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O déficit público de 2024 foi muito grande: resposta a Felipe Salto

Ao fazer essas contas, Salto chega a um déficit de 0,7% do PIB. O que, se fosse a conta correta, ainda seria muito ruim. Lembremos que o anúncio do Governo foi de um déficit de 0,1% do PIB. Salto comemora um resultado que foi sete vezes pior que o resultado oficial.

O colega parece satisfeito com o resultado. Em um post no Linkedin sob o título "Os bons resultados fiscais de 2024", afirma que "a meta fiscal foi mantida e cumprida", "a despeito de algumas análises persistentemente catastrofistas". Os números do próprio autor não parecem autorizar tanto otimismo. Até porque, ao olhar para 2025, ele prevê a necessidade de um contingenciamento de R$ 35 bilhões. Eu, um suposto catastrofista, projeto R$ 32 bilhões.

Na conclusão da sua crítica aos meus cálculos, argumenta que o seu cálculo do déficit de 2024 (0,7% do PIB) "não seria exatamente novidade". Por acaso, o fato de "não ser novidade" torna o número menos grave? Certamente não, pois precisamos de um superávit de pelo menos 2% do PIB para estancar o crescimento da dívida pública.

O simples fato de que analistas experientes de finanças públicas gastem dias levantando informações em diversas fontes, discutindo a consistência dessas informações com os colegas, para conseguir ter uma ideia de quanto foi o déficit real do ano já é sinal de que algo não vai bem. Este número deveria ser provido pelo Governo em uma simples página de publicação oficial, a bem da transparência. O que temos da parte do Governo, no entanto, é um jogo de sombras para dar respaldo a um "déficit de 0,1% do PIB".

Passo, agora, a analisar os dois pontos centrais da crítica de Salto aos meus números. Primeiro vejamos a discordância em relação aos vários itens de receitas e despesas não recorrentes que elenquei em meu cálculo.

Receitas e despesas não recorrentes

De fato, sempre é difícil ter um critério claro para definir o que é ou não é recorrente. Toda análise tem uma dose de interpretação.
Cito dois exemplos de críticas. Salto argumenta que o socorro ao Rio Grande do Sul foi despesa não recorrente, que não se repetirá nos próximos anos e, portanto, não pode ser incluído na conta de déficit recorrente.

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