A Bíblia ensina que fé é certeza daquilo que não se vê, e também afirma que sem ela, é impossível agradar a Deus. A psicóloga Nayanna Dam sabe bem.
Por anos esperou para conhecer seu futuro esposo. Enquanto aguardava, escrevia cartas para ele. As mensagens foram entregues no altar, no dia do casamento com o corretor imobiliário Hoang Dam, em 2024. Ele mora nos Estados Unidos e ela no Brasil e os dois aguardam a liberação dos documentos para enfim morarem juntos, como relata ao Blog Evangélicos.
"Como cristã, sempre acreditei na ideia de namorar para casar. Do término do último relacionamento promissor até o momento em que conheci meu marido foram sete anos de espera.
Tenho a graça de ter dentro de casa e na minha família excelentes exemplos de casamentos abençoados. O sonho do casamento sempre fez parte da minha vida. Ainda mais quando entendi que a construção da família fazia parte do propósito de Deus para a humanidade, e isso me incluía.
Uma vez, ainda na adolescência, perguntei para uma colega da igreja: 'E aí, é legal ser casada?'. Ela me respondeu: 'Depende de com quem você casa', ouvi. Percebi que 'casar' não era o suficiente, eu precisava casar com a pessoa certa para mim.
Então comecei uma jornada de espera por quem eu chamava de Háde (de Há De Vir). Busquei alinhar o meu coração para conseguir discernir o tempo e a pessoa certa, a começar por mim. Eu queria ser a pessoa certa também.
Busquei viver o meu chamado, fiz muitos trabalhos voluntários, fui para muitas escolas e viagens missionárias nos sertões, nas comunidades e, também, em alguns outros países.
Eu não esperei de braços cruzados, esperei vivendo aquilo que o Senhor tinha para mim em cada estação, mesmo com alguns tropeços.
Confesso que em alguns dias nada disso era suficiente para diminuir a carência. E foram nesses dias que eu comecei a escrever para o meu futuro esposo.
Escrevi cartas contando para ele sobre o que eu estava vivendo, pensamentos, sentimentos, frustrações, medos e expectativas. Foram muitas cartas, escritas nos melhores e nos piores momentos da minha vida. Escrevi em dias de velórios, e também em dias festivos, como o lançamento do meu primeiro livro ou no casamento do meu irmão.
Para mim, isso era melhor do que simplesmente responder aos directs dos rapazes que, claramente, eu não via um futuro.
A ideia de me guardar para o casamento não era apenas sobre o corpo, mas também sobre o meu coração e meus sentimentos. Eu queria entregar o meu melhor.
No tempo de espera, fomos direcionados para um encontro virtual. No dia em que ele viu minha foto pela primeira vez, disse que sabia que eu seria a pessoa de Deus para a vida dele. Tomou a iniciativa e me enviou mensagem bem intencional. Assim começamos o nosso primeiro contato e, pala graça de Deus, durante os 10 dias seguintes tivemos confirmações um sobre o outro, assim como nossas famílias.
Ele é vietnamita e eu sou brasileira, mas nós dois falamos em inglês, e esse é nosso idioma oficial de comunicação. A família dele imigrou para os Estados Unidos quando ele tinha 9 anos, então eles também falam em inglês.
Os meus pais ainda estão aprendendo, então eu ainda preciso traduzir a conversa entre eles.
Assim que casamos, demos entrada no visto de cônjuge e, neste momento estamos aguardando a aprovação para que eu possa viajar.
Creio que Deus se comunica com os seus filhos. Primeiramente, através da Bíblia e depois, pelo Espírito Santo. Creio que Ele fala durante o tempo de oração, por sonhos, visões e, inclusive, através de outros filhos –através do dom de revelação.
Por se tratar de um relacionamento a distância, do tempo necessário para aprovação do meu visto, e de todas as confirmações que recebemos, nós decidimos casar logo, assim poderíamos ficar finalmente juntos mais 'rapidamente'.
Entre o noivado e o casamento foram três meses. Cuidei de todas as burocracias para conseguirmos casar no civil aqui no Brasil, o que foi bastante estressante pelas exigências feitas pelo fato de ele ser estrangeiro.
Preparamos a festa e planejamos a lua de mel. O Hoang foi um noivo bem participativo nas escolhas. Eu me senti absurdamente realizada, fui uma noiva muito feliz.
Todos os detalhes foram pensados e orados com muito amor e gratidão a Deus. Meu pai, que é pastor, celebrou a nossa união e nos abençoou.
Por questões de saúde e trabalho ele não pode morar aqui no Brasil. E eu ainda estou aguardando o processo do meu visto ser aprovado, que está previsto para o segundo semestre deste ano.
O Hoang consegue vir ao Brasil a cada dois meses e fica de três semanas a um mês comigo.
Não vejo a hora de ter o nosso cantinho, decorar, preparar o nosso lar, e o mais esperado de tudo, dormir e acordar todos os dias com o meu marido ao meu lado.
Tem sido um misto de emoções, estou buscando viver um dia de cada vez. Embora tenhamos contato constante todos os dias e sejamos muito gratos pela internet, nenhuma tecnologia é capaz de substituir o "olho no olho".
Meu desafio hoje é guardar o coração para não murmurar. O que me ajuda é buscar aproveitar a presença dos meus pais, familiares e amigos, porque em breve eles é quem serão a razão da minha saudade.
Para conseguir lidar com o excesso de ansiedade, conto com minha psicóloga, que tem sido fundamental para me ajudar a regular as emoções e me preparar para as próximas estações.
Desde quando esperava, já recebia mensagens de mulheres dizendo que eu as encorajava a permanecerem firmes na espera. Eu me sinto realizada em poder ser instrumento de Deus para edificar a fé dessas mulheres. No contexto que vivemos, acreditar no amor é um ato revolucionário, tal qual é ter fé.
Se seguimos a Cristo, é impossível não acreditar no amor. Se o inimigo das nossas almas está trabalhando para destruir famílias, nossa missão claramente se torna reconstruí-las".
Dica de Leitura: "A corrida da fé", de de Trillia J. Newbell
Comparando a vida cristã a uma corrida cheia de obstáculos, a autora revela como a fé é o principal recurso para enfrentar desafios e desapontamentos. Baseada em princípios bíblicos, o livro inspira o leitor a aprofundar a comunhão com Deus por meio de disciplinas espirituais como oração, jejum e estudo da Palavra. Ao usar a experiência de ex-atleta, faz analogias sobre resistência e superação.
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