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IEMA aponta Candiota 3 como a termelétrica menos eficiente do País

De 72 termelétricas fósseis conectadas ao Sistema Elétrico Interligado Nacional (SIN), a usina a carvão Candiota 3 situada na região da Campanha do Rio Grande do Sul foi outra vez a que registrou o menor índice de eficiência, apenas 28% no ano passado, e um dos maiores impactos ambientais. A informação é do “3º Inventário de emissões atmosféricas em usinas termelétricas” lançado nesta quinta-feira (19) pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA).

A taxa de emissões de Candiota 3, ou seja, quanto o complexo precisou emitir para gerar um GWh, foi de 1.318 tCO2e. A medida do dióxido de carbono equivalente (CO2e) é um padrão internacional estabelecido para representar a correspondência com os gases de efeito de estufa. “E essa usina vem se destacando como a menos eficiente não só em 2022, em 2021 também foi assim”, frisa Raissa Gomes, uma das autoras do estudo do IEMA.

Raissa detalha que as condições que fazem uma planta ser mais ou menos eficiente dependem de fatores como combustível utilizado, tempo de vida da unidade e tecnologia empregada. Por sua vez, o diretor-executivo do IEMA, André Luis Ferreira, reconhece que é preciso fazer uma transição energética justa em Candiota, mas que se trata de um enorme desafio. “Não é simplesmente fechar (as usinas), é preciso ter cuidados com o trabalhador, com a renda da região, é necessário desenhar um plano”, argumenta Ferreira.

Ainda de acordo com o levantamento do IEMA, no ano passado as 72 térmicas analisadas emitiram 19,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente. O resultado representa uma queda de 67% nas emissões, em relação a 2021. “Isso é muito em decorrência do incremento da produção das fontes renováveis”, justifica Raissa. Com um maior volume de chuvas, não foi necessário que se ativassem as térmicas de maneira mais frequente. Em 2022, as fontes fósseis representaram 10% de toda a energia elétrica produzida no Brasil (em 2021 esse percentual foi de 20%).

Para outro autor do 3º Inventário de emissões atmosféricas em usinas termelétricas, Felipe Barcellos, é importante perceber para qual direção aponta o sistema elétrico brasileiro. “Temos que incentivar as fontes renováveis”, defende o pesquisador. Ele ressalta que gerações como a eólica e a solar, cada vez mais, têm assumido um papel fundamental dentro da matriz energética nacional.

Taxa de emissões por usina termelétrica (tCO2e/GWh):

1ª - Candiota 3 (combustível carvão – município Candiota-RS) - 1.318

2ª - Pampa Sul (combustível carvão – município Candiota-RS) - 1.156

3ª - Jorge Lacerda 1 e 2 (combustível carvão – município Capivari de Baixo-SC) - 1.109

4ª - Jorge Lacera 3 (combustível carvão – município Capivari de Baixo-SC) - 1.056

5ª - Jorge Lacerda 4 (combustível carvão – município Capivari de Baixo-SC) - 898

6ª - Viana (combustível óleo combustível – município Viana-ES) - 657

7ª - Santa Cruz (combustível gás natural – município Rio de Janeiro-RJ) - 643

8ª - Xavante Aruanã (combustível óleo diesel – município Goiânia-GO) – 604

9ª - Termo Norte 1 (combustível óleo diesel – município Porto Velho-RD) - 604

10ª - Jaraqui (combustível gás natural – município Manaus-AM) - 597

Fonte: Iema

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