Gêmeos digitais são réplicas no mundo virtual de todos os elementos físicos de objetos ou edifícios. Isso inclui cada detalhe deles, o que na Basílica de São Pedro exigiu um trabalho descomunal. As tratativas entre Microsoft e Vaticano começaram em 2018 e os últimos retoques ainda eram dados em novembro deste ano.
É compreensível, afinal a tarefa é recriar digitalmente todos os aspectos, símbolos, sombras e a aura de encantamento presentes no prédio construído em uma área de 23 mil metros quadros. Internamente, a Basílica possui altura de 138 metros que culmina na cúpula projetada por Michelangelo —é tão alto que se, empilharmos o Cristo Redentor, do Rio de Janeiro, e a Estátua da Liberdade, de Nova York, ainda faltarão cinco metros até o teto.
"O desafio de colocar a Basílica no digital é capturar todos os detalhes, como o bronze e o mármore são, o jeito como as sombras tomam o lugar durante a exibição", comenta Shawn Wright, líder de design da Microsoft.
Veterano da indústria dos games, com a supervisão de produções para Hololens e Xbox no currículo, Wright conta que alguns cenários levariam três meses para serem feitos no mundo dos jogos, mas o tempo foi encurtado para três minutos com a tecnologia à disposição. Dentro da Microsoft, a iniciativa foi encampada por uma área chamada AI for Good, destinada a usar IA para projetos sociais ou ligados ao enriquecimento humano.
O processo começou com a captura de 400 mil fotos de alta resolução de todos os cantos do interior e do exterior da Basílica. Isso rendeu 22 Petabytes de material —o equivalente a quase 86 mil iPhones de 256 GB— e provocou cenas curiosas.
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