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Loja física e IA desafiam varejistas no Rio Grande do Sul

Loja física que recuperou prestígio, mas exige mais empenho do comerciante e das equipes, e inteligência artificial (IA) na "veia" (da operação) para turbinar a produtividade. As duas frentes marcaram mais um pós-NRF no setor no Rio Grande do Sul, safra de eventos que aproxima o público que não foi a Nova York do que rolou na última edição do maior evento de inovação no varejo do mundo.  

Desta vez, o palco foi a sede da Fecomércio-RS, na Zona Norte de Porto Alegre. O hit mais ouvido nos três painéis desta terça-feira (18) foi fazer "o básico bem feito". "Não pode errar no básico", avisou o coordenador de varejo do Sebrae-RS, Fabiano Zortéa. Mas a cena mudou e dá mais trabalho pescar a atenção do consumidor.

"A loja está mais forte, tem mais conexão afetiva e só produto por dinheiro não funciona mais. Isto deixa para o site. Precisa dar motivações para o cliente ir até o ponto físico", listou o, que coordenador a missão técnica para Nova York na primeira quinzena de janeiro. Zortéa deu uma razão muito simples para posicionar o ponto no devido lugar: "Mais de 85% da venda hoje no Brasil é no físico". 

O pós-NRF Retail's Big Show 2025 foi comandado pelo Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac e atraiu mais de 500 pessoas de diversos cantos do Estado. Integrantes da comitiva gaúcha, que teve ainda Fecomércio-RS, SindilojasPOA, CDL Porto Alegre e Federação Varejista RS e foi a maior da história nesse tipo de composição, levaram suas percepções e o que é mais importante ser aplicado nos negócios. A NRF foi de 12 a 14 de janeiro.

O presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, definiu o momento como estratégico para absorver as tendências mais recentes.

"A NRF reforçou um ponto essencial: a capacidade de adaptação é decisiva diante das constantes mudanças no comportamento do consumidor. A tecnologia segue transformando o mercado, mas a grande lição foi clara: mais do que automatizar, precisamos humaniza", frisou o dirigente, reforçando que loja e IA foram as vedetes da edição do evento nos Estados Unidos. 

Tecnologia segue transformando o mercado, mas a grande lição é que precisamos humanizar", diz Bohn | PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC

Tecnologia segue transformando o mercado, mas a grande lição é que precisamos humanizar", diz Bohn PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC

A nova loja física vem na pegada do conceito do “slow retail”, que foi apresentado pelo diretor da consultoria WD, Lee Peterson. O coordenador de varejo do Sebrae-RS citou que a operação precisa fazer entregas, que foram sinalizadas por Peterson em mais de 25 itens que os consumidores norte-americanos disseram que querem ver melhorar na loja física, para dosar com a crescente compra no online (quase 70%).

"Tem de fazer coisas novas, personalizadas, com foco no cliente e usando a tecnologia para entender, detectar e saber o que o consumidor não quer. A loja que o cliente quer ir é mais devagar. As pessoas querem sair das redes sociais", citou Zortéa.

“Cliente não precisa ir na loja física. Ele tem que querer ir. Use a IA a seu favor”, orientou Zortéa | PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC

“Cliente não precisa ir na loja física. Ele tem que querer ir. Use a IA a seu favor”, orientou Zortéa PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC

Em um dos painéis, Gilberto Aiolfi, presidente do Sindilojas Missões e vice-presidente da Fecomércio-RS, e Renzo Antonioli, presidente do Sindilojas Pelotas e diretor da Fecomércio-RS, levaram seus destaques da feira.

“Fui lá para ser arrasado pela IA. Voltei feliz porque lá vi que a IA é uma ferramenta, um meio que posso usar a meu favor. Pude ver que as grandes marcas do varejo mundial estão preocupadas, como eu, com o atendimento de qualidade, criatividade, equipe capacitada e bem treinada. A tecnologia deve vir atrás do ser humano e não na frente”, concluiu Antonioli.

O presidente do Sindilojas pelotense também fez uma provocação sobre o "básico bem feito". "Tem de ir além do básico para se diferenciar." Aiolfi destacou que, mesmo com tanta tecnologia e inovações, a NRF validou práticas que lojistas gaúchos sabem que precisam fortalecer. "O melhor e maior ativo de sua empresa são as pessoas”, demarcou o dirigente das Missões.

No painel sobre IA e seus impactos, Cladir Bono, presidente do Sindilojas Farroupilha e vice-presidente da Fecomércio-RS, citou que novas tecnologias e eventuais dificuldades de absorção são rotina para o setor. Bono citou a internet, e-commerce e metaverso como as mais recentes. Sobre o efeito da inteligência artificial, o dirigente garantiu: "Hã o temor que vai fechar vagas, mas não vai tirar emprego", apontou, com base em análises na NRF. 

"A IA não veio para substituir o atendimento humano, nem para substituir a loja física. Veio para nos ajudar. Antes de utilizá-la, pense no que e para que precisa dela, busque especialistas para implementá-la. A Inteligência Artificial não substitui pessoas mas amplia suas capacidades", destacou Daniela Favaretto, diretora do Senac Tech.

Gustavo Pilatti, diretor das operações de EAD dos cursos técnicos da Rede Senac, mostrou um dado que já reforça a adoção da nova tecnologia. "Estudos mostram que a IA eleva a produtividade em 40%", citou Pilatti: “Quem não usar vai ficar para trás. IA é uma parceria para agilizar a tomada de decisões, reduzir o tempo na fila e otimizar a qualidade do atendimento".

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