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Divinut abre mercados no Oriente Médio e na África

Fruticultura

- Publicada em 16 de Novembro de 2023 às 16:11

Divinut investiu R$ 8 milhões na ampliação da produção desde 2020, diz Ortiz

Divinut investiu R$ 8 milhões na ampliação da produção desde 2020, diz Ortiz


DIVINUT/DIVULGAÇÃO/JC

Claudio Medaglia

A Arábia Saudita é o mais novo destino da noz-pecã descascada brasileira. O embarque do primeiro lote, de 19 toneladas, foi realizado neste mês de novembro pela Divinut, com sede em Cachoeira do Sul. Nos próximos dias, uma carga de 20 toneladas será enviada para o Egito, também via porto de Rio Grande.

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A Arábia Saudita é o mais novo destino da noz-pecã descascada brasileira. O embarque do primeiro lote, de 19 toneladas, foi realizado neste mês de novembro pela Divinut, com sede em Cachoeira do Sul. Nos próximos dias, uma carga de 20 toneladas será enviada para o Egito, também via porto de Rio Grande.

Importante comprador de frutas brasileiras, a Arábia Saudita é o quinto mercado a importar os produtos da Divinut, com 23 anos de tradição e maior processadora de noz-pecã do Hemisfério Sul, conforme relata o diretor Edson Ortiz. “Fecharemos o ano de 2023 com cerca de 100 toneladas exportadas. É praticamente a metade do ano passado, mas neste momento consideramos mais relevante a abertura de novos mercados do que o volume”, avalia o empresário.

Leia também: Colheita da noz-pecã será aberta em Santa Maria

“Esse ano houve uma queda nos preços das commodities agrícolas. No caso da noz-pecã, a redução foi de 20%. Isso nos fez focar no Brasil, mas sem esquecer o mercado externo”, complementa.

Segundo Ortiz, que também é membro da Associação Brasileira de Nozes, Castanha e Frutas Secas (ABNC), a guerra na Ucrânia foi outro fator que alterou os rumos dos negócios em 2022. Por causa das sanções comerciais impostas à Rússia, contêineres que já estavam fechados para o embarque deixaram de ser enviados para a Rússia e a Bielorrússia.

Ortiz adianta que o Canadá deverá ser o próximo parceiro comercial da empresa. Atualmente, o maior comprador é a Espanha, e as exportações são destinadas também para Israel, Itália e Egito. “A nossa estratégia é fortalecer o mercado europeu, ampliar o Oriente Médio e abrir para a África. Além disso, estamos mantendo negociações com Hong Kong, Vietnã, Japão e Indonésia”, projeta.

Para o empresário, os novos negócios são resultado da participação da Divinut no Congresso Mundial de Nozes e Frutos Secos, que ocorreu em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em maio de 2022.

A Divinut é especializada no beneficiamento de noz-pecã e produção de mudas. A empresa mantém 400 mil mudas com raízes embaladas em seu viveiro, que é o maior do mundo. O Rio Grande do Sul responde hoje por 80% da cultura no Brasil. E a Divinut beneficia cerca de 25% da produção nacional.

Em busca de novos mercados, a Divinut passa por um processo de ampliação desde 2020. Naquele ano, o processamento anual era de 2,5 toneladas diárias da fruta. Em 2021, o volume subiu para 6 toneladas e, atualmente, o beneficiamento alcança 30 toneladas por dia. E, com ajustes que ainda estão sendo feitos, a capacidade pode chegar a 40 toneladas, diz o diretor, Edson Ortiz.

Para a ampliação, com novos maquinários, foi necessário aumentar a área construída, que passou de 750 metros quadrados para 2,1 metros quadrados. O investimento nesse período foi de R$ 8 milhões.

Criada no ano 2000, a empresa conta atualmente com 4,5 mil produtores parceiros, em 700 municípios das regiões Sul e Sudeste do País, abrangendo aproximadamente 12 mil hectares. O perfil médio é de pequenos produtores, alguns com até menos de um hectare. Mas há outros, com até 500 hectares de nogueiras plantadas.

“Nossos parceiros veem na pecanicultura uma alternativa comercial interessante, na integração com pecuária, com aviários, como paisagismo ou mesmo como atividade exclusiva. É uma cultura que responde bem até mesmo com pouca tecnificação e oferece boa rentabilidade por hectare”, diz Ortiz.

Em quatro anos após a implantação, os pomares já começam a produzir. E, com seis ou sete anos, quando estão a plena capacidade, podem render entre três e cinco toneladas da fruta in natura. Na negociação com as indústrias, a cotação gira entre R$ 10,00 e R$ 14,00 o quilo com casca. “A noz-pecã está no topo da rentabilidade das culturas frutíferas”, completa o empresário.

Cachoeira do Sul sedia Encontro Nacional de Pecanicultura

Evento em Cachoeira do Sul debaterá o potencial da cultura e as perspectivas de mercado

Evento em Cachoeira do Sul debaterá o potencial da cultura e as perspectivas de mercado


DIVINUT/DIVULGAÇÃO/JC

O potencial da noz-pecã é uma das apostas do Rio Grande do Sul. As perspectivas para a atividade estarão em discussão entre os dias 23 e 24 de novembro, em Cachoeira do Sul, durante a primeira edição do Encontro Nacional de Pecanicultura. A programação contempla palestras sobre mercado, tecnologias de produção, de colheita e pós-colheita e terá uma tarde de campo.

Nota técnica da Câmara Setorial da Noz-Pecã e do Programa Pró-Pecã, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, produzida em virtude do evento, mostra que o Estado conta com a maior área plantada de nogueira-pecã no País. O Rio Grande do Sul ampliou a área dedicada à cultura nos últimos anos, passando de 1 mil hectares, em 2003, para 7 mil hectares cultivados, atualmente, por cerca de 1,5 mil produtores.

A cultura, de origem americana e mexicana, chegou ao Estado na década de 1940. Posteriormente nos anos 1970-1980 houve incentivo fiscal governamental para determinadas espécies de fruticultura e reflorestamento. A área com pecã cresceu com empresários urbanos chegando a 1 mil hectares, mas ficando estagnada até os anos 2000, quando iniciou um fomento pelo Programa Pró-Fruta do Governo do Estado e por inciativa de empresas beneficiadoras de Cachoeira do Sul e Anta Gorda. Atualmente os pomares estão presentes em todas as regiões gaúchas, com maior concentração na Depressão Central e no Vale do Taquari.

De acordo com levantamento da Câmara Setorial, muitos empregos foram e estão sendo criados com a expansão dos pomares e também em investimentos em equipamentos para colheita, descascamento e beneficiamento por produtores que estão preparando suas agroindústrias. O Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPCan) aponta que haverá necessidade de exportação dentro de um ou dois anos, a fim de evitar um excesso de oferta no mercado nacional.

Ainda, de acordo com a nota técnica, os produtores gaúchos estão na expectativa da abertura de mercado para China que é o maior importador deste fruto seco com casca. E já obtiveram no Ministério da Agricultura, medidas para classificação e padrões a fim de possibilitar a exportação e faltaria o aval do governo chinês. Enquanto isto, nas últimas duas safras houve algumas exportações para o Líbano, no Oriente Médio, além de Tailândia e Hong Kong, na Ásia.

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