Crédito, Getty Images
Há 3 minutos
O filme brasileiro Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, chegou aos cinemas britânicos nesta sexta-feira (21/02) acompanhado por uma série de resenhas positivas nos jornais locais, que elogiaram o filme — indicado ao Oscar de Melhor Filme e Melhor Filme Estrangeiro — e a atuação de Fernanda Torres — indicada a "melhor atriz".
O The Independent diz que a atuação de Torres é "magistral" e que o filme "merece plenamente suas três indicações ao Oscar".
O jornal diz que "tudo está" na linguagem de corpo de Fernanda Torres: "Ombros altos, testa tensa e mandíbula ligeiramente projetada para a frente. Ela parece tão orgulhosa e elegante quanto um busto de mármore".
Robbie Collin, crítico do The Telegraph, também destaca o desempenho "hipnotizante" de Fernanda Torres e diz que ela "pode muito bem acabar levando o prêmio de Melhor Atriz na próxima semana".
O crítico do The Guardian, Peter Bradshaw, dá três estrelas (de cinco) ao filme, dizendo que "a sutileza e a dignidade do desempenho indicado ao Oscar de Fernanda Torres no novo filme de Walter Salles tem sido elogiadas com razão". Bradshaw coloca Torres como "centro sereno de uma história comovente", mas "um tanto entorpecida e às vezes até estranhamente plácida".
"Para mim, o filme – na sua lealdade ao autocontrole da própria Eunice – ignora o horror e a raiva que certamente também devem estar presentes em algum lugar desta história. Os créditos finais, nos contando brevemente em que data Rubens foi assassinado, e também a data em que quatro agentes de segurança foram finalmente acusados, mas não condenados, são, retroativamente, desconcertantes. Há um mundo de drama e indignação nessas breves informações, mas isso nunca chega realmente ao filme", diz Bradshaw.
A resenha do Irish Times, da Irlanda, onde o filme também chegou aos cinemas nesta sexta-feira, faz uma comparação curiosa de Ainda Estou Aqui com Barbie, dizendo que o filme pode se tornar um sucesso de bilheteria, "graças em grande parte ao interesse dos fãs de cinema brasileiros", que lotaram os cinemas nas pré-estreias.
Outro jornal irlandês, The Irish Independent, descreve o longa como um "drama soberbo" que marca um avanço importante para o Brasil ao confrontar uma difícil página da história.
'Drama soberbo'
Caryn James, crítica de cinema da BBC, diz que "Ainda Estrou Aqui é muito mais que um azarão (na corrida do Oscar)". "Agora parece ser o favorito na categoria Melhor Filme Estrangeiro e Torres tem uma chance realista de vencer a favorita a Melhor Atriz, Demi Moore".
"Por trás dessas (três) indicações (do filme ao Oscar) está uma mistura alquímica do pessoal, do político e do artístico. Poucos filmes retrataram os efeitos devastadores da política sobre os indivíduos de uma forma tão íntima, visceral ou oportuna, chegando em um momento em que a ascensão do autoritarismo se tornou uma preocupação global", diz James.
O britânico The Times descreveu Ainda Estou Aqui como "um dos maiores filmes sobre maternidade", comparando-o a clássicos como Mildred Pierce e Room (Quarto, em português). A crítica destaca a autenticidade do filme e a transformação de Eunice, interpretada por Torres, cuja busca incansável por justiça e fechamento ao longo de quatro décadas impulsiona a narrativa.
No também britânico Financial Times, o filme é destacado por sua "relevância contemporânea" por tratar da ditadura militar. A crítica ressalta a resiliência de Eunice Paiva ao buscar respostas sobre o destino de seu marido, Rubens, e como o filme captura de forma pungente o sofrimento familiar e o poder opressor da ditadura.
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