O novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse em 2016, quando era presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), que a definição de golpe para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff era política, e não jurídica.
"Golpe é uma expressão que pertence ao mundo da política e nós aqui [STF] usamos apenas expressões do mundo jurídico", disse, em março daquele ano, quando o processo estava em andamento.
Dilma foi afastada do cargo em maio após votação da Câmara e cassada definitivamente em agosto daquele ano, em sessão do Senado presidida por Lewandowski.
O impeachment de Dilma é até hoje chamado de "golpe" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de sido chancelado pelo STF de acordo com regras constitucionais.
Em outra ocasião, em setembro de 2016, o então ministro da corte referiu-se à cassação como um "tropeço da democracia".
No ano anterior, quando já havia pedidos de impeachment de Dilma, Lewandowski chegou a dizer que o país precisava aguentar até a próxima eleição, em 2018, sem nenhum "golpe institucional".
Ele justificou na época que apenas usava uma figura de retórica, sem se referir ao caso da então presidente especificamente.
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