O projeto do parque eólico que a empresa Norwind pretende implementar em Uruguaiana será um dos maiores do Brasil. Com 1 mil MW de potência instalada (mais da metade da capacidade da geração de energia a partir dos ventos no Rio Grande do Sul hoje, que é de 1,8 mil MW), os empreendedores calculam que a realização da audiência pública para tratar do licenciamento ambiental da estrutura acontecerá por volta de novembro e que a emissão da licença prévia saia em dezembro.
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O projeto do parque eólico que a empresa Norwind pretende implementar em Uruguaiana será um dos maiores do Brasil. Com 1 mil MW de potência instalada (mais da metade da capacidade da geração de energia a partir dos ventos no Rio Grande do Sul hoje, que é de 1,8 mil MW), os empreendedores calculam que a realização da audiência pública para tratar do licenciamento ambiental da estrutura acontecerá por volta de novembro e que a emissão da licença prévia saia em dezembro.
A estimativa é que o complexo, chamado de Minuano do Ibirocai, represente um investimento de cerca de R$ 6,5 bilhões. A iniciativa, inclusive, já foi apresentada pela empresa ao governador Eduardo Leite, em reunião articulada pelo deputado estadual Frederico Antunes (PP), que é uruguaianense.
O diretor geral da Norwind, Pedro Mello, comenta que ainda não foi definida qual será a modalidade da venda da geração do empreendimento, se no mercado livre de energia (formado por grandes consumidores) ou por disputa em leilões promovidos pelo governo federal para alimentar o Sistema Elétrico Interligado Nacional. “Não sabemos, pois ainda não existe um investidor final. Uma vez dentro do projeto, o investidor final começará a nos dar algumas indicações sobre como se dará a viabilidade econômico-financeira”, afirma o executivo.
A Norwind atua como desenvolvedora da iniciativa e sua monetização ocorrerá através da venda ou co-desenvolvimento do empreendimento. Sobre a previsão do tempo para a usina entrar em operação, Mello argumenta que o Brasil tem os melhores recursos renováveis do mundo e os principais investidores estão aqui prontos para implementar seus planos de negócio.
Porém, o executivo recorda que choveu muito nos últimos anos, o que deixou os reservatórios das hidrelétricas cheios e, ao mesmo tempo, reduziu o preço da energia para os novos contratos. Esse e outros fatores, segundo o integrante da Norwind, contribuem para postergar a entrada em operação de novos projetos, isso inclui o complexo eólico Minuano. Como contraponto, há uma grande expectativa quanto ao mercado de hidrogênio verde no Rio Grande do Sul, que pode aproveitar a geração eólica. “Para mim, seria uma surpresa muito boa se conseguíssemos fazer com que a última turbina entrasse em operação comercial antes de 2028”, enfatiza.
A construção de um complexo desse tamanho deve gerar mais de 10 mil empregos diretos e indiretos. Mello adianta que a Norwind está trabalhando em outras oportunidades de empreendimentos no Rio Grande do Sul, mas por enquanto não revela quais. “Espero poder anunciar mais investimentos em breve”, diz.
O prefeito de Uruguaiana, Ronnie Mello (PP), acrescenta que o parque eólico também deverá contribuir para o crescimento do PIB do município (que atualmente é de cerca de R$ 3,7 bilhões) na ordem de 20%. Ele ressalta a importância do empreendimento, mas lembra que é um processo que levará algum tempo para ser desenvolvido. Somente as medições de vento para implantar o parque eólico levaram seis anos para serem feitas.
“A gente tinha a expectativa que os estudos confirmassem (a vocação da cidade para a geração eólica) e foi o que aconteceu”, comemora Mello. De acordo com ele, Uruguaiana está entre os lugares com melhores ventos do País para esse tipo de atividade. O prefeito frisa ainda que há outro projeto eólico envolvendo Uruguaiana e também áreas nos municípios de Alegrete e Quaraí. Essa iniciativa está sendo conduzida pela Ybytu Empreendimentos de Energia Renovável e é dimensionada para construir uma usina de 810 MW.
Usina será implantada em área de cerca de 33 mil hectares
O sócio proprietário da Pratec (representante da Norwind na Fronteira Oeste gaúcha), Raphael Borne, adianta que o parque eólico uruguaianense ocupará uma área de aproximadamente 33 mil hectares (quase o equivalente a 900 parques da Redenção em Porto Alegre). A Pratec é responsável pelo contato com os proprietários de terra, apresentação dos projetos, georreferenciamento dos imóveis que farão parte do empreendimento, entre outras ações.
Ele explica que os proprietários das terras assinam um contrato de arrendamento e, em média, recebem em torno de R$ 5 mil ao mês por torre instalada em sua propriedade. “Todas as áreas já estão contratadas”, afirma o integrante da Pratec. Ele salienta que a geração eólica não atrapalha a rotina dos espaços, além de agregar segurança privada para monitorar o parque e melhoria dos acessos para chegar à usina. A projeção é que o complexo tenha de 160 a 200 aerogeradores.
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