Plano de Ação sobre o Turismo Aborígene Jina. Orçado em 20 milhões de dólares australianos (cerca de R$ 74,4 milhões), o projeto promove experiências turísticas autênticas lideradas por aborígenes, além do desenvolvimento de negócios aborígenes.
Não deixe de visitar as gravuras rupestres do Parque Nacional de Murujuga, que está sendo analisado para inclusão na lista de Patrimônio Mundial da Unesco em 2025. Isso sem falar nos novos equipamentos e infraestrutura para pessoas com deficiência das exuberantes ilhas Houtman Abrolhos, nos hotéis-butique da cidade de Fremantle e nas curtas estadias dos sonhos no Grande Sul do Estado.
Com tudo isso, a Austrália Ocidental deve redefinir o turismo no país em 2025. (Ellie Cobb)
9. Sri Lanka
Com suas plantações de chá no topo enevoado das montanhas, elefantes selvagens perambulando pela ilha, templos antigos e as ondas do surfe, o Sri Lanka é um país com muitas alternativas para os visitantes.
Em abril de 2022, o então primeiro-ministro Mahinda Rajapaksa anunciou que o país entraria em moratória. Mas seu novo presidente, Anura Kumara Dissanayake, deseja reconstruir o patrimônio do Sri Lanka, atingido pela pandemia e pelos distúrbios civis no país.
A ilha é resistente e pretende se reerguer com o turismo.
A cidade de Kandy terá seu primeiro hotel sete estrelas, o Aviyana Private Chalets. Já o Resort Natural Aarunya ganhou uma nova hospedagem familiar, que inclui um telescópio para observar as estrelas.
Um mega resort de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,9 bilhões) está sendo aberto na capital do país, Colombo, e a nova companhia aérea do Sri Lanka, a Air Ceilão, irá voar até a Europa e a Austrália.
O país também lançou recentemente sua Iniciativa do Selo de Boa Viagem, para reconhecer as empresas locais que adotaram práticas sustentáveis.
Os visitantes que desejarem evitar o calor podem fazer um passeio de trem lendário pelo interior montanhoso da ilha ou viajar até Colombo e Galle para descobrir uma nova geração de especialistas em coquetéis, que criaram sua própria versão do arrack, uma bebida do século 5º.
A ilha também abriu a Trilha Pekoe, com 300 km de extensão. O caminho leva os visitantes através de plantações de chá e aldeias rurais no planalto central do Sri Lanka.
E, para aqueles que desejam se movimentar mais, uma start-up inovadora oferece aos turistas a oportunidade de dirigir um tuk tuk pela ilha, com o dinheiro arrecadado seguindo direto para o proprietário. (Claire Turrell)
10. Panamá
Depois de administrar o Canal do Panamá por décadas, os Estados Unidos entregaram o controle da hidrovia ao país centro-americano no final de 1999, por meio de um tratado assinado pelo então presidente americano Jimmy Carter (1924-2024).
Este ano marca o 25º aniversário da soberania panamenha sobre o Canal. E, enquanto o presidente Donald Trump levanta a possibilidade de usar a força militar para retomar sua administração, diversas exposições permanentes no Museu do Canal destacam a história da hidrovia, de forma particularmente oportuna.
Mas existem outros pontos a serem visitados neste país de grandes florestas, ilhas idílicas e florestas montanhosas, além do canal.
Em 2024, o Mapa de Viagem Significativa para o Panamá, lançado em parceria com a organização sem fins lucrativos Tourism Cares, fez com que os visitantes pudessem encontrar experiências em todo o país, promovidas por moradores locais.
Depois do tour a pé Localinpty, pelos bairros de Casco Antiguo e El Chorrillo, na Cidade do Panamá, dirija-se para o sudoeste, até o distrito de La Pintada, onde artistas tecem fibras para produzir manualmente os tradicionais chapéus Panamá. A técnica é reconhecida pela Unesco e o chapéu é chamado de sombrero pintao.
Em El Valle de Anton (indicada em 2024 pela Organização Mundial do Turismo como uma das melhores aldeias de turismo comunitário), caminhe pela exuberante floresta coberta pelas nuvens na Trilha de Observação Cerro Gaital. Em dias claros, você poderá ver do pico o Oceano Pacífico, de um lado, e o mar do Caribe, do outro.
Este caminho recém-aberto faz parte do projeto Mil Quilômetros de Trilhas, em desenvolvimento no Panamá. O objetivo é incentivar o turismo sustentável nas comunidades rurais e, ao mesmo tempo, apresentar aos visitantes a extraordinária biodiversidade do país. (Kathleen Rellihan)
11. Montanhas Rif, Marrocos
Suas montanhas cobertas de neve, extensos desertos, cidades antigas e seu rico patrimônio cultural fizeram do Marrocos, há muito tempo, um dos destinos turísticos mais populares do norte da África.
Mas o terremoto de Al Haouz, em setembro de 2023, devastou partes de Marrakech e das montanhas Atlas, prejudicando gravemente o turismo no país.
O Marrocos continua a construir e reconstruir sua infraestrutura turística, preparando-se para ser um dos anfitriões da Copa do Mundo da Fifa de 2030. O país pretende dobrar o número de turistas estrangeiros nos próximos cinco anos.
Fuja das multidões pegando a estrada que atravessa as montanhas Rif, no norte do Marrocos, que recebe menos visitantes.
A planejada expansão da rede de trens de alta velocidade do país, entre 2025 e 2027, irá criar uma série de novas linhas ferroviárias, incluindo uma ligação que irá sair da capital, Rabat, até Fez, uma cidade murada de 1,3 mil anos nas montanhas Rif.
A medina de Fez (a parte histórica da cidade, dentro das muralhas) é Patrimônio Mundial da Unesco e a cidade irá receber vários jogos da Copa Africana de Nações, em 2025.
A 65 km ao norte de Fez, fica Moulay Idriss, uma antiga aldeia no topo das montanhas, antes fechada aos não muçulmanos.
Depois de atravessar os bosques de amêndoas e oliveiras e as aldeias nas montanhas, faça uma parada em Ouezzane, centro do sufismo. Depois, continue em direção ao norte, até o Parque Nacional de Talassemtane.
Lá, você poderá caminhar entre as florestas de cedros, escalar picos vermelhos escarpados e mergulhar em buracos naturais.
Mais ao norte, fica a cidade de Chefchaouen, conhecida como a "Pérola Azul", devido às suas ruas e casas pintadas com esta cor.
Por fim, navegue pelo litoral norte do Marrocos, desembarcando nas pacatas aldeias de pescadores do Mediterrâneo, como El Jebha, e nas construções coloniais espanholas desgastadas de Tetuã. (Alicia Erickson)
12. Bradford, Inglaterra
A cidade de Bradford, no norte da Inglaterra, deve finalmente sair este ano da longa sombra imposta pela sua vizinha no condado de Yorkshire, a gigante Leeds. Em 2025, Bradford assume o posto de Cidade da Cultura do Reino Unido.
Um fabuloso programa de eventos, que irá durar o ano inteiro, inclui a reabertura do Museu Nacional de Ciências e das Comunicações, além de inovadoras celebrações dos ícones culturais locais.
Mais de 400 obras do artista David Hockney, natural de Bradford, são mantidas em um moinho dos anos 1850, que é Patrimônio Mundial da Unesco.
Foram também criadas novas histórias e imagens digitais do mundo de fantasia sonhado pelas famosas escritoras do século 19, as irmãs Brontë. E um programa musical combina uma sinfonia de baixos eletrônicos, música folclórica antiga, bandas de metal e sons do sul da Ásia.
Esta diversidade de ofertas reflete a surpreendente variedade de uma cidade com enclaves históricos, como a Pequena Alemanha (onde comerciantes de lã teutônicos do século 19 construíram uma série de armazéns neoclássicos).
Além deles, um cenário de charnecas espetaculares servirá de palco para uma extraordinária caminhada sonora imersiva a céu aberto, misturando música clássica contemporânea e uma trilha de esculturas.
Os moradores locais também oferecem uma energia especial. Eles representam diversas origens — e são bastante jovens, pois 25% deles têm menos de 20 anos de idade.
As ruas históricas e a zona rural acidentada de Bradford ajudaram a transformar a cidade na primeira Cidade do Cinema da Unesco no Reino Unido. Ela compartilha o título com locais bastante diversificados, como a capital italiana, Roma, Sidney (Austrália) e Busan, na Coreia do Sul.
Bradford serviu de cenário para sucessos do cinema e da TV. Eles incluem séries da BBC, como Peaky Blinders (2013-2022) e Gentleman Jack (2019-2022), e filmes clássicos britânicos, como Quando o Coração Bate Mais Forte (The Railway Children, 1970) e O Morro dos Ventos Uivantes (1992).
Este ano, existe até o projeto de um livro de receitas interativo, destacando receitas das comunidades locais. É uma demonstração de que, em 2025, Bradford é realmente um destino que agrada a todos os gostos. (Norman Miller)
13. Jordânia
Alguns dos cenários desérticos mais deslumbrantes do planeta e a cidade de Petra, antiga capital de uma das civilizações mais misteriosas da história humana, fazem com que a Jordânia nunca deixe de maravilhar as pessoas.
Mas um olhar mais atento irá mostrar que o país vem discretamente se estabelecendo como o destino dos aventureiros ao ar livre do Oriente Médio.
Em 2023, foi aberta uma nova e espetacular trilha de caminhada, com 120 km de extensão, chamada Trilha de Wadi Rum.
Percorrer o trajeto leva 10 dias. A trilha se estende pelas paredes vermelhas do simbólico vale Wadi Rum, atravessando os cenários de outros mundos dos filmes Star Wars, Duna e Perdido em Marte (2015).
Os visitantes costumavam atravessar este ponto do deserto em pick-ups 4x4. Mas este projeto de turismo comunitário propõe uma forma mais lenta e sustentável de viajar, protegendo o delicado ecossistema do deserto e o rico patrimônio cultural da comunidade de beduínos da região.
A Jordânia abriga 33 ecossistemas terrestres e marinhos protegidos. O país é um pouco menor que o Estado de Santa Catarina.
A Reserva da Biosfera Wadi Mujib é a reserva natural mais baixa do mundo, localizada 410 metros abaixo do nível do mar. Nela, os visitantes podem procurar o furtivo íbex-da-núbia, morador do deserto que escala, nada e desliza pelos desfiladeiros de calcário, até encontrar a base de alguma cachoeira.
Já a Reserva da Biosfera Dana, a maior da Jordânia, abriga 180 espécies de aves e 25 espécies de mamíferos ameaçados.
A Reserva Marinha de Aqaba foi acrescentada em janeiro de 2025 à Lista Verde de Áreas Protegidas e Conservadas, mantida pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na lista em inglês). Seus ricos recifes de coral sustentam mais de 500 espécies de peixes e formam um local de mergulho cada vez mais frequentado. (Florence Craig)
14. Vale de Haa, Butão
Quase totalmente isolado do mundo exterior por séculos, o Butão é um antigo reino eremita empoleirado no Himalaia, que só começou a receber estrangeiros em 1974.
Desde então, o país se tornou líder global de sustentabilidade. É a primeira nação negativa em carbono do mundo, mais de 60% da sua área é coberta por florestas protegidas e seu progresso é medido em termos da Felicidade Nacional Bruta, não do PIB.
O vale de Haa é um distrito florestal intocado ao longo da fronteira ocidental do Butão com o Tibete. Por muito tempo, ele foi o segredo mais bem guardado do país: uma região culturalmente distinta, intocada pelo turismo de massa.
Este canto esquecido do Reino do Dragão do Trovão (como o Butão é conhecido) foi o último distrito a ser aberto aos estrangeiros, em 2002. Mas, atualmente, menos de 2% dos viajantes internacionais visitam a região, embora esteja a um passeio de iaque de distância do Aeroporto Internacional de Paro.
Agora, o vale está emergindo das sombras, equilibrando preservação e desenvolvimento planejado na sua busca por mais visitantes.
Os turistas podem explorar a pura beleza de Haa com a recém-restaurada Trilha Transbutão, com 400 km de extensão. Além dela, existe a Trilha Panorâmica de Haa, de 11 km, que é uma rota antiga recentemente restaurada, e a Trilha Joy Bay Tsho, de dois dias. Ela se estende através de pastagens, florestas de canópias e bosques de bambu, entre as aldeias de Mochu e Youkha.
O compromisso do vale de Haa com o turismo sustentável possibilita encontrar casas de família que oferecem hospedagem e alguns hotéis locais, administrados por moradores da região, que mostram um pouco da vida rural de séculos atrás.
Também foram abertas duas acomodações distintas, de baixo impacto. Uma delas é o Ecoacampamento Katsho, construído ao longo da Trilha Panorâmica de Haa, por guias e cozinheiros que perderam seus empregos durante a pandemia.
A outra é o luxuoso Acampamento Sangwa, onde os visitantes vivenciam a cultura local, como os rituais Bon, ao lado de raras experiências como o café da manhã na reserva natural restrita e isolada do Butão — um ponto importante para a biodiversidade, rigidamente protegido. Ela abriga espécies raras como o panda-vermelho e o leopardo-das-neves.
A Tarifa Diária Sustentável do Butão, devida pelos visitantes estrangeiros, foi reduzida pela metade até 2027 (agora, é de US$ 100, ou cerca de R$ 590). Com isso, este paraíso antes isolado, agora, é mais acessível, mantendo seu mesmo compromisso com o turismo de baixo impacto. (Erin Levi)
15. Havaí, Estados Unidos
Mais de um ano depois que uma série de incêndios florestais devastou a ilha de Maui, o arquipélago como um todo sofreu drástica redução dos turistas.
As famílias e as empresas locais do Havaí continuam a reconstrução e pedem aos turistas que retornem, mas com responsabilidade.
O programa Mālama Havaí oferece aos turistas mais de 350 oportunidades de voluntariado. Elas cobrem desde a restauração de florestas nativas até costurar e cozinhar com famílias da ilha de Maui, para ajudar a preservar os habitats vegetais e animais nas encostas do monte Kea.
Em troca, os turistas recebem descontos (em alguns casos, totais) em estadias em dezenas de hotéis e resorts em todo o Havaí. Eles incluem o famoso Four Seasons Resort Maui, em Wailea, onde foi filmada a primeira temporada da série de TV The White Lotus (2021).
Mālama é uma palavra havaiana que significa "proteger" ou "devolver". Ela incorpora um senso de gestão e respeito pelo meio ambiente. (Eliot Stein)
16. Uzbequistão
A população do Uzbequistão é uma das mais jovens do mundo. Mais de 60% dos seus habitantes têm menos de 30 anos de idade.
O metrô da capital, Tashkent, serve também de museu de arte, com seus mosaicos da era soviética. Ali, rodeado por um mar de jovens, você pode observar a nova geração assumindo o controle do país.
Enquanto luta para preservar suas tradições culturais típicas, o Uzbequistão investe no turismo, com novos hotéis, linhas de trem, voos domésticos e atrações culturais. A intenção é fazer crescer a economia, manter os jovens no país e atrair mais visitantes.
O Uzbequistão está organizando sua primeira grande bienal internacional: a Bienal de Bukhara, em setembro de 2025.
Outros avanços culturais importantes incluem a expansão do Museu de Artes do Estado, projetado pelo arquiteto japonês Tadao Ando, e a restauração e reconstrução parcial do Palácio do Príncipe Romanov.
Segundo dados de maio de 2024, cidadãos de mais de 90 países podem visitar o Uzbequistão sem necessidade de visto, incluindo o Reino Unido, Canadá, Austrália e o Brasil.
O presidente do país, Shavkat Mirziyoyev, declarou que pretende criar um Laboratório de Start-ups de Turismo Verde Global, para reforçar o compromisso do país com a economia verde no turismo.
Cruzar a fronteira para países vizinhos também ficou mais fácil. A primeira rota ferroviária internacional da região — a ferrovia da Rota da Seda, inaugurada em novembro de 2024 — conecta o Uzbequistão ao Cazaquistão. (Kathleen Rellihan)
17. Haida Gwaii, Canadá
Haida Gwaii é um arquipélago com mais de 150 ilhas, no litoral da Colúmbia Britânica, no Canadá. Além dos cenários de tirar o fôlego, o local oferece profunda conexão com a natureza, cultura e história.
Isoladas do continente, as ilhas repletas de riqueza ecológica abrigam mais de 6,8 mil espécies, incluindo aves, mamíferos e plantas endêmicas, que sustentaram o povo Haida por pelo menos 15 mil anos.
O motivo que fez com que Haida Gwaii se tornasse um destino de destaque em 2025 é o histórico Acordo de Titularidade de Terras Haida "Maré Alta" de Gaayhllxid/Gíihlagalgang. A lei marca um momento transformador dos direitos indígenas no Canadá, reconhecendo oficialmente o Conselho da Nação Haida como órgão governante do território, segundo a legislação federal.
A mudança conseguiu revitalizar a cultura Haida e fortalecer a proteção ambiental das suas terras.
Os turistas podem visitar aldeias Haida há muito tempo abandonadas, como SGang Gwaay, Patrimônio Mundial da Unesco, com seus antigos postes mortuários e restos de casas comunitárias. E também encontrar animais selvagens característicos, como o urso-negro de Haida Gwaii (taan, no idioma local) e aves marinhas como o papagaio-do-mar e a torda-miúda-do-pacífico (Synthliboramphus antiquus).
Ao chegarem, os visitantes são instruídos sobre as Leis Haida, incluindo o conceito Gina 'waadluxan gud ad kwaagid' — "tudo depende de todo o resto". Este ensinamento destaca nossa responsabilidade comum de cuidar do planeta. (Diane Selkirk)
18. Costa Esmeralda, Nicarágua
A Nicarágua possui florestas tropicais envoltas pela névoa, lagos verdes como esmeraldas, imensos vulcões e uma das cidades mais antigas e atraentes das Américas (Granada, consagrada pela Unesco, que completou 500 anos em dezembro de 2024).
Mesmo com todos estes atrativos, o maior país da América Central continua sendo um dos menos visitados da região. Mas isso pode mudar em breve, com a abertura de uma nova estrada litorânea.
A Carretera Costanera é uma rodovia de 350 km, construída ao custo de US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,37 bilhões). Ela liga 53 praias ao longo do litoral do Pacífico nicaraguense — do golfo de Fonseca, no norte, até as águas de cor azul-turquesa de Playa El Naranjo, no sul.
Com inauguração prevista para 2025, o novo e ambicioso projeto de infraestrutura irá facilitar muito o transporte em direção ao sul do país. Os visitantes poderão partir da extensa capital nicaraguense, Manágua, e seguir até as florestas tropicais e os centros de surfe de classe internacional de Popoyo e San Juan del Sur, percorrendo os 50 km da Costa Esmeralda, que atrai há anos os mochileiros de plantão.
O mais importante é que a Costanera pretende vitalizar a economia do país, um dos mais pobres do hemisfério ocidental. A Nicarágua acredita que o crescimento do setor turístico é fundamental para o seu desenvolvimento econômico.
Depois de aprender a pegar ondas em um dos acampamentos de surfe da região e dormir em uma casa na árvore em meio à floresta tropical, aventure-se pelo Refúgio da Vida Silvestre La Flor, no extremo sul da rodovia. Ali, milhares de tartarugas-oliva e tartarugas-de-couro, ameaçadas de extinção, depositam seus ovos entre setembro e outubro. É uma experiência inigualável. (Eliot Stein)
19. Ilha de Man
A ilha de Man é rodeada pelo Reino Unido por todos os lados: a Irlanda do Norte a oeste, a Escócia ao norte, a Inglaterra a leste e o País de Gales ao sul. Mas ela, na verdade, não faz parte da Comunidade Britânica.
Cercada de rochedos, a ilha tem governo próprio e afirma ser administrada pelo parlamento mais antigo do mundo em atividade contínua, o Tynwald. Seu compromisso é com a preservação do seu caráter único, desenvolvendo um modelo de turismo sustentável.
A ilha de Man tem 85 mil habitantes e é repleta de locais históricos antigos, como o Cashtal yn Ard ("Castelo das Alturas", o maior túmulo neolítico das ilhas britânicas) e o Castelo Rushen, uma das estruturas medievais mais completas da Europa. E seus moradores certamente têm visão de futuro.
Pelo seu compromisso com a preservação do meio ambiente e do seu patrimônio cultural, a ilha de Man foi reconhecida, em 2016, como Biosfera da Unesco — o único território independente do mundo cuja área total, de terra e mar, recebeu esta designação.
Outro destaque deste ano é o 175º aniversário da simbólica cervejaria local Okell's. Você pode participar das comemorações, comparecendo aos tours de degustação que serão promovidos ao longo de todo o ano.
Além de aprender algumas palavras em gaélico da ilha de Man (o idioma histórico local) e se familiarizar com a libra de Man (a moeda exclusiva da ilha), uma das melhores formas de compreender esta dependência única da Coroa britânica é explorá-la a pé.
Aproveitando os inúmeros e organizados eventos de caminhada da ilha, os visitantes podem observar campos ingleses inclinados, montanhas irlandesas envoltas pela névoa e o escarpado litoral galês, além dos imensos picos parecidos com as Highlands da Escócia no ponto mais altos da ilha, a montanha Snaefell.
Nos dias claros, os visitantes podem dar a volta no pico fustigado pelo vento para ver todos os países do Reino Unido e a República da Irlanda. (Lynn Brown)
20. Região do Gilgit-Baltistão, no Paquistão
O Paquistão é um dos países mais populosos do mundo, com 240 milhões de habitantes. E também oferece grandes surpresas para os visitantes.
O país espera que uma série de iniciativas de turismo responsável e novas medidas de sustentabilidade possam atrair visitantes com consciência ecológica, para explorar sua exuberante região norte. Ela abriga cinco dos 14 picos do planeta com mais de 8 mil metros de altitude — incluindo a segunda maior montanha do mundo, o K2.
Salam Pakistan é a primeira marca nacional de turismo do país. Lançada em 2023, ela permite que os turistas solicitem facilmente vistos eletrônicos e façam reservas na plataforma digital, incluindo o disputado visto de alpinismo e pedestrianismo.
Uma rápida olhada na lista de trilhas e picos montanhosos do Paquistão mostra a escala inigualável de possibilidades para fazer subir os níveis de adrenalina no país.
É claro que o Paquistão é muito mais do que vertiginosas trilhas nas montanhas. A bela região do Gilgit-Baltistão, conhecida como "portal do céu", é repleta de vales verdejantes, lagos cristalinos e cachoeiras glaciais.
As trilhas são cercadas de perfumadas flores de cerejeira e pelos pomares de damasco do vale do Hunza, sem falar nas onduladas planícies de Deosai — patrimônio mundial da Unesco — e nos lagos cristalinos que remetem a Xangri-lá.
Você pode se aventurar em direção à fronteira do Paquistão com a China e visitar a passagem de Khunjerab, que passará a ser operacional durante todo o ano, a partir de 2025. (Aysha Imtiaz)
21. Açores
Isolado em meio ao Oceano Atlântico, a cerca de 1.500 km a oeste de Lisboa, o arquipélago português composto por nove ilhas é um dos destinos mais isolados da Europa.
Os Açores são conhecidos pelas suas fontes naturais de água quente borbulhante, lagos com cores de pedras preciosas e tubos de lava espumante.
Uma lei histórica aprovada em outubro de 2024 criou a Área Marinha Protegida dos Açores. Sua extensão será de 287 mil quilômetros quadrados — mais do que toda a Grã-Bretanha e equivalente ao Estado do Rio Grande do Sul.
O santuário irá proteger corais no mar profundo, tubarões e as 28 espécies de baleias e golfinhos encontradas na região.
Proteger a saúde e a biodiversidade dos recifes de coral a longo prazo também irá beneficiar os visitantes ávidos de observar baleias e participar de expedições de pesquisa marinha sustentável nos próximos anos.
Além disso, uma pequena viagem com belas vistas separa a capital dos Açores, Ponta Delgada, do Vale das Furnas, que abriga dois vulcões ativos. Você pode passar algum tempo caminhando pelo vale geotérmico borbulhante e suas fontes de água quente, vaguear pelos verdejantes jardins botânicos ou fazer um agradável passeio pelo Parque Terra Nostra, certamente um dos mais belos parques da União Europeia.
O Terra Nostra Garden Hotel, construído em 1775, é um verdadeiro retiro verde que oferece aos seus hóspedes acesso 24 horas por dia às suas piscinas e jacuzzis térmicas recém-reformadas, a partir de janeiro de 2025.
Não saia dos Açores sem provar o cozido das Furnas, uma iguaria local enterrada no solo e cozida lentamente, com o calor vulcânico natural.
Perto dali, prove o chá vulcânico púrpura do Chalet da Tia Mercês ou programe uma visita para a indústria de chá familiar Gorreana, a mais antiga plantação de chá da Europa (e a única remanescente). (Michelle Gross)
22. Kansas City, Missouri, Estados Unidos
Kansas City, no Estado americano do Missouri, vai brilhar em 2025.
Conhecida como a "Paris das planícies", a cidade vem promovendo ativamente seu cenário artístico criativo e sua posição como uma das capitais do churrasco da América do Norte. Tudo isso, ao lado de um plano de revitalização urbana, que inclui novos museus, hotéis e bairros de entretenimento.
No centro da renovação, está o Museu do Churrasco, o primeiro do mundo dedicado à arte de preparar a carne no fogo. Sua abertura está prevista para a primavera de 2025 no hemisfério norte, no distrito comercial Crown Center.
O museu irá oferecer uma experiência imersiva, mergulhando na profunda cultura do churrasco da cidade. Ele irá trazer aos visitantes exposições interativas e uma loja de presentes com todo tipo de produtos relativos ao churrasco.
A região do parque Berkley Riverfront irá oferecer experiências gastronômicas, lojas e edifícios de apartamentos, com seus novos projetos em desenvolvimento.
O Aeroporto Internacional de Kansas City também passou por significativas renovações em 2023. Sua expansão custou US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 8,9 bilhões) e incluiu a substituição de terminais ultrapassados e a melhoria do fluxo de passageiros.
Este ano também será de reformas na KC Streetcar, uma extensão da Rua Principal da cidade, com 5,6 km de extensão.
Ela deve ser aberta no verão local e irá facilitar ainda mais o transporte para alguns dos principais pontos de Kansas City, como o distrito comercial Union Hill e o Museu e Memorial Nacional da Primeira Guerra Mundial, que abriga uma das coleções mais abrangentes de objetos e documentos referentes ao conflito existentes no mundo.
E, quando a Ponte Rock Island reabrir, na primavera de 2025, ela irá abrigar um novo local de entretenimento, a 12 metros de altura sobre o rio. (Eva Sandoval)
23. Bolívia
Vale a pena visitar a Bolívia em 2025, mesmo que você já tenha observado as estrelas no cenário extraterrestre do salar de Uyuni (o maior do mundo) e caminhado até perder o fôlego pela montanhosa capital boliviana, La Paz (a mais alta do planeta).
O mês de agosto marca os 200 anos da independência do país. Eventos e atrações irão festejar a data nas capitais dos nove departamentos bolivianos, ao longo de todo o ano.
Entre 24 de fevereiro e 5 de março, acontece o Carnaval de Oruro. Reconhecido como Patrimônio Mundial da Unesco por preservar a tradição oral do país, o evento inclui uma parada de danças folclóricas que dura vários dias.
Em Potosí, prove o singani do bicentenário — a resposta da Bolívia ao pisco, a bebida típica do vizinho Peru. O forte destilado se tornou um símbolo de orgulho nacional.
Conta-se que ele deu início à viticultura na região no século 16. Na época, Potosí era uma próspera cidade de mineradores — e preserva sua arquitetura colonial para provar.
A população da Bolívia possui o maior percentual de pessoas indígenas da América do Sul. Cerca de dois terços dos seus habitantes têm relação direta com os povos originários da região.
A cidade mais bonita da Bolívia, Chuquisaca (ou Sucre), é o lar de muitas pessoas quíchuas. Lá foi assinada a declaração de independência do país, em 1825. Não deixe de visitar o Museu de Arte Indígena da cidade, para observar de perto as antigas tradições têxteis bolivianas.
Já os povos aimarás do altiplano boliviano recebem os visitantes na Ilha do Sol, no meio do lago Titicaca, entre a Bolívia e o Peru. Seu terreno com aparência lunar oferece dias de caminhada incríveis aos visitantes.
Uma nova rede de turismo comunitário inclui atrações e oportunidades de trabalho para as comunidades locais, algumas delas remotas.
Um exemplo é a Ecopousada Chalalan, no Parque Nacional de Madidi, na região amazônica boliviana. O local abriga diversos animais, como araras, onças e capivaras. (Laura Norkin)
24. Botsuana
Botsuana é considerado líder dos safáris verdes africanos, devido às suas extensas reservas naturais e às políticas criadas pelo governo do país, para promover o ecoturismo de baixo impacto e alta geração de renda.
Tradicionalmente, parte desta estratégia inclui limitar o número de turistas. Mas, com o novo governo de Botsuana, que ainda se recupera da pandemia de covid-19, o setor de turismo do país e sua pegada sustentável devem crescer em 2025, com o aumento da demanda por viagens sustentáveis e culturalmente imersivas.
Apostando no impulso ao turismo e no fortalecimento da economia, Botsuana concedeu, nos últimos anos, entrada livre de vistos para visitantes de 104 países, incluindo os EUA, Reino Unido, Alemanha, Canadá e o Brasil.
Com isso, mais visitantes podem observar a beleza natural do país, como o Parque Nacional de Chobe (a "Capital Mundial dos Elefantes") e o delta do Okavango, patrimônio mundial da Unesco — um vasto pântano no deserto do Kalahari, que forma um dos últimos refúgios para chitas e rinocerontes-brancos do planeta.
O delta do Okavango também contará com diversas instalações novas, como o acampamento Mbamba, no norte do delta, rodeado de savanas e lagoas. Abastecida 100% com energia solar, a pousada de luxo oferece uma mistura de conforto e aventuras familiares no ambiente selvagem. Sua abertura está prevista para abril de 2025.
Em maio, ocorre a inauguração do acampamento Monachira. Lá, os visitantes podem fazer safáris a pé, passeios de canoa mokoro e safáris em acampamentos, ficando frente a frente com leões, elefantes, e o corujão-pesqueiro-de-pel.
A partir de abril de 2025, novas rotas da Air Botswana irão conectar a capital do país, Gaborone, à Cidade do Cabo, na África do Sul. Com isso, ficará ainda mais fácil para os visitantes explorar a natureza mágica de Botsuana, de forma sustentável. (Eva Sandoval)
25. Oslo, Noruega
"Esta é mesmo uma cidade?", pergunta uma recente publicidade viral de Oslo, na Noruega.
O irônico vídeo mostra como o turismo excessivo prejudicou outras capitais europeias e como a capital norueguesa pode ser facilmente percorrida a pé. Ele também destaca sua cozinha de classe internacional e seu fácil acesso aos fiordes e ilhas próximas, cenários serenos e perfeitos cartões-postais.
Conhecida pela sua arquitetura moderna, sua orla impressionante e grande quantidade de árvores (ela é uma das cidades mais arborizadas da Europa), Oslo atrai visitantes que farão a sua parte para que ela continue sendo uma das cidades mais sustentáveis do mundo.
Os visitantes são convidados a consultar as orientações do site Visite Oslo com Responsabilidade e o Guia Verde de Oslo (em inglês). Eles dividem o conceito de turismo sustentável em quatro categorias: planeta, pessoas, prosperidade e parceria.
Não é raro encontrar hotéis no centro da cidade com telhados verdes para produzir alimentos, reduzir o consumo de energia, gerenciar a água da chuva e apoiar a biodiversidade urbana.
Os visitantes podem garantir o impacto positivo para os moradores e o meio ambiente, apoiando empresas locais, como a Norwegian Adventure Company. A partir da sua sede em Oslo, ela oferece "experiências sustentáveis que irão mudar a sua vida", como passeios de caiaque pelos fiordes escavados pelo gelo e visões da Aurora Boreal.
Depois de um longo dia visitando a espetacular zona rural nórdica, você poderá jantar em um dos muitos restaurantes da cidade, como o Maaemo, estrelado pelo Michelin, que oferece produtos orgânicos cultivados na região.
Será que esta é mesmo uma cidade? Descubra a resposta em 2025. (Lynn Brown)
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