Exatos 15 anos depois, Vilson Noer, que preside o Conselho Deliberativo da CDL Porto Alegre e a Associação Gaúcha do Varejo (AGV), pisou na Praça XV, centrão de Porto Alegre, com a mente no passado. A coluna explica: 9 de fevereiro de 2009 foi o primeiro dia sem camelôs na praça. Os ambulantes haviam sido transferidos ao Pop Center, apelidado, na época, de camelódromo.
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Exatos 15 anos depois, Vilson Noer, que preside o Conselho Deliberativo da CDL Porto Alegre e a Associação Gaúcha do Varejo (AGV), pisou na Praça XV, centrão de Porto Alegre, com a mente no passado. A coluna explica: 9 de fevereiro de 2009 foi o primeiro dia sem camelôs na praça. Os ambulantes haviam sido transferidos ao Pop Center, apelidado, na época, de camelódromo.
Noer foi entrevistado naquele 9 de fevereiro pela colunista do Minuto Varejo, então repórter de Economia do JC (veja na imagem do JC nesta página), e voltou à região na sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024. “Merece 7 de motivação”, anotou Noer, ante uma Praça XV que teve a volta dos ambulantes. “Tem 20% do que tinha antes da retirada”, constatou.
MV - Como foi pisar na praça 15 anos depois?
Vilson Noer - A praça em si está praticamente igual ao que estava aquela vez, após a saída dos camelôs. Mas muitos ambulantes voltaram. Acredito que tenha 20% (camelôs) do que já teve. Acho que com o projeto de revitalização do Centro, a prefeitura vai aplicar a lei daquela época que não permite ambulantes no espaço público. O comércio na rua precisa ser combatido, negociando com as pessoas, tornando-as CNPJs. Acho que a fiscalização está agindo, mas é difícil controlar.
MV - Como evitar que aumente?
Noer - Tem de combater para minimizar. A economia informal faz uma competição desleal e afeta principalmente as pequenas lojas. Muitos vendem os mesmos itens na frente dos comércios legais.
MV - É possível acabar com os camelôs?
Noer - É difícil acabar com os ambulantes, são os que ambulam, eles são rápidos, têm centros de distribuição, que são difíceis de combater. O produto que é vendido de forma informal chega à cidade de forma informal.
MV - Que nota o senhor dá à área?
Noer - Dou 7, de motivação. Dei 9, quando vim há 15 anos. Tá melhor do era antes de fevereiro de 2009.
MV - O Pop Center, para onde foram os ambulantes, deu certo?
Noer - Os ambulantes nunca tiveram um lugar para eles. O Pop foi pensado com mix de produtos e serviços. Eles (lojistas do Centro Popular) têm o que as pessoas buscam. O complexo é organizado, tem condomínio, segue modelo operacional quase de um shopping, e os ocupantes têm profissionalização. É um trabalho com a liderança da Elaine Deboni e sua equipe.
MV - E o Centro: como o senhor vê as condições futuras?
Noer - O que está faltando no Centro é uma alma que faça de novo os corações pulsarem. O Cais Embarcadero indicou o caminho da gastronomia. Com as melhorias do Cais Mauá e do quadrilátero, não tenho duvida de que a região vai tomar outro contexto. Vai voltar a ter alma. Isso vai trazer moradores. Trazer gente ao Centro é o gancho, mas precisa também ter um calendário anual de eventos para levar as pessoas de volta. A região tem tradição e história, mas muitos porto-alegrenses não conhecem, como as novas gerações.
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