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PIB do Rio Grande do Sul recua 0,1% no terceiro trimestre de 2023

Foi pequena a variação do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho no terceiro trimestre de 2023 em relação ao segundo trimestre do mesmo ano. A economia do Estado teve uma queda de 0,1%, contra um crescimento verificado no Brasil de 0,1%. Já em relação ao terceiro trimestre de 2022, o Rio Grande do Sul teve alta de 0,1% e o País um incremento de 2%.

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Foi pequena a variação do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho no terceiro trimestre de 2023 em relação ao segundo trimestre do mesmo ano. A economia do Estado teve uma queda de 0,1%, contra um crescimento verificado no Brasil de 0,1%. Já em relação ao terceiro trimestre de 2022, o Rio Grande do Sul teve alta de 0,1% e o País um incremento de 2%.

Os percentuais foram divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG). Conforme nota divulgada pela pasta, no acumulado dos três primeiros trimestres do ano, o PIB do Rio Grande do Sul evoluiu 2,5% em comparação ao mesmo período de 2022, enquanto no Brasil a alta foi de 3,2%. Na taxa acumulada dos últimos quatro trimestres, a variação estadual foi de 2,1%, enquanto a nacional chegou a 3,1%.

O pesquisador em economia do DEE, Martinho Lazzari, ressalta que os dados divulgados mostram que, após um período de crescimento significativo nos primeiros seis meses do ano em função do impulso da agropecuária, a economia gaúcha manteve-se estável no terceiro trimestre. Esse intervalo do ano é o período tradicionalmente marcado pela menor influência das atividades agropecuárias no PIB, segmento que tem no primeiro semestre seu maior impacto.

Apesar de um reflexo mais tênue, Lazzari ressalta que, se não fossem as condições climáticas desfavoráveis, com excesso de chuvas, provavelmente o resultado do terceiro trimestre seria melhor. Quanto a previsões futuras, o integrante do DEE afirma que é muito complicado fazer um prognóstico preciso no caso do Rio Grande do Sul, pois a economia do Estado está muito vinculada à agropecuária e, por consequência, depende muito do clima. “Quando se tem efeitos de estiagens aqui, são muito grandes (os impactos) sobre a produção e acaba batendo com bastante intensidade no PIB”, argumenta.

No entanto, ele adianta que a perspectiva é que não ocorra estiagens no próximo ano e a expectativa é obter uma safra agrícola melhor que a de 2023. Lazzari acrescenta que o Boletim Focus aponta que o Brasil deve crescer entre 1,5% a 2% e, conforme o pesquisador, o diferencial do Rio Grande do Sul será a agropecuária, se esse segmento for bem, o Estado deve superar o desempenho nacional em 2024.

As projeções sobre o futuro da economia de um dos principais parceiros comerciais do Estado, a Argentina, também são incertas. Entre os itens que são exportados pelos gaúchos para o país vizinho estão produtos químicos, calçados e veículos.

“A Argentina está passando por uma mudança e é difícil ainda, pela característica do novo governo, saber exatamente o que vai acontecer, quais são os efeitos sobre o Brasil e o Rio Grande do Sul”, comenta o pesquisador do DEE. Porém, ele salienta que a tendência é que, pelo menos no primeiro ano, ocorra uma queda do PIB argentino e isso acabará refletindo, especialmente, no setor industrial gaúcho.

Terceiro tri x Segundo tri

A queda na agropecuária foi o principal diferencial no desempenho do Rio Grande do Sul e do País na comparação do terceiro com o segundo trimestre de 2023. Enquanto no Estado a baixa foi de 15,5%, no Brasil o segmento registrou queda de apenas 3,3%.

Na indústria, o crescimento de 1% foi sustentado pelo desempenho da indústria de transformação (1%), a principal da economia gaúcha, e da atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (7,4%). Nos serviços, o avanço de 0,6% foi o mesmo do registrado no País, com destaque para o desempenho positivo das atividades do comércio (1,8%), intermediação financeira e seguros (1,5%) e serviços de informação (1,4%).

2023 x 2022

Em relação ao mesmo trimestre de 2022, o terceiro trimestre do ano apresentou no Rio Grande do Sul desempenho positivo na agropecuária (3,8%) e nos serviços (2,2%), enquanto a indústria registrou queda de 3,9%. Na agropecuária, mesmo sendo menor a repercussão da produção agrícola no trimestre, o período de julho a setembro foi marcado pelos crescimentos de 32% na produção de milho e de 35,4% na de soja, já as culturas tradicionais de inverno apresentaram variações negativas na quantidade produzida, como o trigo (29,8%) e a aveia (16,9%).

No segmento industrial, os resultados da indústria de transformação, com redução de 3,8%, e da construção, com diminuição de 6,9%, tiveram maior impacto nos números do período. Na transformação, das 14 atividades do Rio Grande do Sul, 12 apresentaram baixa nos números, entre elas a de máquinas e equipamentos (10,8%), produtos de metal (15,6%) e produtos de borracha e material plástico (12,4%).

Nos serviços, as atividades de intermediação financeira e seguros (alta de 8,4%) tiveram destaque, assim como as imobiliárias (crescimento de 2,4%) e outros serviços (incremento de 2,3%). O comércio também teve resultado positivo (de 1,3%) e entre suas atividades registraram as evoluções de maior repercussão os hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (7%), comércio de veículos (7,4%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (6,5%).

Acumulado do ano

Na soma de 2023, na comparação com os três primeiros trimestres do ano anterior, a variação positiva do PIB do RS em 2,5% é sustentada pela agropecuária, que mesmo com a estiagem do início do ano se recuperou em relação ao período ainda mais severo de 2022, com alta de 26,5%, e pelos serviços (2,9%). A indústria apresentou retração de 5% entre janeiro e setembro deste ano.

Taxas de crescimento do PIB do Rio Grande do Sul e do Brasil no 3º trimestre de 2023

Rio Grande do Sul

Trimestre / trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal): -0,1
Trimestre / mesmo trimestre do ano anterior: 0,1%
Acumulado ao longo do ano / mesmo período do ano anterior: 2,5%
Últimos quatro trimestres / quatro trimestres imediatamente anteriores: 2,1%

Brasil

Trimestre / trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal): 0,1%
Acumulado ao longo do ano / mesmo período do ano anterior: 2%
Acumulado ao longo do ano / mesmo período do ano anterior: 3,2%
Últimos quatro trimestres / quatro trimestres imediatamente anteriores: 3,1%

PIB Gaúcho:

Trimestre comparado ao trimestre imediatamente anterior

3º Tri 2022: 6,2%
4º Tri 2022: 0,3%
1º Tri 2023: -0,9%
2º Tri 2023: 0,6%
3º Tri 2023: -0,1%

*Números revisados.
Fonte: SPGG-RS/DEE. IBGE

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