1 ano atrás 48

Argentina é o processo clássico do populismo destruidor da atividade econômica, afirma Gerdau

As eleições na Argentina, o cenário econômico do Brasil para 2024 e energias limpas foram temas discutidos durante o Tá na Mesa - 30 anos que reuniu nesta quarta-feira (25) os empresários Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Conselho de Administração da Gerdau, e Daniel Randon, presidente do Grupo Randoncorp. A palestra fez parte das comemorações de 30 anos do Tá na Mesa que teve como tema "Líderes e Empresas que transformam o Rio Grande do Sul". O evento contou com a participação do do presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa.

• LEIA MAIS: Jorge Gerdau incentiva união dos setores público, privado e acadêmico

Sobre o resultado das eleições presidenciais argentinas que escolheu os candidatos Sérgio Massa, atual ministro da Economia, e Javier Milei (deputado federal de extrema-direita) para a disputa do segundo turno no mês de novembro, Gerdau fez questão de afirmar que a Argentina é um país extremamente complexo. "Não não dá para entender que o país que foi a quarta renda per capita do Mundo é hoje um país que tem fome. Isso é fruto de uma estrutura de desorganização social e política que gradativamente foi se deteriorando e levou a essa situação catastrófica", ressaltou.

Segundo Gerdau, a Argentina é o processo clássico do populismo destruidor da atividade econômica. "Fizeram discursos populistas, concessões e generosidades acima da capacidade o que levou o país a se desorganizar. É um quadro extremamente triste", acrescentou. De acordo com Gerdau, o Brasil deve aproveitar esse quadro político da Argentina e evitar extremismos. "A Argentina é um país que foi para um extremismo de esquerda e de direita. As movimentações políticas quando começam a trabalhar em extremos acabam por levar em segundo momento a desorganização social e econômica do país", explicou.

Para o Gerdau, o Brasil historicamente tem conseguido conviver em um cenário político bastante harmonioso. "Porém, nos últimos anos o Brasil tem começado a vir um certo comportamento de extremismo. É muito importante observar esse fenômeno da Argentina para que não tenhamos no Brasil erros semelhantes que podem levar a dificuldades de governança", explicou. O presidente do Conselho de Administração da Gerdau disse que o Brasil na relação com o cenário mundial está atrasado nas reformas modernizantes que outros países já realizaram. "Estamos atrasados na economia verde e também na Reforma Tributária", destacou.

Sobre a Argentina, Randon disse que o grupo está há 30 anos no país com duas operações: semi-reboques e na área de autopeças. Na cidade de Rosário, são 166 funcionários, e em Garin, atuam 122 trabalhadores. A empresa de Caxias do Sul possui 288 trabalhadores com atuação no país vizinho. "A Argentina passa um momento difícil em razão da sua economia e do agronegócio que sofreu com a estiagem", comentou. De acordo com Randon, o próximo presidente seja Sérgio Massa ou Javier Milei terá que realizar um governo com maior ajuste fiscal e com controle nas contas. "Eles terão que torcer para que a economia volte a acelerar, principalmente o agronegócio. A Randoncorp continuará investindo na Argentina. Vamos produzir e exportar da Argentina para outros países", destacou.

Com relação ao cenário econômico do Brasil em 2024, Gerdau disse que o processo político de decisão tributária não está acontecendo. "Existe muitas dúvidas nas decisões políticas na estrutura do Congresso Nacional e se vamos conseguir manter o equilíbrio", afirmou. Para Gerdau, a carga tributária no País é muito elevada e a tendência dos parlamentares é não aumentar impostos. Randon disse que no Brasil a indústria tem trabalhado muito para buscar mais competitividade interna e todas as novas tecnologias são oportunidades de negócio. "Se fala muito em energias limpas e o Brasil pode ser esse protagonista nesta área", projetou. Para Randon, o Brasil necessita ter um olhar macroeconômico e entender mais a questão de Israel e a guerra da Rússia contra a Ucrânia. "O Brasil ainda é um País muito bem visto para se investir", acrescentou.

Durante o Tá na Mesa - 30 anos, os ex-presidentes da Federasul e o atual, Rodrigo Sousa Costa, foram homenageados pela entidade. A solenidade contou com as presenças de Anton Karl Biedermann, Humberto Ruga, Ricardo Russowsky, Simone Leite e Andersom Trautmann Cardoso. O evento teve uma apresentação da Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul com regência do maestro Telmo Jaconi.  

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro