Professor de filosofia alerta para os limites éticos que surgem com a expansão da inteligência artificial.
Nolen Gertz, professor assistente de filosofia aplicada na Universidade de Twente, na Holanda, dedica-se a um assunto que, diante da expansão da inteligência artificial, vem ganhando cada vez mais relevância: a ética na tecnologia. Autor de “Nihilism and technology” (“Niilismo e tecnologia”), ele revisita o trabalho do filósofo Friedrich Nietzsche, um dos expoentes dessa corrente e conhecido por uma frase tão polêmica quanto incompreendida: “Deus está morto”. E afirma que corremos o risco de entronizar a tecnologia no lugar da religião:
Nolen Gertz, professor assistente de filosofia aplicada na Universidade de Twente — Foto: Divulgação
No século XIX, Nietzsche questionava a crença arraigada na religião. Caberia ao ser humano rejeitar os valores e princípios que funcionavam como amarras. Gertz faz um paralelo e afirma que a sociedade contemporânea está fazendo uma escolha arriscada:
Ele citou pesquisa da empresa de consultoria PwC na qual 70% dos entrevistados querem wearables que os ajudem a viver mais; 60% esperam que a tecnologia os auxilie a manter um peso saudável; e 60% gostam da ideia de headphones que monitorem o estado de espírito do usuário e escolham a música a partir dessa análise.
Gertz é especialmente crítico em relação ao movimento conhecido como transhumanismo, que propõe a utilização das tecnologias emergentes para atingir o máximo da potencialidade da evolução humana: medicamentos antienvelhecimento, implante de sensores, intervenções em nível celular, manipulação genética e por aí vai:
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